Olhando para o final do ano, nos deparamos com um trimestre que é sazonalmente mais fraco devido às paradas para férias coletivas no setor industrial, o que impacta tanto os volumes produzidos quanto a demanda. Porém, os principais indicadores de atividade apontam para a manutenção da receita total do setor. Acreditamos que essas reduções de volume, acabaram sendo compensadas não só pelos novos repasses de preços, como também pela valorização cambial, garantindo a manutenção das receitas.
Além disso, esperávamos que os impactados da variante ômicron fossem sentidos, e que os níveis de produção fossem afetados com maior intensidade, porém, de modo geral, isso não ocorreu.
Do lado de motores, a demanda segue sendo impulsionada pelo mercado global de commodities, garantindo um bom backlog de pedidos para os próximos anos. Do lado de renováveis, observamos aumentos relevantes dos custos de materiais, tanto metálicos quanto compósitos. Esses aumentos devem seguir colocando pressão nas margens de produtos como aerogeradores, pás eólicas e painéis fotovoltaicos.
O volume demandado, ainda favorece o repasse de preços, mas por quanto tempo isso permanecerá?
- Curto Prazo: Os índices de compras no setor da manufatura (PMI) apontam para uma redução do otimismo no setor, embora acima da linha de confiança.
- Longo Prazo: As projeções de capacidade instalada para as fontes de energia solar e eólica ainda apontam para um crescimento muito robusto nos próximos anos, seguimos otimistas.
As revisões nos preços alvo são reflexos de novas premissas macroeconômicas que acabaram impactando a taxa de desconto das empresas.
WEG (WEGE3)
Preço alvo antes: R$ 36,25
Preço alvo agora R$ 34,50
Esperamos resultados estáveis, em linhas com os reportados no 3T21, porém com margens menores. No mercado interno, a liderança ajuda no repasse de preços o que deve preservar as margens nos negócios de motores elétricos. Já no segmento de renováveis, os aumentos dos custos das matérias-primas, e a maior representatividade das receitas de aerogeradores e painéis solares (produtos menos verticalizados) devem resultar em nova redução de margens operacionais.
Assim como no trimestre passado, esperamos que os produtos de ciclo longo sigam com bom desempenho, puxados pelo bom momento do mercado de global de commodities. Ao longo do trimestre, vimos um bom volume de investimentos do agronegócio e dos setores de mineração, óleo & gás, papel & celulose. O desempenho no mercado externo, pode vir pior em termos de margem, mas com um compensação nas linhas de receita por conta do câmbio favorável.
Aeris (AERI3)
Preço alvo antes: R$ 10,85
Preço alvo agora R$ 8,80
Como reportado pela empresa no último resultado, devemos observar uma boa melhora nas margens, principalmente por conta da maturação de algumas linhas de produção importantes. Já o resultado operacional, deve ficar abaixo do reportado no 3T21, por conta de um problema de projeto reportado em uma das linhas de produção, o que impactou negativamente os volumes. Mesmo com algumas restrições por conta da variante ômicron, esperamos um aumento na receita de serviços mais significativo. As margens poderiam ter sido melhores não fossem os preços de materiais compósitos em patamares elevados e o frete alto.
Além disso, no 4T21 aconteceram, os ajustes de preço de alguns contratos o que contribuiu para a melhora das margens. Estamos projetando uma entrega de sets (grupos de 3 pás) 5,6% inferior ao 3T21, cerca de 171 sets no 4T21 vs. 181 no 3T21, com queda na capacidade fornecida, 720 MW.