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    Publicado em 14 de Novembro às 15:49:00

    Banrisul (BRSR6) | Resultado 3T25: Lucro Recuou, Mas Tendência Estrutural Permanece Positiva

    O Banrisul reportou lucro líquido de R$ 329 milhões no 3T25, queda de -12,9% t/t, mas expressivo avanço de +66,7% a/a. O resultado superou o consenso em 11,1% e nossas estimativas em 6,8%.

    A rentabilidade (ROE) atingiu 12,2%, com leve recuo de -2,1 pp t/t, mas alta de +4,4 pp a/a, ainda abaixo do custo de capital e dos níveis observados entre os principais pares. Apesar da queda sequencial de ROE, a tendência dos últimos trimestres é de recuperação, com o banco gradualmente avançando para um patamar de rentabilidade mais elevado.

    Após um 2T25 que havia surpreendido positivamente — marcado pela forte queda nas provisões líquidas de crédito (PDD) —, o 3T25 indicou acomodação sequencial. A retração do lucro é explicada pela dinâmica mais fraca das receitas e pela redução nas recuperações de crédito, fatores que pressionaram o resultado.

    Na base anual, porém, o desempenho foi sustentado por maiores receitas financeiras, menores provisões e melhora de eficiência, reforçando a tendência gradual de recuperação do banco.

    Lucro, PDD e ROE: Queda Sequencial da Rentabilidade, mas Bom Avanço Anual

    Principais Destaques Operacionais:

    • Receita Líquida de Juros (NII, exc. recuperações): leve recuou sequencial de -2,1% t/t, mas mostrou forte avanço de +11,0% a/a, impulsionado pela expansão da carteira, melhor mix de produtos e por melhores taxas médias, sobretudo nas aplicações de tesouraria. O banco segue ajustando a originação para reduzir o descasamento entre ativos prefixados e passivos pós-fixados.
    • Qualidade dos Ativos: apresentou significativa deterioração, com a inadimplência acima de 90 dias atingindo 2,55%, piora de +0,4 pp t/t e +0,5 pp a/a. O índice de cobertura caiu para 226% (-18,7 pp t/t), embora siga em patamar confortável.
    • Carteira de Crédito: somou R$ 64,1 bilhões, estável no trimestre (+0,1% t/t) e com alta de +11,1% a/a. O destaque foi o Crédito Comercial PJ, que manteve bom ritmo de crescimento (+3,0% t/t; +20,9% a/a) e a Carteira de Câmbio (+2,6% t/t; +45,8% a/a).
    • PDD líquida de recuperação: registrou leve alta de +3,8% t/t, reflexo de menores recuperações de crédito, mas ainda apresentou queda relevante de -8,8% a/a.  
    • Despesas Operacionais: totalizaram R$ 1,7 bilhão (+2,5% t/t; +1,1% a/a), permanecendo sob controle. Ainda assim, o índice de eficiência piorou +3,5 pp t/t, para 73,5%, em níveis elevados.
    • Capital: o índice de capital principal avançou para 13,6% (+0,4 pp t/t) e o índice de Basileia atingiu 17,9% (+1,7 pp t/t), ambos confortavelmente acima do mínimo regulatório.

    Valuation: Reiteramos recomendação de Manter

    O ambiente macroeconômico segue desafiador para alguns produtos do banco, com a taxa Selic ainda em patamar elevado e a manutenção da taxa regulatória máxima do consignado — de natureza política — pressionando spreads. O custo de funding continua pressionado pelo descasamento entre ativos e passivos, embora o banco já adote medidas para mitigar esse efeito.

    Apesar de as ações negociarem a múltiplos bastante atrativos 4,5x P/L 2025e, 3,6x P/L 2026e e 0,52x P/VP 2025e —, preferimos outras instituições do setor, que apresentam melhores perspectivas de crescimento e rentabilidade.
    Mantemos, portanto, a recomendação de MANTER, com preço-alvo elevado para R$ 15,80, o que implica upside potencial de +12,7%.

    Banrisul (BRSR6) | Resultado 3T25: Forte Crescimento de Lucro a/a

    Carteira de Crédito: Estabilidade Sequencial

    A carteira de crédito do Banrisul totalizou R$ 64,1 bilhões no 3T25, praticamente estável no trimestre (+0,1% t/t), mas ainda apresentando forte crescimento de +11,1% a/a. O desempenho foi puxado pelo Crédito Comercial PJ (+3,0% t/t; +20,9% a/a), pela Carteira de Câmbio (+2,6% t/t; +45,8% a/a) e pelo Financiamentos de Longo Prazo (+0,2% t/t; +192,7% a/a). Esses avanços compensaram parcialmente a leve retração do Crédito Rural (-0,9% t/t; -1,7% a/a).

    O banco segue com sua estratégia de crescimento das carteiras de Pessoa Jurídica (PJ) / Pequenas e Médias Empresas (PMEs), buscando melhor alinhamento entre o custo de funding e a remuneração da carteira no mesmo indexador (Selic).

    A carteira de Pessoa Física (PF) alcançou R$ 29,0 bilhões no 3T25 (-0,9% t/t; +8,2% a/a), com o desempenho anual impulsionado especialmente pelas linhas de Cartão de Crédito Rotativo/Parcelado (+61,9% a/a) e Cheque Especial (+41,9% a/a).

    Em Pessoa Jurídica (PJ), a carteira totalizou R$ 10,3 bilhões (+3,0% t/t; +20,9% a/a), sustentada principalmente pelo forte avanço anual da linha de Conta Única (+188,2% a/a) e pelo crescimento no Cartão de Crédito à Vista e Débito (+22,3% t/t).

    Receita Líquida de Juros (NII): Avanço em Linha com o Crédito

    receita líquida de juros excluindo recuperações (NII) somou R$ 1,6 bilhão no 3T25, leve queda de -2,1% t/t, mas alta de +11,0% a/a, impulsionado pela expansão da carteira, melhor mix de produtos e por melhores taxas médias, sobretudo nas aplicações de tesouraria.

    O banco tem buscado ampliar a participação de crédito PJ, cujas receitas tendem a ser atreladas à Selic, favorecendo um melhor casamento das estruturas de ativo e passivo.

    Receita com Tarifas: Desempenho Modesto

    As receitas com tarifas somaram R$ 532 milhões no 3T25, leve alta trimestral de +1,3% t/t e praticamente estáveis no comparativo anual (+0,4% a/a). Na variação t/t, os destaques foram as linhas de Administração de Fundos (+15,8% t/t) e Comissões de Corretagem de Fundos (+5,0% t/t).

    Na comparação a/a, o crescimento foi limitado pelo impacto da Resolução 4.966, que passou a reclassificar determinadas receitas e despesas ligadas a operações de crédito para a linha de NII, com reconhecimento diferido ao longo da vida das operações. Mesmo assim, o leve avanço foi sustentado pelo desempenho das linhas de Administração de Fundos (+31,4% a/a) e Cartão de Crédito (+11,9% a/a).

    Despesas: Controladas

    As despesas administrativas totalizaram R$ 1,7 bilhão no 3T25, aumento de +2,5% t/t e +1,1% a/a. O movimento trimestral refletiu principalmente o maior gasto com publicidade e propaganda (+25,1% t/t) e serviços técnicos especializados (+13,4% t/t)

    Na comparação anual, o crescimento foi impulsionado pelas despesas com pessoal (+4,6% a/a), e pelas linhas de amortização e depreciação (+25,4% a/a) e processamento de dados (+23,6% a/a).

    O índice de eficiência encerrou o trimestre em 73,5%, piorando +3,5 pp t/t, mas ainda apresentando melhora de –1,6 pp a/a, permanecendo em patamar elevado.

    Qualidade dos Ativos: Inadimplência Registra Forte Deterioração

    As despesas de provisão líquidas de recuperações (PDD) totalizaram R$ 191 milhões no 3T25, registrando leve alta de +3,8% t/t e queda de –8,8% a/a. O aumento trimestral decorre, sobretudo, das menores recuperações de crédito (-13,9% t/t).

    As provisões de crédito brutas (PCLD), por sua vez, recuaram –2,5% t/t e –6,2% a/a, somando R$ 281 milhões.

    A inadimplência acima de 90 dias apresentou deterioração relevante, avançando +0,4 pp t/t e +0,5 pp a/a. Já o índice de cobertura caiu para 226% (–18,7 pp t/t), embora ainda permaneça em nível confortável.

    Imposto: Beneficiado pelo JCP

    A alíquota efetiva de imposto atingiu 23,1% no 3T25, queda de -6,0 pp t/t e -1,7 pp a/a. O patamar ainda foi favorecido pelos benefícios fiscais do pagamento de Juros sobre Capital Próprio (JCP), que ajudaram a reduzir a base tributável no período.

    Capital: Índices Seguem Confortáveis

    O índice de capital principal avançou +0,4 pp t/t, para 13,6%, permanecendo bem acima do mínimo regulatório de 8,5%. Já o índice de Basileia atingiu 17,9%, alta de +1,7 pp t/t, beneficiado pela emissão de LFSN no valor de R$ 1 bilhão.

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