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    Publicado em 02 de Fevereiro às 22:42:10

    Indústria | Prévia de Resultados 4T22: RAPT4 e TUPY3

    Esperamos um trimestre neutro para o setor de autopeças, com alguns pontos positivos equilibrando o que naturalmente é um trimestre mais fraco por conta da sazonalidade. Além de um enfraquecimento na demanda, o trimestre costuma ter menor uma quantidade de dias úteis, que, somados, reduzem a produção de veículos e implementos e a diluição de custos fixos.

    No Brasil, o 4T22 foi marcado por uma aceleração na produção por parte das montadoras de pesados. Usualmente, o quarto trimestre é marcado por quedas nos volumes produzidos devido às paralisações por férias coletivas, porém com a eminência da mudança de regulamentação da norma de controle de poluentes (Euro 5 para Euro 6) observamos a manutenção dos níveis de produção. Destacamos que a chegada dos novos caminhões Euro 6, irá gerar um aumento no preço médio do caminhão. Como consequência desse aumento, esperamos uma desaceleração no 1T23.

    Os emplacamentos de implementos recuaram cerca de 9% t/t e 7% a/a, enquanto a produção de caminhões se manteve estável em relação ao 3º trimestre e subiu 11,4% a/a, o que deverá balancear os resultados das empresas. A maior desaceleração veio no segmento de comerciais leves, onde a fabricação recuou 30% t/t e 11% a/a.

    Já no mercado externo, tivemos uma alta considerável na produção de veículos caminhões e comerciais pesados, o que, somado a um dólar médio relativamente elevado durante o trimestre, deverá ajudar a receita externa de empresas exportadoras.

    Nos EUA, a venda de caminhões leves e pesados subiu 6,4% t/t e 9,1% a/a, enquanto a venda de tratores recuara em ambas as comparações (-9,2% t/t e -15,5% a/a). Também quando falamos de tratores, observamos que o preço daqueles voltados principalmente para construção começou a recuar no final do ano, o que, aliado a menos vendas no período, nos indica um possível arrefecimento na sua demanda.

    Na Europa, tivemos melhoras em praticamente todos os segmentos quando comparamos com o 3T22. As vendas de veículos comerciais leves subiram 12,2% t/t e caíram 10% a/a, enquanto os registros de comerciais pesados subiram em relação ao trimestre e ano passado (+14,5% t/t e +13,1% a/a).

    Randon (RAPT4)

    Esperamos um trimestre neutro para Randon. O menor número de dias úteis durante os últimos meses, aliados a uma redução no número de emplacamentos, deverá prejudicar a divisão montadora. Além disso, a estratégia adotada pela empresa nos últimos trimestre visando manter sua liderança de market-share deve continuar comprimindo suas margens.

    Destacamos que a Randon deverá apresentar receitas advindas de sua recente aquisição da Hercules, empresa voltada para a produção de semirreboques sediada nos EUA. Com isso, esperamos um leve aumento na proporção de implementos destinados ao mercado externo.

    Já nos segmentos de autopeças, a manutenção da produção de caminhões deverá ajudar a manter a receita e margens em patamares relativamente altos. Entretanto, ressaltamos que, muito provavelmente, devido ao maior número de paradas no trimestre (menor diluição de custo fixo), a margem reportada deverá ser menor do que a que foi divulgada no 3º trimestre de 2022.

    Com isso, acreditamos que, apesar da queda nas margens, a chegada do Euro 6 e uma maior recomposição de estoques por parte das montadoras deve fazer com que o segmento de autopeças seja o principal destaque do trimestre.

    Estimamos uma receita líquida consolidada de R$ 2,87 bilhões (+12,9% a/a e -6,0% t/t) e um EBITDA de R$ 321 milhões (+24,1% a/a e -23,5% t/t), além de um lucro líquido de R$ 86 milhões (-43,6% a/a e -41,4% t/t).

    Tupy (TUPY3)

    Assim como para Randon, esperamos um trimestre relativamente neutro para Tupy. Acreditamos que a queda na produção por conta da sazonalidade deverá afetar principalmente a receita interna da empresa. Por outro lado, a mistura de crescimento e quedas nas produções dos EUA e Europa devem, de certa forma, compensar a perda de produtividade no mercado interno.

    Destacamos que esse trimestre será o primeiro em que teremos uma base de comparação anual cheia em relação a Teksid, adquirida pela companhia no final de 2021. Ademais, foi divulgada a conclusão da aquisição da MWM no final de novembro, o que nos leva a acreditar que já teremos o impacto relativo ao mês de dezembro, o que representaria um aumento de pouco mais de R$ 200 milhões na receita da Tupy. Já no EBITDA, esperamos uma contribuição menor devido às margens um pouco menores (entre 6 e 7%) da empresa recém adquirida. Com isso, esperamos um acréscimo de pouco mais de R$ 12 milhões no EBITDA reportado por conta da aquisição.

    Por conta do método de contabilização da empresa (First in – First out), a Tupy deverá reportar quedas nas margens frente ao 3º trimestre. Isso ocorre, pois a empresa comprou uma matéria-prima a um preço relativamente mais alto nos trimestres passados, e, por outro lado, deverá vendá-los a um preço mais baixo por conta da recente queda nos insumos.

    Por fim, esperamos que a companhia continue reduzindo seu ciclo de conversão de caixa assim como foi no 3T22, o que deve continuar a gerar resultados positivos no que diz respeito a geração de caixa.

    Projetamos uma receita líquida de R$ 2,25 bilhões (+9,4% a/a e -16,4% t/t). O EBITDA projetado totaliza R$ 249 milhões (+17,1% a/a e -18,1% t/t) e nosso Lucro Líquido do trimestre somou R$ 104 milhões (+69,9% a/a e -46,9% t/t).

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