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    Publicado em 11 de Maio às 23:23:58

    Aeris (AERI3) | 1T23: Cenário melhor, luz amarela para a alavancagem

    Embora em linha com os nossos números, consideramos que a Aeris reportou resultados mistos no 1T23. Do lado operacional, observamos bons números, próximos a 950MW de capacidade fornecida, em linha com as nossas projeções otimistas para 2023 de 4 GW, ou seja, 1GW por trimestre. Do lado financeiro, continuamos observando pressão nas últimas linhas, ainda impactado por despesas financeiras pesadas. O trimestre foi marcado por queima de caixa, gerando aumento da alavancagem, que atingiu 3,2x. A queda da margem bruta frente ao 4T22 já era esperada, comprimindo em 0,9pp a margem EBITDA frente ao 4T22. Isso por conta de repasses retroativos que ocorreram no fim de 2022 e que não se repetiriam agora no começo do ano.

    Pontos Positivos

    Pela primeira vez em muito tempo observamos volumes fortes e com margens em patamares superiores ao ano 2022. O volume de 953 MW reportado ficou próximo ao recorde da Aeris no 4T20 de 993 MW. A junção desses fatores nos mostra que os integrantes da cadeia de valor da indústria eólica estão voltando a alocar recursos no segmento e entendendo o novo patamar de preços dos componentes. Além disso, seu ROIC segue em trajetória crescente, atingindo 13,8% no 1T23 e subindo 2,5 p.p. em relação ao último trimestre do ano passado.

    Pontos negativos

    A Aeris apresentou um prejuízo R$11 milhões maior do que o esperado para o 1T23. Além disso, a empresa teve que queimar caixa no trimestre para reduzir a conta de adiantamento de clientes em R$423 milhões, o que contribuiu para o aumento da alavancagem de 2,8x para 3,2x, próximo aos 3,5x do covenants. Outro ponto que chamou a atenção foi a queda no backlog, que caiu em 1,5GW, dos quais 0,95GW foram produzidos, sem surpresas de novos contratos.

    Perspectivas Futuras

    Mesmo com esses pontos negativos, é importante lembrar que em maio deste ano, a maior cliente da Aeris, a Vestas, anunciou um pedido de turbinas eólicas equivalentes a 1,31 GW, que serão utilizados no lançamento de dois complexos eólicos no Nordeste. Ambos os projetos totalizam R$9 bilhões em investimentos e, dado que a Aeris é a principal fornecedora de pás da empresa dinamarquesa, é provável que a Aeris forneça pás para esses projetos. Isso pode impulsionar a receita da empresa nos próximos trimestres e ajudar a reduzir a alavancagem.

    Apesar dos desafios enfrentados pela Aeris no 1T23, a perspectiva de novos pedidos da Vestas e a retomada do setor de energia eólica podem trazer oportunidades para a empresa. No entanto, a alavancagem acende mais uma vez o sinal de alerta. Seguimos monitorando de perto a gestão financeira da empresa e esperamos ver melhorias nos próximos trimestres.

    Além disso, a maturação das linhas de produção deve continuar a trazer ganhos de eficiência para a operação, gerando melhor giro nos estoques e, consequentemente, um maior volume de entregas e de receita.

    Análise Quantitativa

    O 1T23 totalizou um valor de R$ 832 milhões de receita líquida (+54,9% a/a e +27% t/t), ficando em linha com nossas expectativas e 40,5% acima das estimativas do mercado. O EBITDA no 1T23 somou R$ 95 milhões (+82,6% a/a e +16,4% t/t), ficando em linha com nossas expectativas e 28,4% acima do consenso do mercado. A Companhia reportou um prejuízo líquido de R$ 22 milhões, frustrando nossas expectativas de um prejuízo de R$ 11 milhões e um lucro de R$ 21 milhões esperado pelo mercado.

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