Conclusão
Seguimos com a recomendação de COMPRAR para PRIO3. O Investor Day reforçou que a PRIO entra em 2025-2026 com uma agenda operacional e financeira altamente transformacional, sustentando uma visão construtiva para a tese de longo prazo. A futura política de dividendos (a ser anunciada até o final do 1º semestre de 2025) marca a transição da companhia para um estágio de maturidade, sustentado por geração de caixa robusta, balanço saudável e crescente previsibilidade operacional. Em paralelo, a disciplina de capital permanece inalterada: a empresa continuará priorizando projetos com TIR real mínima de 20%, rejeitando M&As que não atendam aos critérios de retorno ou que pressionem desnecessariamente a alavancagem.
Do ponto de vista operacional, o Investor Day confirmou os principais vetores de criação de valor: (I) Wahoo avança de forma alinhada ao cronograma, com início de produção previsto para março/abril de 2026 e volumes em linha com as expectativas, (II) Peregrino apresenta um dos maiores potenciais incrementais de valor via captura de sinergias, redução massiva de custos (de ~US$600 milhões/ano para ~US$252 milhões/ano) e possibilidade de destravamento de até 350 milhões de barris de OIP ao longo do redesenvolvimento, e (iii) Albacora Leste e Frade seguem evoluindo na confiabilidade operacional, construindo a base necessária para suportar o novo ciclo de produção ampliada. A companhia também demonstrou avanços relevantes na estratégia comercial ao reduzir descontos via otimização de blends, ampliando mercados e fortalecendo margens. A convergência desses fatores (aumento esperado de produção, queda estrutural de custos, maior previsibilidade de caixa e disciplina na alocação de capital) sustenta a visão de que 2026 será um ponto de inflexão após 2024-2025 marcado por problemas relacionado a licenciamento ambiental.
Dividendos & Ajustes!
Dividendos! A apresentação começou com algumas informações propositivas para tese da empresa e, possivelmente, uma das mais interessantes e esperada pelos acionistas: dividendos! A empresa está trabalhando na formatação de uma política de dividendos a ser divulgada até o final do 1º semestre de 2025. Tal decisão aconteceria após muitos anos de operação e uma série de aquisições bem sucedidas e o management enxergar ser capaz de ver a empresa gerar caixa em um volume considerável a ponto de se suportar o seu plano de investimentos, eventuais aquisições e ao final do processo, distribuir dividendos aos acionistas. Foi mencionado que os dividendos deverão estar condicionados as métricas tradicionais do setor (endividamento, preço do petróleo, geração de caixa, etc),, o que observamos com muita naturalidade.
Crescimento! A empresa mencionou algo razoavelmente em linha com outros eventos/conference call: o crescimento só acontecera sobre termos razoáveis mínimos de alocação de capital (taxa interna de retorno 20% em termos reais, desalavancado) – inclusive mencionando que chegou a declinar oportunidades de M&As recente devido ao atual endividamento da empresa e o não atendimento mínimo de retorno esperado. O foco da empresa segue sendo o desenvolvimento de Wahoo e aumento de eficiência de Albacora Leste.
Wahoo | Foco da emprea segue sendo no desenvolvimento do ativo, com início da produção esperada entre março/abril de 2026. De acordo com a apresentação, os volumes esperados estão em linha com o que o esperado e a tão aguardada produção de 40k bpde deve se materializar sem maiores problemas.
Peregrino & Sinergias | A empresa espera alcançar produção de até 107k bpde no ativo (com média de 100k bpde ao longo de 2026) após a perfuração de até 3 poços ao longo de 2026. De acordo com a empresa, o plano de desenvolvimento do ativo deve seguir sendo aquele do operador original enquanto o modelo proprietário para o reservatório vai seguir sendo desenvolvido. Outro ponto importante: custos! Atualmente o ativo opera com US$51 milhões/mês (c. US$600 milhões ano) e a Prio espera reduzir estes custos para apenas US$252 milhões/ano ao longo de 2026 via corte G&A, logística, substituição diesel por gás natural e outras. Ainda de acordo com a apresentação o ativo teria pelo menos 350 milhões de barris de oil in place ainda a ser destravado via novas perfurações no futuro. Por último, a empresa citou que o fator de recuperação total do reservatório é de 7,4% vs FR final esperado de 12,7% – o que é considerado baixo. O fator de recuperação médio da bacia de campos é de 20-22% vs c. 30% ao redor do mundo. Sendo assim, novos volumes comerciais podem ser acessados ao longo do tempo. Em relação a parada técnica enquanto o ativo ainda estava sob operação da Equinor, foi mencionado o fato da empresa ainda seguir buscando uma solução quanto a essa questão.
Frade & Polvo | Para Frade, a empresa espera atualizar os modelos dos aitivos com base nas campanhas recentes de produção e espera retornar com injeção de água para sustentação na produção dos ativos. Novas perfurações deverão acontecer apenas em 2027.
Albacora Leste | O ano de 2025 foi marcado pelos primeiros resultados da sísmica 4D e atualização de modelos de reservatórios e recuperação de injetores. Para 2026, a empresa espera terminar as atualizações dos modelos finalmente obter os programas de perfuração e compleção do ativo, que devem ser iniciados apenas em 2027, com entrada em produção de Arauça. O ativo possui atualmente um fator de recuperação de apenas 12% vs FR final esperado de 20%. Como mencionado anteriormente, a empresa considera esse fator de recuperação baixo vs resto do mundo e acredita que pode incrementar esse indicador ao longo do tempo.
Comercialização | O novo braço de comercialização reduziu o desconto comercial com uso de blends entre os diferentes petróleos (em termos de densidade) produzidos pela empresa, facilitando assim o a abertura de novos mercados para Prio.

