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    Publicado em 13 de Maio às 02:14:29

    Aeris (AERI3) 1T22: pior que o esperado

    O resultado reportado pela empresa foi negativo, ficando bem abaixo das nossas expectativas e das expectativas do consenso. Acreditávamos que o maior percentual de linhas maduras e os novos ajustes de preço contratuais pudessem refletir positivamente nas margens, o que não ocorreu. Estamos alterando nossa recomendação para MANTER.

    Em termos de volumes, a produção foi impactada negativamente, com diminuição de 26,1% a/a e 11,1% t/t na produção de MW. A queda de capacidade fornecida nos mostra que as incertezas trazidas pelos distúrbios na cadeia logística global estão atrasando volumes relevantes de investimentos no setor. A necessidade de capital de giro continua elevada devido pelo aumento do prazo de frete de materiais. A pressão inflacionária nas matérias-primas vem gerando necessidade de aumento do nível de estoques para garantir mais segurança nas entregas. O total de MW fornecido dá um tom negativo ao resultado.

    O valor de 630 MW foi 4% abaixo das nossas estimativas e o piso em termos de volume dos últimos anos. Essa queda está relacionada com a transição de linhas da Nordex e da WEG e com o problema de design em um dos projetos da Simens Gamesa, que atrapalhou a produção de linhas que estavam em estado avançado de maturação e que tiveram que ser paralisadas. Mesmo assumindo a culpa contratual, isto é, se comprometendo a pagar pelos custos do projeto acordado com a Aeris, essa paralização gerou um excedente de capital de giro e volume espremidos

    A receita líquida da companhia no 1T22 foi de R$536 milhões, representando uma diminuição de 20,6% a/a e 8,9% t/t, ficando abaixo das nossas expectativas de R$573 milhões e inferior ao consenso de mercado que esperava algo em torno de R$804 milhões. O EBITDA reportado foi de R$54,3 milhões enquanto nossas projeções para este eram de R$ 94 milhões, ou seja, 45,0% abaixo. O número reportado foi 21,5% abaixo das expectativas de mercado, que apontava para um EBITDA de R$ 66 milhões. Na comparação anual, o EBITDA apresentou piora de 13%, enquanto trimestralmente a queda foi de 19,3%. Como consequência, a margem EBITDA no 1T22 atingiu 10,1%, 0,9pp maior a/a e 1,3pp menor t/t. O lucro líquido da empresa apresentou forte queda de 93,1% t/t, puxado majoritariamente pelos custos e resultado financeiro da empresa. No comparativo anual, este apresentou uma queda de 60,4%.

    Nesse ritmo, a companhia precisará entregar o melhor segundo semestre de sua história, para atingir suas projeções para o ano de 2022. A expectativa para o ano é que a empresa atinja uma receita líquida entre R$ 3,3 e 4 bilhões e um EBITDA entre R$ 300 e 450 milhões

    Pontos Negativos

    • Piora das margens atrelada ao volume menor e a menor diluição de custos fixos.
    • Piora no ROIC, caindo de 12,3% no 4T21 para 9,3% no 1T22 devido a mais um aumento sequencial no capital investido médio, que segue alocado em linhas de produção pré-operacionais e em linhas que ainda não atingiram o estágio de maturidade.
    • Redução no volume de potenciais ordens cobertas por contratos de longo de 11,8 GW no 4T21 para 11,1 GW no 1T22.
    • Grau de alavancagem saltando de 2,3x para 3,1x no 1T22. Dívida Líquida atingindo R$ 731,4 milhões

    Análise Quantitativa do Resultado

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    Leitura Dinâmica

    Recomendações

      Vale a pena conferir