Conclusão
Seguimos com a recomendação de COMPRAR para as ações da PRIO3. Acreditamos que o atual nível de preços já reflete a recente queda nos preços do petróleo – que já saiu do fundo e pode seguir evoluindo a depender das negociações com a China e EUA relacionada ao processo de tarifação. Vemos a empresa negociando EV/EBITDA 25E 2,8x e entregando um rendimento de fluxo de caixa 25-26E de 14%-24%, respectivamente, com o incremento do fluxo de caixa derivado do reflexo da entrada operacional do campo de Wahoo (esperada agora para 1T26) e incremento de volumes derivado do redesenvolvimento dos demais campos.
Como principais gatilhos de valor, citamos: I) Eventual recuperação dos preços do brent caso o acordo EUA-China caminhe para termos razoáveis, II) entrada operacional do campo de Wahoo e retorno produtivo derivado dos workovers/redesenvolvimento no campo de de Tubarão Martelo após a recente anuência do IBAMA, III) acreditamos que o prêmio na avaliação da PRIO3 vs PETR4 foi praticamente eliminada à medida que o crescimento da empresa deixou de se materializar devido aos atrasos nos licenciamentos ambientais em ambos os ativos descritos anteriormente. No mais, apesar dos pesares, acreditamos que a performance recente da empresa diz mais respeito a fatores externos do que a qualidades que julgamos necessárias e nem de longe imaginamos
Queda no preço do Brent & Certificação de Reservas | Valuation!
Esse update apropria principalmente I) a nova curva do preço de petróleo, II) estimativas publicadas em sua nova certificação de reversas e III) apenas ações em circulação. Para fins de conservadorismo, estamos considerando um câmbio US$1=R$5,5 ao longo de todo. Dentre as
Dividendos? Possivelmente não!
A empresa fechou o 4T24 com uma dívida líquida de US$2,5 bilhões, alcançando uma relação dívida líquida/EBITDA de 1,2x – como reflexo da recente aquisição do campo de Peregrino, que a empresa desembolsou US$1,9 bilhões. De acordo com as nossas estimativas, a empresa deve encerrar o ano de 2025 com dívida praticamente zerada – o que daria espaço para a empresa começar a distribuir dividendos. Entretanto, considerando é preciso ter em mente que a empresa sempre priorizou recompra de ações vs pagamento de dividendos – o que concordamos, tendo em vista o valor que enxergamos no case. Dito isso, é importante ter em mente que após a aquisição minoritária no Campo de Peregrino, acreditamos que a próxima movimentação natural da empresa seria adquirir o controle dos 60% restante. O campo é operador pela Norueguesa Equinor.
Recompra de ações!
Após as recompras recentes, a empresa detém 116,3 milhões de ações em tesouraria. Tal volume representa quase 13% do total de ações da empresa. Acreditamos que a empresa deve seguir realizando recompras ao longo do ano – de maneira mais moderada, a medida que o processo de desalavancagem avançar. Acreditamos que o destino natural dessas ações é o cancelamento e com geração de valor natural aos acionistas da empresa. Já consideramos em nossa avaliação apenas as ações que não estão na tesouraria.
Queda no preço do brent! Qual o custo-caixa da empresa?
Em nossa análise preliminar (para maiores detalhes, clique aqui – Petróleo & Gás | Preço do Brent despencando! É para se preocupar?), colocamos em perspectiva o nível de endividamento e os respectivos lifting costs de cada uma das empresas sob nossa cobertura para entendermos o risco de cada uma das empresas em caso de queda dos preços do brent. Nesse tópico vamos fazer análise dos preços de equilíbrio das empresas (break-even points) para entendermos como a queda no preço do petróleo afetam a empresa.
Vamos calcular o preço do equilíbrio sob os seguintes pontos de vista: I) custos operacionais + Depreciação, II) Despesa Financeira + amortização da dívida e IV) Investimentos. Cada uma essas linhas serão divididas pelo volume esperado de produção da empresa. O objetivo é entender as “camadas” de custos da empresa e o quão “protegida” está a empresa caso o preço do brent siga caindo. Como podemos observar na tabela 11 e 12 do nosso gráfico, vemos o preço do brent de equilíbrio c. US$40/barril e declinando ao longo dos anos.