Vamos dar uma passada de pano
Seguimos com a recomendação de COMPRA em RRRP3. Vamos manter uma toada muito similar aos trimestres passados: apesar do resultado abaixo das nossas estimativas e do consenso do ponto de vista estritamente operacional, observamos evolução na tese de investimento da empresa com a consolidação de mais dois ativos que estavam anteriormente em transição (Polo Peroá e Fazenda Belém). Por outro lado, ainda enxergamos a empresa entregando resultados abaixo das nossas estimativas devido I) produção do Polo Macau ainda aquém do seu nível esperado devido a questões pontuais em suas operações, II) A consolidação dos ativos cujo as aquisições foram concluídas nesse trimestre também impõe uma dor de curto prazo à empresa a medida que os ativos vem com uma estrutura de custos ainda não otimizada e sem o impacto correspondente em receita derivada do aumento de produção e, por último, III) aumento da estrutura corporativa/pessoal da empresa para receber a consolidação de todas as operações – sim, os mesmos pontos do trimestre passado e, por último, IV) postergação da conclusão de Papa-Terra para o 4T22. Entretanto, para além do resultado estritamente operacional, nossa confiança no case da empresa advém do momento de consolidação dos ativos – e que deve ser seguido por um aumento da produção em um prazo de tempo relativamente curto, se considerarmos o que já foi feito nos ativos adquiridos via-a-vis um valuation ainda descontado (RRRP3 negocia a EV/P2 US$ 5 vs US$7 pares com operações na américa latina e Prio > US$12 EV/P2). Por último, vale mencionar que o principal ativo da empresa deve ser consolidado apenas no 1T23 (Polo Potiguar), representando praticamente 42% das reservas P2 da empresa e que o financiamento para sua aquisição já foi encaminhado nesse trimestre.
Detalhamento 3T22
EBITDA abaixo do consenso. A receita alcançou R$502 milhões (161% a/a), alcançando seu pico histórico dentro da empresa. Tal resultado foi possível devido ao incremento no volume apresentado pelos campos já operados pela empresa somados à consolidação de dois dos ativos adquiridos pela empresa no trimestre. Sendo assim, o volume produzidos alcançaram 16,1k bpd (vs. 12,2k bpd no 2T22). Ainda sob o ponto de vista da produção, salientamos uma vez mais a produção do Polo Macau que por questões técnicas vem produzindo razoavelmente abaixo do seu pico de produção (7,2k bpd no 1T22) e atualmente vem produzindo 5k bpd. O preço médio de venda ficou em US$88,4/barril (vs US$102,7 no 2T22). Os custos operacionais aumentaram mais que proporcionalmente à receita (R$271 milhões no 3T22, +228% a/a) devido a consolidação dos ativos Peroá, Fazenda Belém e reconhecimento dos “números cheios” do Polo Recôncavo e outros eventos pontuais. Como já mencionado, as despesas gerais e ADM também expandiram devido a contração da profissionais para os seus quadros. O EBITDA do trimestre foi de R$192 milhões (+83,6% a/a). Neste trimestre, o resultado financeiro foi positivo em R$186 milhões, revertendo os resultados negativos dos trimestres anteriores devido a reversão das despesas dos contratos de derivativos que a empresa tem relacionadas ao preço do petróleo onde, com a queda da commodity no período, o impacto neste trimestre foi positivo na receita financeira, que fechou em R$186 milhões. Sendo assim, o lucro líquido no 3T22 foi de R$469 milhões – impressionante, mas com um “mãozinha” do resultado financeiro.