3R PETROLEUM

    Ações > Óleo e Gás > 3R PETROLEUM > Relatório > 3R Petroleum (RRRP3) | 3T23: “Check” em quase todas as caixas!

    Publicado em 09 de Novembro às 01:10:21

    3R Petroleum (RRRP3) | 3T23: “Check” em quase todas as caixas!

    Finalmente!

    Permanecemos com a recomendação de MANTER. Nossa recomendação é baseada que apesar da impressão de “virada de mão” do ponto de vista operacional que esse trimestre trouxe aos resultados da empresa, ainda existe muito trabalho a ser feito. Apesar das boas novas, é importante mencionar que a empresa ainda tem muito o que entregar para acharmos o case simplesmente “redondo” e com riscos mitigados (mais detalhes sobre isso adiante). Por último, vale citar que apesar dos pesares, a avaliação da empresa segue extremamente deprimida versus pares: RRRP3 negocia a US$5,4 EV/P2 vs US$12,8 EV/P2 no caso da PRIO3. Imaginamos que uma melhoria contínua no operacional da empresa deva fazer com que esse desconto venha a ser fechado, ainda que parcialmente tendo em vista o momento operacional que a PRIO3 e a percepção do nome como case premium do setor.

    Finalmente, após uma série de resultados trimestrais desafiadores, achamos os números reportados no 3T23 como positivos para tese da empresa. Para além dos números acima do consenso, citamos aqui os pilares que fizeram com que a empresa fizesse “check” em boa parte dos pontos que julgamos mais importantes para sua tese:

    I) Preço de comercialização do brent e venda de gás

    Petróleo comercializado em melhores condições comerciais, significando menores deságios nos produtos vendidos vs preço do brent. No 3T23, o preço realizado foi de US$80,7 vs US$86,7 no brent. Ou seja, desconto em relação ao valor de referência de apenas US$6/barril (vs US$9,6 no 2T23 e US$17,5 no 1T23). De acordo com a empresa, tal condição foi derivada de maior escala e diversificação de região e produtos comercializados. Também chamamos a atenção para o nível de preços alcançado pelos contratos de gás: US$9,8/btu vs US$7,6/but no 2T23. Ambos os eventos ajudaram a propelir os resultados nesse trimestre.

    II) Produção: recorde, ainda que abaixo do previsto nas certificações de reserva

    De acordo com os dados de produção referentes ao mês de Outubro (que foram divulgados momentos antes dos números referentes ao 3T23), a empresa alcançou a produção de 45,8k boed (vs. média 42,7k boed no 3T23). Principais destaques do mês de Outubro, citamos a produção do Polo Macau (que retorna a níveis próximos ao pico de produção), Rio Ventura e Recôncavo – sendo estes dois últimos atingindo o pico de produção desde o início da sua série histórica.

    III) Lifting Costs

    O custo de extração alcançou US$18,5/barril, depois de dois trimestres acima dos US$20/barril. Tal número foi alcançado devido a diluição de custos derivado do incremento da produção e ausência de custos de transação no trimestre, tendo em vista a consolidação completa de todos os ativos da empresa, principalmente. Polo Papa Terra segue puxando essa média para cima (lifting cost apenas desse ativo foi de US$35,0/barril).

    IV) Novos contratos de Gás

    Nesse trimestre, a empresa fechou novos contratos de gás natural e preços mais atraentes em relação aos anteriores. Tal medida não apenas monetiza melhor a molécula da empresa como trás maior estabilidade a demanda desse segmento de negócio.

    Pontos de atenção: Em nossa leitura, os principais pontos de atenção do case diz respeito a geração de caixa, que segue pressionada devido ao incremento no volume dos investimentos necessários. Além disso, outra grande incerteza em relação ao case diz respeito ao certificado de reservas a ser publicado no 1T24. Nosso receio é que a necessidade de investimentos seja maior do que o esperado tendo em vista o redesenvolvimento ainda desafiador, principalmente do Polo Papa Terra.

    Detalhamento 3T23

    EBITDA acima do consenso. A receita alcançou R$2,3 bilhões (2,8x a/a), pico histórico da empresa. Tal resultado é derivado do incremento no volume de produção, consolidação do principal ativo da empresa (Polo Potiguar) e melhor monetização do petróleo e do gás natural produzido pela empresa. O volume produzido alcançou 42,7k bpd médios (vs. 14,9k bpd no 3T22) em um preço de venda média de óleo de US$80,7/barril (vs US$68,5 no 3T22).

    Os custos operacionais aumentaram (R$1,6 bilhões no 3T23, +497% a/a) devido a integração dos ativos adquiridos, principalmente os ativos de refino contido no Polo Potiguar). As despesas gerais e ADM expandiram devido a contração de profissionais para os seus quadros e consolidação de ativos. O EBITDA no 3T23 foi de R$828 milhões (+330% a/a).

    Os investimentos no trimestre também alcançaram o pico, ficando R$ 416 milhões. O fluxo de caixa livre da empresa (Fluxo de Caixa Operacional – Investimentos – Juros Dívida) foi negativo em R$142 milhões no trimestre. O que ainda consideramos preocupante tendo em vista o atual nível do brent.

    A empresa apresentou prejuízo de R$77 milhões. O principal motivo de tal resultado foi o resultado financeiro negativo em R$714 milhões. Dentro desse valor, pelo menos R$545,7 milhões foram de impactos não-caixa, principalmente da marcação a mercado dos contratos de derivativos que a empresa tem para se proteger da volatilidade de preços.

    Acesse o disclaimer.

    Leitura Dinâmica

    Recomendações

      Vale a pena conferir