E tem muito mais logo adiante…
Seguimos com a recomendação de COMPRAR para Petrorio. Vemos os resultados do 2T22 em termos muito similares aos trimestre passado, com a empresa apresentando números robustos, derivado do bom preço de venda do petróleo (US$108,3/barril vs US$110,2/barril no 1T22), volume de barris vendidos ao longo do período (3,3 milhões vs 2,8 milhões 1T22) e controle espartano de custos operacionais, derrubando o lifting cost da empresa para os menores níveis da história (US$11,1 vs US$11,2 no 1T22). Para além da mera análise dos números do trimestre, observamos a evolução da execução do plano de negócios da empresa de maneira surpreendente. Neste trimestre, o grande destaque foi o resultado da revitalização do campo de Frade (ODP4 + MUP3), que foi responsável por adicionar cerca de 18k bpd para atual produção da Prio – que deve alcançar 52k bpd (vs atual produção de 33k bpd e nossa estimativa de 40k bpd até o fim do ano). Com tais números, a Prio anunciou que o endividamento esperado pós-aquisição de Albacora Leste deve ficar em aproximadamente 0,5x Dívida Líquida/EBITDA sob premissas muito conservadoras (vs. 1,2x Dív. Líq./EBITDA na nossas estimativas, sem considerar o incremento de produção recentemente anunciado). Não vemos motivos para mudar a nossa recomendação do case, que mistura crescimento (ainda mais) agressivo em termos de volume, curva de preços de petróleo atraentes (~US$90/US$70 23-29E) e execução primorosa por parte da equipe. Do lado negativo, citamos os rumores relacionados a eventual mudança de estratégia da Petrobras relacionada a venda do campo de Albacora (não confundir com Albacora Leste, cujo a venda já foi assinada). Como mencionamos em nossa iniciação de cobertura sobre o setor (para maiores informações, clique aqui), aquisição de ambos os campos tende a gerar um valor relevante para a empresa e adicionar crescimento expressivo. Uma eventual desistência por parte da Petrobrás seria uma grande frustração para tese da empresa, ainda que esteja longe de ofuscar a tese de investimento do case.
Detalhamento do Resultado 2T22
Deu tudo certo, mais uma vez. Nesse trimestre, a empresa apresentou resultado acima dos nossos números e do consenso do mercado onde praticamente, tudo deu certo uma vez mais. Na receita, observamos a empresa apresentando um mix de maiores volumes (offstakes de 3,3M barris vs 2,8M no 1T22) e preços de venda do brent ainda em termos interessantes (US$108,3/barril) ao longo do trimestre, resultando em uma receita de US$309,7 milhões. Do ponto da produção dos poços, a empresa alcançou a marca de 33,3k bpd (vs. 35,2k bpd no 1T22). Do ponto dos custos, chama a atenção os resultados do tieback dos campos de Polvo e TBMT desde Julho/21 e a redução de custos derivado dessa medida e a implementação do projeto de geração de energia em uma das FPSOs da empresa. A maior produtividade dos poços e moderação na evolução dos custos originou o menor lifting cost da empresa, alcançando US$11,1/barril vs (US$11,2/barril no 1T22). Empresa fechou o trimestre com caixa líquido de US$190 milhões, uma redução de US$158 milhões vs 1T22. Observamos essa queda na posição de caixa com muita naturalidade tendo em vista o pagamento da assinatura da aquisição do Campo de Albacora Leste (US$293 milhões) e a última parcela de Wahoo à British Petroleum (US$37,5 milhões). Considerando a geração de caixa recorrente no trimestre (Fluxo Operacional – Investimentos Recorrentes – Impostos – Resultado Financeiro), a geração de caixa livre recorrente teria sido de c. R$900 milhões (c. 16% de rendimento em termos anualizados, sem considerar o incremento de produção que a empresa vai ter ainda esse ano com resultado da revitalização de Frade, conforme mencionado anteriormente ao longo do documento). Com operacional recorde, o lucro líquido foi de US$141 milhões (vs. US$79,5 milhões no 2T21).