Ao contrário do que foi visto no 2T21 com um balanço robusto e forte, os resultados do 3T21 da Pague Menos vieram fracos. A receita teve alta de 7,4% a/a (vs. 10,3% a/a Genial) e o SSS de lojas maduras aumentou apenas 6,6% a/a, enquanto projetávamos uma alta de 8,4% a/a. O lucro líquido fechou em R$ 35,6 milhões, uma queda de 11,6% em razão da ausência de benefício fiscal e do aumento das despesas com vendas, gerais e administrativas refletindo a retomada de crescimento da companhia, que por sinal abriu 25 lojas neste trimestre e inaugura o primeiro resultado do seu novo momento ciclo de expansão. Vale ressaltar que mesmo apesar da alta de gastos, a companhia apresentou eficiência operacional com sinalizações positivas na margem bruta que expandiu 1,0 p.p. e manutenção da margem EBITDA mesmo diante das adversidades macro e alta relevante de gastos.
Bom olhar para frente
A alta de inflação impõe um cenário mais desafiador sobretudo porque a classe média expandida (público-alvo da companhia) é mais volátil às adversidades econômicas, no entanto ainda continuamos com nossa recomendação de compra com PA R$ 17,90, pois conforme mencionamos em nosso relatório de cobertura, o grande valor a ser destravado para as ações da companhia provém da incorporação bem sucedida da Extrafarma, que ainda precisa da aprovação do CADE, e da boa execução na abertura de novas lojas. Nos resultados deste 3T21, a companhia abriu 25 lojas e está em direção à abertura das 80 lojas até o final deste ano e 120 para o próximo ano, sendo ainda que as 25 lojas que foram abertas neste trimestre mostram um desempenho inicial acima da análise de viabilidade.
O impacto dessas novas aberturas trazem a venda média por loja para baixo com queda de -1,79% t/t, entretanto quando desconsideramos os efeitos dessas novas lojas a venda média/loja/mês manteve-se no patamar de R$ 617 mil em linha com o tri anterior, mostrando que a eficiência operacional está sendo preservada. Ainda, a companhia tem melhorado em várias frentes como digital, parcerias com convênios, queda da ruptura de estoque mostrando ganhos de eficiência operacional que podem amenizar o impacto negativo dessas aberturas do novo ciclo de expansão.
Importante ressaltar que a perda de lucratividade da companhia ocorre não só por um momento macro mais desafiador com a alta de insumos, mas também por causa da normalização das operações rumo ao cenário pós-pandemia e do aumento dos gastos com a expansão nas frentes da abertura de novas lojas e na melhora da perfomance digital com o lançamento do Novo APP. Mesmo diante dessa alta de gastos, a companhia conseguiu manter a margem EBITDA em 7,9%. A margem bruta teve um leve aumento de 1 p.p. por conta da mudança do mix, com maior participação dos produtos de marca própria e de genéricos. O destaque fica para os gastos com pessoal que se manteve controlado frente às iniciativas de PDVs e do projeto de escala inteligente.
Pontos Positivos
- Evolução sequencial dos canais digitais, que hoje representam 8,5% das vendas totais ante a 5,3% no mesmo ano.
- Redução do nível de ruptura do estoque em 45% a/a e aumento do sortimento em 17,3% a/a.
- Melhora do nível de serviço com NPS atingindo o recorde de 76 em NPS e 8,5 no Reclame Aqui.
- Ganho de market share nas regiões core com 0.5 p.p. no Nordeste e 0.6 p.p. no Norte.
- Aumento dos medicamentos de marca própria para 6,3% das vendas totais ante a 5,5% no contra ano.
- Taxa de conversão do Hub de Saúde em vendas atingiu patamar recorde de 65%.
Pontos Negativos
- Inércia na abertura de novas lojas fez com que neste trimestre fossem abertas apenas 25 lojas, e a expectativa Genial era a abertura de umas 35 para deixar a expansão um pouco mais controlada e não ter picos.
- Aumento das despesas despesas com vendas em 13,7% a/a e das despesas operacionais em 7,0% a/a, culminando em uma margem líquida de 1,7% queda de 0,7 p.p. a/a.