O último trimestre do ano deve ser o melhor para as locadoras. Historicamente, com a chegada do fim do ano, também observamos um aumento nos níveis de mobilidade em decorrência do aumento do número de viagens no período de férias. Além disso, com a diminuição das restrições de mobilidade devido à evolução da vacinação no país, devemos ver maiores taxas de ocupação frente aos trimestres anteriores.
Esperamos que a recuperação vista no 3T21 siga o mesmo ritmo, com taxas de ocupação maiores e diárias maiores no RAC (aluguel de carro) devido ao aquecimento da demanda. O destaque do trimestre mais uma vez deve ficar com a divisão de seminovos, que deve apresentar margens superiores ao 1T21, devido ao aumento dos preços de venda dos veículos.
Movida (MOVI3):
Preço alvo antes: R$ 23,20
Preço alvo agora R$ 21,00
Como grande exposição ao RAC, devemos ver números fortes no 4T21. Na parte de GTF (gestão e terceirização de frotas), impulsionadas pela incorporação dos ativos da CS Brasil, devemos ver uma boa performance do segmento. Entendemos que a venda dos veículos das empresas incorporadas deve garantir margens elevadas. No médio-longo prazo, os veículos incorporados devem ser vendidos à preços altos, seguindo os preços crescentes do mercado de seminovos, com o poder de venda da marca Movida. Outro ponto importante e que devemos observar é o comportamento do custo, já que em teoria, com a menor idade média da frota dentre as locadoras, a empresa economiza em manutenção.
Localiza (RENT3):
Preço alvo antes: R$ 76,00
Preço alvo agora R$ 70,00
Acreditamos que o 4T21 deve ser mais modesto para a localiza em termos de crescimento de frota. Sabemos que a falta de veículos vinha penalizando a Localiza frente às outras locadoras. Em momentos extremos, de desequilíbrio de oferta e demanda, as montadoras acabam priorizando os players que adquirem os veículos com menor desconto. Em termos de compra de veículos, esperamos que seja o melhor trimestre do ano, porém ainda acreditamos que o segmento de seminovos deve ter volumes mais baixos de venda. A estratégia de diminuir a compra de carros em 2020 e 2021 deve começar a ser contornada e acreditamos que a empresa percebeu que os preços dos veículos não devem cair tão cedo. Assim, esperamos que a empresa venda menos carros para voltar a crescer a frota. No RAC, esperamos um aumento relevante nas tarifas, o que deve equilibrar os volumes menores. No GTF, a tarifa também deve avançar por conta do descasamento entre oferta e demanda que pode aumentar os preços.
Unidas (LCAM3):
Preço alvo antes: R$ 32,00
Preço alvo agora R$ 28,90
A empresa também deve reportar bons resultados, embora o recebimento de carros continue sendo um desafio, penalizando o envelhecimento da frota continua. Assim como no último trimestre, esperamos que seus resultados sejam impulsionados pela venda de seminovos. Além dos volumes maiores, a mudança no mix de carros deve continuar. O perfil dos carros comprados vem mudando, com o carro básico perdendo a participação devemos ver um preço médio maior nos próximos trimestres. No RAC, a estratégia de repasse de carros para novos canais deve ajudar, principalmente agora em que o recebimento de carros continua sendo um gargalo. Assim, esperamos que haja um crescimento nas tarifas, maior do que o reportado no 3T21.
Vamos (VAMO3):
Preço alvo antes: R$18,50
Preço alvo agora R$ 16,50
Mais uma vez esperamos um resultado robusto da Vamos. Acreditamos que o destaque deve ficar no aluguel de caminhões, que deve ser beneficiado pelo aumento de tarifas e volumes maiores. Estimamos uma frota total acima de 25 mil ativos, sendo 20 mil caminhões. Temos que ficar de olho se com a alta de juros a empresa conseguirá entregar os 100 mil ativos até 2025 para seguir no forte ciclo de expansão. Com mais de 80% dos contratos renovados em 2021 e com os novos ajustes inflacionários, projetamos uma receita contratada de mais de 7 bilhões, um crescimento de +120% frente a 2020. O segmento de seminovos, embora menos representativo no consolidado, deve apresentar bom crescimento. A escassez de caminhões devido a distúrbios na cadeia logística continua gerando um descasamento entre oferta e demanda, refletindo em aumentos significativos nos preços do veículos. Além disso, a alta nos juros deve contribuir para o aumento da penetração de caminhões alugados na frota circulante.