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    Publicado em 28 de Novembro às 02:25:23

    Petrobras (PETR4) | Planejamento Estratégico 26-30 – Sempre ele: os detalhes!

    Disclaimer: a teleconferência entre a empresa e analistas deve acontecer apenas as 16h30 do dia 28/11 – ou seja, após a publicação desse relatório. Sendo assim, esse relatório deverá ser breve e objetivo em relação aos principais pontos da tese da empresa. Pretendemos escrever outro relatório com os detalhes da teleconferência assim que a mesma for encerrada ao longo do dia.

    Conclusão

    De forma geral, o novo Plano Estratégico da companhia apresenta um caráter neutro, com pontos positivos relevantes, mas também riscos que merecem atenção. O guidance de produção reforça a resiliência operacional da empresa, com volumes superiores ao plano anterior e foco na exploração da margem equatorial para mitigar a futura queda da produção do pré-sal. Por outro lado, a estratégia de investimentos, embora mantenha valores próximos ao plano anterior (ou até menores, dependendo do ponto de vista), continua a sinalizar incertezas quanto à alocação de capital, especialmente pela maior participação de projetos em avaliação e pelo risco de não materialização em cenários de preços mais baixos.

    A expectativa de geração de caixa e dividendos é atrativa, com potencial de yield elevado, mas depende de premissas otimistas para Brent e câmbio. Caso os preços do petróleo permaneçam abaixo das estimativas, a distribuição pode ser pressionada, reduzindo a atratividade do case. Como mencionamos em nosso disclaimer, pretendemos escrever e publicar um relatório mais completo após a teleconferência da empresa com analistas.

    Em linhas gerais, achamos os dados divulgados como neutros para a empresa – ainda que alguns detalhes mereçam atenção da nossa parte, tanto do ponto de vista positivo quanto negativo. Como principais destaques e pontos mais sensíveis a tese, citamos:

    I) Produção | Ainda que razoavelmente esperado, achamos o guidance de produção o grande destaque positivo do PE. De acordo com o PE, a produção de Óleo + Gás deve ser de 3,1-3,3 milhões boe até 2026-2030 (com pico 3,4 milhões boe em 2029) vs guidance anterior de 2,8 milhões-3,2 milhões de 2025-2029. Percebam que a empresa começa a incorporar a queda na produção a partir de 2030, representando o início da queda na produção dos campos do pré-sal – algo amplamente divulgado e do conhecimento de todos. A importância da exploração e eventual desenvolvimento da margem equatorial vai no sentido de evitar a depleção da curva produtiva da empresa.

    II) Investimentos | A empresa anunciou um pipeline de investimentos totais de US$109 bilhões vs US$111 bilhões no plano anterior – o que num primeiro instante trás preocupação do ponto de vista da geração de caixa tendo em vista o patamar de preços do petróleo em patamares muito inferiores em comparação com 2024. Entretanto, é importante mencionar que:

    A) A empresa dividiu os investimentos totais em duas camadas: 1º) US$91 bilhões em projetos em implantação (vs US$98 bilhões no PE de 2024) e 2º) US$18 bilhões na carteira em avaliação (vs US$13 bilhões no ano passado). Ou seja: o volume de investimentos totais anunciados ficou muito próximo aos investimentos do ano passado, mas muito mais alocado em um desembolso que não necessariamente vai se realizar (a empresa não materializou nenhuma das aquisições anunciadas até o momento: refinarias, ativos de energia renovável, petroquímica, etc). Se por um lado a decisão da empresa em alocar maior fluxo de investimentos na carteira em avaliação trazer, de certa maneira, um alívio, por outro lado esse decisão faz com que o case da Petrobras siga sendo interpretado como um case de risco do ponto de vista de alocação de capital e fazer com que o seu desconto estrutural vs players privados permaneça em sua avaliação.

    B) Flexibilidade para Investir: dos US$91 bilhões alocados em projetos em implantação, a empresa não apenas segue investindo c. 75% do total no segmento de Exploração e Produção (o mais lucrativo e interessante por para os acionistas), como ela trouxe pelo menos US$10 bilhões do total de US$91 da seguinte maneira: “Os projetos que totalizam US$ 10 bilhões terão sua financiabilidade avaliada trimestralmente à luz das projeções de fluxos de caixa e estrutura de capital da Cia, para a submissão e aprovação em conformidade com a governança de projetos”. Ou seja, pode ser que tais valores acabem por não se materializar tendo em vista o patamar de preços do petróleo em níveis mais baixos.

    III) Fluxo de Caixa/Dividendos esperados | De acordo com a apresentação, a empresa espera gerar US$190-220 bilhões entre 2026-2030. Deve volume total, US$85-95 bilhões seriam alocados em investimentos e US$45-50 bilhões deveriam ser distribuídos no formato de proventos. Tal valor represente entre 56%-62% do atual valor de mercado da empresa a ser distribuído como dividendo nos próximos cinco anos, gerando um rendimento anual entre 11-12%. Entretanto, existe um detalhe relevante a ser considerado: a empresa utilizou como premissas para o brent e dólar de US$63 em 2026 e voltando para US$70/barril já em 2027 até 2030 e US$1/R$5,8 entre 2026 e 2030 em suas estimativas. Consideramos tais valores são mais otimistas tendo em vista o atual patamar e curva futura do brent (US$62 e subindo gradualmente para US$68 entre 2025 e 2030). Considerando as informações da própria apresentação, a geração de caixa anual da empresa seria c. US$5 bilhões/ano menor caso preço do petróleo seja c. US$10/barril menor vs as estimativas consideradas pela empresa – o que não vemos como impossível tendo em vista a fraqueza dos preços do petróleo na realidade de mercado atual.

    Acesse o disclaimer.

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