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    Publicado em 02 de Maio às 23:47:38

    BBSE3, PSSA3 e IRBR3 | 1T22: O que esperar do resultado das seguradoras? 

    O resultado que mais nos anima entre as seguradoras é da BB Seg. A melhora do resultado financeiro das controladas deve favorecer o crescimento do lucro em mais de 2 dígitos a/a. O ano também deverá ser positivo com avanço de lucro robusto de 30,1%. Apesar de ainda pressionada pelo seguro rural, a sinistralidade deve melhorar gradativamente ao longo dos trimestres. 

    A Porto deve ter um resultado fraco no 1T, muito impactado pela elevada sinistralidade do auto e performance financeira fraca. O cenário desfavorável no curto-prazo justifica trocarmos a nossa favorita do setor de seguros para BB Seg e aumenta o horizonte de nossa tese de crescimento de lucro para Porto, que deve melhorar o desempenho no 2S22 e 2023. Esperamos que a reprecificação dos seguros e melhora do resultado financeiro contribuam para avanço do lucro nos próximos trimestres, justificando mantermos a recomendação de COMPRAR. 

    O IRB seguirá com resultados pressionados pela sinistralidade do resseguro rural e dos contratos descontinuados. Os subsequentes prejuízos, necessidade de capital e rentabilidade incerta ainda nos deixam negativos com a empresa. 

    De maneira geral a nossa expectativa para o resultado das seguradoras é mista. Apesar da melhora no resultado financeiro pela alta da Selic já refletirem nos balanços do 1T, exceto para Porto, a sinistralidade ainda pressionada deve frear avanço do lucro. 

    BB Seguridade: ajudada pela selic

    A BB Seguridade deverá ter o melhor resultado dentre as nossas coberturas de seguradoras, puxada pelo melhor resultado financeiro de suas coligadas, com destaque para a Brasil Prev. Esperamos um lucro caindo 6,3% t/t e crescendo 17,8% a/a. A Brasil Seg (principal unidade de negócios junto com a corretora) ainda deve ter uma sinistralidade pressionada, principalmente no seguro rural. Ou seja, trimestre apesar de bom, deve ser o mais baixo do ano em termos de lucro.  

    Para a Brasil Seg esperamos um crescimento marginal de lucro de 17,1% a/a, mas uma queda de 28,1% t/t. Mesmo com expectativa prêmios prestamistas ainda fracos, os prêmios totais devem continuar crescendo bem a/a. Esperamos um crescimento forte nos prêmios do seguro rural e vida, respectivamente. Para o ano estamos positivos com o resultado da Brasil Seg, em função da expectativa de normalização da sinistralidade e melhor resultado financeiro. Em 2021, a sinistralidade foi impactada por eventos climáticos no seguro rural e pela pandemia no seguro de vida. O resultado financeiro deve ser impactado pela elevação da selic média da faixa entre 4-5% em 2021 para entre 11-12% em 22. 

    A Brasil Prev deve manter a melhora considerável de lucro a/a. Esperamos crescimento de lucro de 39% a/a, puxado pela melhora do resultado financeiro. O fechamento de grande parte do descasamento entre IPCA e IGP-M deve contribuir com o resultado financeiro. Do lado negativo, podemos ter um baixo crescimento ou até queda na capitação líquida. O cenário econômico desafiador vem gerando um maior volume de saques, prejudicando a captação líquida. Para o ano estamos otimistas com a Brasil Prev, dada expectativa de continuidade do melhor resultado financeiro a/a. Apesar do resultado bom, o financeiro pode trazer volatilidade durante o ano, trazendo risco para nossa visão otimista para o lucro da BB Seg.

    Não esperamos muitas surpresas na Brasil Cap e na corretora. As despesas gerais da corretora podem ter um ligeiro aumento em função dos resgates da Brasil Prev, que geram uma reversão das comissões. A performance comercial fraca em prestamista na Brasil Seg também pode impactar comissões da corretora. 

    No ano, estamos otimistas com a BB Seg, em função da: (i) melhora do resultado financeiro com a alta da Selic e perspectiva de fechamento do descasamento entre IPCA e IGP-M, e; (ii) normalização da sinistralidade da Brasil Seg, que tinha sido impactada pela COVID. Ao valuation de 10,03x P/L 22, reiteramos a nossa recomendação de COMPRAR. A companhia apresentou um bom guidance de crescimento operacional entre 12 e 17%. 

    Porto Seguro: pico de sinistralidade

    A Porto Seguro deve ter um resultado fraco no 1T. Esperamos uma queda de lucro de 43,6% a/a e 43,9% t/t. Os dados da SUSEP indicam um resultado financeiro ainda pressionado e um pico da sinistralidade nesse trimestre. A alta inflação da tabela FIP eleva os custos dos sinistros da Porto Seguro. O preço das peças subiu 20% no último ano e dos carros 15%.  

    Segundo dados da SUSEP, a sinistralidade no segmento auto da Porto chegou a atingir pico de ~69% em jan/21 e já vem arrefecendo em fevereiro. Os serviços financeiros da Porto devem ser impactados pela elevação da inadimplência, assim como observamos no 4T21. Do lado positivo, continuamos esperando um bom crescimento nos prêmios em todos os segmentos (auto, vida, saúde e patrimonial). 

    Apesar do resultado fraco no trimestre continuamos otimistas para o ano em função da: (i) perspectiva de melhores receitas financeiras com elevação da Selic média; (ii) reprecificação da carteira, que deverá reduzir a sinistralidade ao longo de 2022, e; (iii) crescimento de receitas, tanto no seguro auto e em outras linhas de negócio. Dada perspectiva de recuperação e valuation atrativo de 9,2x P/L 22 mantemos a recomendação de COMPRAR. 

    IRB: ainda no vermelho

    Por fim, o IRB deverá ter resultados fracos no 1T. Esperamos um prejuízo de R$ 55m. Segundo dados da SUSEP, o IRB apresentou um prejuízo de R$ 47m em janeiro e fevereiro. Os resultados foram impactados pela ainda elevada sinistralidade, impactada pelos contratos descontinuados (efeito-cauda) e eventos climáticos no rural.  

    O resultado financeiro do IRB deve contribuir positivamente com o resultado do trimestre e do ano, dada elevação da selic média da faixa entre 4-5% em 2021 para 11-12% em 2022. Além disso, esperamos uma gradativa melhora da sinistralidade no ano. 

    De uma forma geral, seguimos pouco otimistas com o IRB para 2022. Dentre as razões estão: (i) constante consumo de capital e necessidade de novos aportes; (ii) continuidade dos impactos de contratos descontinuados (efeito cauda); (iii) incerteza em relação ao ROE (retorno sobre patrimônio) de longo prazo; e, (iv) pressão na sinistralidade do seguro rural. Ao valuation de 0,9x P/VP 22 reiteramos a recomendação de VENDER. 

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