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    Publicado em 13 de Maio às 00:04:00

    Brava (BRAV3) | Resultado 1T25: Chegando lá, mas aos poucos!

    A Brava reportou um EBITDA abaixo do esperado pelo consenso (-16%). Apesar de um otimismo maior do mercado quanto ao EBITDA, a companhia vem apresentando uma melhora significativa no ramp-up dos seus ativos offshore (Atlanta e Papa-Terra). Isso tem se traduzido em redução do CAPEX, que apresentou uma queda de -32% t/t. A medida que a companhia atinge novos patamares de produtividade (com o recorde de 81,8kboed, já atingido em Abril (leia mais em Brava (BRAV3) | Dados de Produção Abril/25 – O Recorde de Produção!), a tese passa a diluir o risco estrutural centrado na eficiência operacional da companhia. Esse processo ainda deve manter altos lifting costs por mais tempo em meio a um cenário de maior volatilidade para os preços do Brent.

    Entendemos que o case tenha mitigado mais riscos com o decorrer do tempo. No entanto, a estrutura de capital financeira momentaneamente mais alavancada (3,4x Dívida Líquida/EBITDA) comprime o fluxo de caixa livre para os acionistas (ainda negativo), impedindo de registrar um retorno que outros pares da indústria já entregam. Esse fator reitera nosso MANTER no papel. Vemos como gatilhos para uma nova reprecificação do case pautados no: (i) efetivo aumento de produção, principalmente com os novos poços em Atlanta e Papa-Terra e (ii) um cenário de preços da commodity mais altos do que os praticados atualmente.

    Destaques 1T25

    A Brava reportou uma receita líquida de R$2.9 bilhões, uma alta de +47% t/t e praticamente estável na comparação com o 1T24 (+2%). Esse incremento de receita já era esperado, uma vez que a companhia vem conseguindo otimizar a eficiência dos seus ativos. No 1T25, 2 principais fatores influenciaram o resultado: (i) ganhos de R$2,2 bilhões (+74% t/t) no upstream (exploração), sendo a maior parte no offshore (52%) e o restante em onshore (48%) e (ii) R$1.5 bilhão (-3% t/t) em mid & downstream (venda de derivados e serviços). -R$840 milhões são descontados por se tratarem de transações entre empresas da Brava. O grande impulsionador da receita nesse trimestre está relacionado a (i) retomada de produção em Atlanta e Papa-Terra e (ii) maior participação de Parque das Conchas. Vale ressaltar que o trimestre anterior (4T24) foi fortemente impactado por paradas nos ativos offshore, o que torna a base trimestral mais fraca.

    Nos ativos offshore, a companhia (i) iniciou a operação do FPSO Atlanta; (ii) retomou a produção em Papa-Terra; (iii) teve incremento da receita em Parque das Conchas e (iv) retomou a produção de gás em Peroá, após parada programada. Vale destacar que em Abril/25, a Brava já conseguiu, inclusive, atingir o seu recorde de produção graças às estratégias de otimização de seus ativos: leia mais em Brava (BRAV3) | Dados de Produção Abril/25 – O Recorde de Produção!.

    A companhia reportou OPEX (custos e despesas) em R$1,9 bilhão, uma alta de +28% t/t e +5,6% a/a. O maior volume de produção, especialmente em offshore, impulsionou essa linha no trimestre. No Mid & Downstream, houve uma compensação parcial do maior custo com processamento e transporte de gás com menor custo operacional – frutos do menor volume comercial de derivados.

    O lifting cost médio ponderado foi de US$17,3/boe, uma alta de +6,1 t/t e +7,8% a/a. Esse aumento dos custos de exploração está relacionado principalmente a retomada de Papa-Terra e Atlanta. Na ponta positiva, o Complexo do Recôncavo continuou a apresentar melhora sequencial, reduzindo o lifting cost para US$14,6/boe. Apesar do processo de otimização também corrente em Atlanta, o lifting cost seria de US$10,4/boe, sem incluir o custo de afretamento. Esse fator é positivo, se levarmos em conta que nesse período houve a produção de 2 dos seus 6 poços planejados. Com os dados de abril já divulgados, como comentamos anteriormente, podemos esperar que esse seja um ativo importante para a redução do lifting cost consolidado da Brava. Na ponta negativa, Papa-Terra registrou um lifting cost de US$36,8/boe, dada (i) a estabilização da produção pós parada programada em 2024 e (ii) programas de recuperação de integridade. A companhia já concluiu também em março uma etapa da otimização, que deve contribuir para a diluição de custos fixos a frente.

    Assim, a Brava reportou um EBITDA Ajustado de R$1.1 bilhão, uma queda anual de -14% a/a. Como era de se esperar, o ramp-up dos ativos offshore pesou os custos, em um trimestre também afetado pelos maiores custos em despesas gerais e administrativas, especialmente na linha de pessoal e serviços de terceiros – reportando -R$187 milhões (2,1% a/a).

    Os investimentos foram de R$886 milhões, uma queda de -32% t/t. A redução do CAPEX vem em linha com o discurso da companhia em diminuir a necessidade de investimentos. Isso ocorre após a finalização da fase mais intensa de (i) implementação do projeto de Atlanta e (ii) estabilização dos aportes do programa de integridade de Papa-Terra. Assim, a companhia reportou um fluxo de caixa operacional de R$973,8 milhões, uma alta de +6% t/t. Enxergamos um Fluxo de Caixa Livre para o Acionista de -R$887 milhões (FCO – Capex – Juros da Dívida) ou -R$463 milhões (sem considerar a parcela referente a aquisição de Potiguar). Portanto, apesar da redução de CAPEX, o fluxo de caixa foi impactado principalmente pelo pagamento de juros de -R$551 milhões. Por fim, a alavancagem terminou em 3,4x Dívida Líquida/EBITDA, ainda dentro do limite máximo de 4,0x aprovados em AGDs pelos credores.

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