Conclusão. Achamos que os dados de produção referentes aos mês de Outubro/22 foi negativo. Essencialmente, observamos a queda da produção equivalente com frustração à medida que, na média, o bom fluxo de notícias referente ao resultado do redesenvolvimento dos campos deve se interromper – pelo menos até o 1T23. A queda na produção foi derivada principalmente do Polo Macau, que devido a questões antigas relacionadas à medição na produção e outras questões pontuais fizeram com que a produção ficasse ainda abaixo do nível pós pico de produção de Setembro/22. Para além de Macau, outros Polos também apresentaram queda em sua produção por questões específicas a ser desenvolvidas ao longo da nota. Apesar da leitura negativa, essa nota se trata de uma análise mensal e tem claramente um viés curto-prazista. É importante ressaltar esse ponto por que, apesar das notícias pontualmente ruins, achamos que a queda nos papéis da 3R Petroleum foi exagerada no dia de hoje. É importante mencionar que do ponto de vista estrutural, o case permanece o mesmo e eventuais quedas na produção ou paradas técnicas não são necessariamente surpreendentes. Do ponto de vista positivo, citamos a clareza da empresa no que diz respeito ao estabelecimento de um cronograma mais claro em relação ao retorno da produção do Polo Macau. Permanecemos com a recomendação de COMPRAR nas ações da RRRP3, baseado no fato da empresa ainda negociar em níveis extramente descontados em relação à outros cases já plenamente operacionais (RRRP3 negocia US$5 EV/P2 vs US$7-8 EV/P2 em outros cases operacionais na América Latina) em meio à um momento de consolidação de ativos e expansão da produção e preços estruturalmente mais altos do barril de petróleo.
Produção: Negativo! Nossa leitura em relação aos dados de produção divulgados pela 3R é negativa – ainda que nossas perspectivas de médio-longo prazo sigam inalteradas. Nesse trimestre, a produção de barris equivalentes alcançada foi de 14,3k bpd, uma queda em relação ao pico de produção recorde no mês de setembro (16,4k bpd), devido a incorporação de ativos que tinham sido recentemente adquiridos (Peroá e Fazenda Belém) e da boa performance produtiva de outros ativos da empresa, como o Polo Rio Ventura que seguiu em uma tendência de crescimento da produção muito interessante desde a sua incorporação. Principais ativos responsáveis por tais quedas na produção foram o Polo Macau, Recôncavo e, por último – mas não menos importante – Polo Peroá. Vamos entrar em maiores detalhes ao longo dos próximos tópicos.
Polo Macau, Produção do Polo Macau alcançou 4,8k bpd no mês de Outubro/22, demonstrando uma queda em relação ao mês passado (5,9k bpd). Como mencionamentos em notas nos meses anteriores, tal decréscimo na produção vem desde Setembro/22 ao atingir o pico da sua produção e apresentar produção declinante nos meses seguintes. O principal motivo para tal queda, segue sendo o impacto de uma queda de energia ocorrida no Polo meses atrás, que acabou por afetar o processo de produção, medição e rateio da produção do Polo. Para além desse motivo – amplamente discutido em notas pregressas sobre a produção da empresa – citamos a redução da vazão e fechamento temporário de poços para substituição parcial do duto de escoamento para o ativo industria de Guamaré e testes e comissionamento de uma segunda planta de separação óleo-agua para o Polo. Adversidades no processo de redesenvolvimento de um campo não são incomuns desde que os mesmos sejam resolvidos em tempo razoável. Em relação a esse tema, vamos ter mais detalhes nos parágrafos seguintes.
Polo Recôncavo. A produção do Polo foi de 3,2k bpd (vs. 3,7k bpd e 4,3k bpd nos meses de setembro e agosto, respectivamente). De acordo com a empresa, tal declínio aconteceu devido ao processo de expansão do sistema de processamento e enquadramento do óleo que ainda operava sob os termos da antiga operadora (o ativo está sob operação da 3R desde Maio/22).
Polo Peroá. A produção foi o equivalente a 2,1k bpd (vs. 2,8k bpd em Setembro/22). O volume foi reduzido devido à menor demanda da compradora (flexibilização já considerada nos termos do contrato de venda da sua atual produção). Ainda de acordo com a nota, a 3R segue buscando novos contratos de venda para escoamento de sua produção.
Quando as coisas devem ser normalizadas? Nesta nota, a empresa anunciou um cronograma sob a expectativa de normalização da produção do Cluster Potiguar. De acordo com a nota, a questão relacionada ao rateio da produção (que afeta a empresa desde Out/22) e os testes relacionados ao comissionamento da segunda planta separação óleo-água devem ser resolvidas até Janeiro/23. Já a questão relacionada à substituição de parte da estrutura do Cluster Potiguar deve ser resolvida até Março/23. Ou seja: dessa vez, temos um cronograma claro para a solução de problemas que estavam afetando a produção. Esperamos que esses pontos sejam resolvidos dentro do cronograma proposto.