Seguimos com a recomendação de COMPRA em RRRP3. Indo direto ao ponto: o resultado negativo derivado dos instrumentos de derivativos assusta, mas em nossa opinião não deve ser usado como argumento contra o case – até por que os contratos já eram públicos e com a escalada do preço do brent, o resultado financeiro negativo já era esperado. É importante lembrar que esses contratos foram fechados com mais de um ano de antecedência, muito antes da escalada de preços do brent e quando a curva do preço do petróleo futuro não indicava nada muito diferente dos preços em que os contratos foram fechados – afinal de contas, uma guerra envolvendo uma potência petrolífera estava longe de ser cogitada. Além disso, se considerarmos os custos-caixa da empresa (para maiores informações, sugerimos a leitura do tópico “Custo-Caixa” em nossa iniciação de cobertura do setor), podemos observar que os preços em que os contratos de derivativos foram fechados não foram tão absurdos assim. Do ponto de vista operacional, vimos uma grande evolução por parte da empresa, o que em nossa leitura deveria ser a tônica da interpretação desse resultado trimestral. Por enquanto, interpretamos que os grandes gatilhos de valor de curto prazo para empresa estão relacionados à aprovação da ANP do closing dos campos adquiridos pela 3R nos últimos anos para que a empresa possa, finalmente, trabalhar no redesenvolvimento dos mesmos.
Detalhamento do Resultados 1T22
EBITDA em linha com o consenso. Empresa fechou o 1T22 com um EBITDA de R$198 milhões (+150% a/a). A receita alcançou R$375 milhões (50,1% vs 4T21) com resultado derivado não apenas da evolução do preço do petróleo (US$102 vs US$80 no 4T21) como resultado da revitalização dos campos onshore que a empresa já opera, cujo a produção alcançou 9,2k bpd no 1T22 (vs. 7,6k bpd em 4T21), com destaque ao campo de Macau que atingiu a sua maior produção diária desde o início da campanha de revitalização (6,5k bpd em Março/21 vs 3,6k em Jun/20). Evolução nos custos operacionais foram derivados principalmente do incremento da produção dos ativos como também da maior contratação de profissionais para atender os ativos que estão atualmente em transição. E finalmente, a linha mais polêmica: resultado financeiro foi negativo em R$433 milhões, devido aos contratos de derivativos financeiros que a empresa detém (-R$252,7 milhões) e impacto do câmbio nas aplicações financeiras da empresa (-R$227,7 milhões). Vale lembrar que a maioria desses números por ora representam apenas a marcação a contrato dos contratos, sendo o impacto caixa de fato no trimestre de apenas R$81 milhões devido ao vencimento de tais contratos. Devido a linha relacionada ao resultado financeiro, a empresa encerrou o trimestre com prejuízo de R$335 milhões no trimestre.