Resultado acima do esperado!
Seguimos com a recomendação de MANTER em TRPL4. Gostamos do 3T22 apresentado pela empresa, não apenas do ponto do vista estritamente dos números operacionais (que veio acima das nossas estimativas por motivos que vamos destrinchar nos próximos tópicos) mas também por alguns pontos que observamos como fundamentais para tese da empresa. Primeiramente, citamos a consolidação de projetos que estavam em desenvolvimento e que finalmente passam a gerar receitas para empresa. Além disso, citamos também o expressivo investimento em Reforços e Melhorias (R&M) não apenas no trimestre como ao longo de todo o ano, alcançando números recordes. Vale lembrar que R&M são investimentos autorizados pela ANEEL que a TRPL tem o direito de realizar em suas operações e adicionar uma receita pré-estabelecida em suas operações sem a necessidade de participação em leilão – ou seja, um diferencial competitivo muito interessante em um momento marcado por grande competição nos leilões públicos da ANEEL. Por ora, preferimos outros nomes no setor de transmissão de energia elétrica e adiantamos que estamos trabalhando na atualização dos nossos números para o case da TRPL.
Detalhamento do Resultados 3T22
EBITDA em acima do consenso. A empresa fechou o 3T22 com uma receita regulatória de R$919,3 milhões (+21,2% a/a) e EBITDA regulatório de R$743 milhões (+31,5% a/a), acima das nossas estimativas e do consenso do mercado. Como principal motivo para tal evolução nas receitas, ressaltamos: I) o reajuste das RAPs das linhas de transmissão que acontecem sempre no meio do ano por índices inflacionários – que foi especialmente alto nesse ano, acima das nossas estimativas (+11,9% a/a e +15,4% ex-RBSE) e II) Impacto positivo de novos R&M, (que vem evoluindo de maneira expressiva nos últimos trimestres), principalmente. O EBITDA regulatório alcançou R$743 milhões (+31,5% a/a), devido principalmente a evolução das receitas mas também por um outro trimestre primoroso da empresa no que diz respeito ao controle do PMSO (pessoal, material, serviço de terceiros e outros), ou seja, os custos gerenciáveis da empresa. O PMSO ficou em R$156 milhões, subindo apenas +1,1% a/a, mesmo em um ano marcado por inflação em dois dígitos. Ainda sobre os custos, um detalhe não pode passar desapercebido: o acordo coletivo dos trabalhadores foi postergado para o 4T22, fazendo com que essa linha fosse “artificialmente” beneficada e esse nível de custos não deve ser tratado como recorrente. Nesse trimestre, o resultado financeiro foi suavizado devido ao arrefecimento da inflação, o que ocasionou uma redução no custo da dívida (-R$125 milhões vs -R$159 milhões 3T21). O endividamento ficou em R$7,2 bilhões no 3T22, alcançando um índice de dívida líquida/EBITDA 12M de 3,1x (vs 3,5x no 2T22). O lucro líquido no 3T22 foi de R$386 milhões (vs. R$188 milhões no 3T21).
Conforme comentamos na primeira estrofe, um dos destaques do trimestre foi a quantidade de investimentos em Reforços e Melhorias, que alcançou R$537 milhões nos 9M22 (vs. R$243 milhões nos 9M21). Como já comentamos, esses investimentos gerarão uma RAP adicional à empresa de aproximadamente 10% do valor investido e é um diferencial competitivo muito interessante à tese de investimento da CTEEP à medida que o crescimento não necessariamente deve vir de lotes adquiridos em processos competitivos. Atualmente, os investimentos já aprovados pela ANEEL em Reforços e Melhorias até 2027 é de R$5,5 bilhões e tal valor deve ser executado pela empresa ao longo desse período.