Os resultados vierem acima do esperado, recebendo uma avaliação de 4 estrelas. A empresa reportou números muito fortes, mesmo com o volume afetado pela falta de semicondutores. A receita líquida de R$ 1,65 bi foi recorde, a maior da história da empresa. Destaque positivo para a receita líquida no Brasil, crescimento de 15,7% e para o segmento voltado para Transporte, Infraestrutura & Agricultura com um aumento de 18% nas vendas. Como esperávamos, as vendas para o segmento de veículos comerciais cresceram de maneira robusta, 35% na comparação com o 1T21. As receitas provenientes apenas dos segmentos de máquinas e veículos off-road cresceram 36% na comparação com o 1T21.
Resultado 4 estrelas
O EBITDA Ajustado reportado foi de R$ 186 m, enquanto o consenso esperava R$ 136 m, contra R$ 156 m projetado por nós. EBITDA foi ajustado principalmente por conta de despesas à venda de inservíveis e outros custos. Os aumentos nos preços dos produtos, combinados aos fortes volumes de vendas do primeiro trimestre impulsionaram o crescimento da receita líquida, porém impactaram negativamente as margens da empresa. A margem EBITDA ficou em 11,7% no 2T21. Quando olhamos para o Lucro Líquido, a empresa reverteu um prejuízo de R$ 14,9 m do trimestre anterior, com resultado de R$ 31,5 m no 2T21. Entretanto, o lucro foi impactado positivamente em R$ 7 m pelo benefício fiscal por conta do pagamento de JCP e R$ 18 m por efeitos de variação cambial.
Mesmo como esses problemas no setor automobilístico, acreditamos que a demanda por bens de capital deve seguir subindo nos próximos anos nos principais mercados de atuação da empresa. O aumento subsequente nos preços de matéria-prima impactou as margens da empresa. Embora a empresa tenha contratos protegidos por cláusulas de repasse de preço, o repasse ocorre com um atraso de 3 meses, portanto devemos ver impactos positivos no próximo trimestre, em um movimento de desvalorização das matérias-primas, oposto ao que ocorreu no 2T21.
Pontos Positivos
- O resultado aponta para uma tendência positiva na demanda pelos produtos da empresa, que segue firme mesmo com toda pressão existente na cadeia produtiva;
- A forte demanda por bens de capital deve seguir subindo nos próximos anos dentro dos principais mercados de atuação da empresa;
- Em outubro, a empresa assume as operações da Teksid, devemos ver volumes mais fortes no segundo semestre;
- Empresa está em um bom momento operacional, com uma geração de caixa operacional de R$ 44 m, vs. R$ 9 m no 1T21. O indicador de alavancagem financeira Dívida Líquida/EBITDA acumulado nos últimos doze meses atingiu o valor de 0,93x.
Pontos Negativos
- Os resultados poderiam ter sido melhores, não fossem os reflexos da escassez de semicondutores e outros insumos na cadeia produtiva;
- Destaque negativo para o mercado externo no segmento de Transporte, Infraestrutura & Agricultura, teve uma queda 3% das vendas;
- Embora a empresa tenha contratos protegidos por cláusulas de repasse de preço, a defasagem de 3 meses no repasse prejudicou as margens.