Muitos desafios pela frente!
Seguimos com a recomendação de MANTER para as ações da Petrorecôncavo. Para além dos resultados medianos apresentados no 1T23, existem certos desafios que ainda aguardam a empresa em 2023, que nos fazem ficar céticos quanto a expansão de produção que a companhia pode entregar. Dentre esses desafios, voltamos citamos a nova curva de investimentos esperado pela empresa para continuar o processo de redesenvolvimento de seus campos, divulgada no mais recente certificado de reservas, que apresentou um aumento expressivo, na ordem de 38% se comparado ao certificado anterior. Soma-se a isso um incremento nas reservas recuperáveis da companhia, próximo a 9%, que foi estimado utilizando-se como premissa uma curva de preços futuros de petróleo que estão acima da realidade de preços atuais. Ou seja, uma vez que a estimativa das reservas recuperáveis é função da variável econômica do preço do petróleo, a utilização de uma premissa acima da realidade, nos leva a crer que a estimativa das reservas também se encontra acima do que podemos esperar para o futuro. Além do aumento modesto nas reservas se comparado aos investimentos esperados, a empresa também enfrenta um risco relacionado ao ativo Bahia Terra, uma vez que o Ministério de Minas e Energia decidiu por suspender a venda dos ativos da Petrobras pelo prazo de 90 dias. Ainda que não tenhamos nenhuma informação sobre as intenções da Petrobras, uma vez que o contrato de venda ainda não está assinado, a aquisição do principal fator que poderia vir a destravar valor para a companhia e, elevar suas reservas em mais de 90%, encontra ameaçado.
Acreditamos que, apesar dos riscos detalhados acima, aos atuais níveis de preço, a empresa encontra-se precificada, assim, reiteramos nossa recomendação de MANTER para a companhia, enquanto aguardamos novas informações.
Detalhamento do 1T23
A empresa fechou o ano produzindo 24,0 kbpd no trimestre, aumento de 6% se comparado ao 4T22, reflexo do excelente trabalho de redesenvolvimento nos ativos Potiguar, Remanso e Miranga e consolidação dos ativos da Maha Energy . Esse fato foi responsável por compensar parcialmente a queda de 7% na receita líquida, que fechou o trimestre em R$ 719 milhões, devido a redução de 8% no preço médio de venda do petróleo (US$81,27/bbl 1T23 vs US$88,21/bbl 4T22).
Os custos permaneceram estáveis no trimestre, no total de R$ 335 milhões (aumento de 1% vs 4T22). O resultado financeiro veio positivo em R$ 6 milhões, explicado principalmente pela variação da taxa de câmbio ao longo do trimestre que impactou as aplicações financeiras e financiamentos que a empresa possui atrelados ao dólar. Com isso, a empresa apresentou um EBITDA de R$335 milhões (14% menor do que no 4T22), influenciado principalmente pela queda no brent dentro do período analisado, um lucro líquido de R$ 200 milhões, aumento de 51% se comparado ao trimestre anterior, pelo fato do 4T22 ter sido positivamente impactado pelos efeitos de reconhecimento do beneficio Sudene na linha de impostos..