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    Publicado em 25 de Julho às 20:06:13

    Aeris (AERI3) | Prévia de Resultados 2T23: Positivo, sem muitas novidades

    De maneira geral, acreditamos que Aeris deve reportar um trimestre muito parecido com o 1T23. A base de comparação fraca de 2022 deve mais uma vez reforçar a melhora nas perspectivas para a indústria eólica. Esperamos receitas marginalmente crescentes, puxadas pela manutenção dos volumes no mercado local e novos repasses de preços. Do ponto de vista de margens operacionais, apesar de percentual alto de linhas maduras, esperamos uma leve queda na margem EBITDA, puxada pelo aumento dos custos de mão-de-obra. Lembramos que durante o trimestre foi noticiado um novo reajuste salarial no setor (Sindimetal CE).

    E os novos aditivos?

    Ainda seguimos sem a divulgação de novos aditivos contratuais por parte da Aeris. Algo que nos preocupa dado a trajetória descendente de ordens de longo prazo desde o 2T22. Além disso, tivemos o recente evento da Siemens Gamesa, que reportou ter encontrado falhas em suas turbinas. As consequências desse evento ainda não são triviais. Apesar de o problema não estar diretamente relacionado às pás da Aeris, é possível que tenhamos uma diminuição na entrada de novos pedidos por parte da Siemens. Por outro lado, a redução no nível de investimentos de um dos 5 maiores players do mercado de aerogeradores pode abrir uma oportunidade para ganho de participação de mercado de Vestas, Nordex ou GE, o que poderia impactar positivamente o backlog da Aeris.

    Expansão das operações para os EUA

    Ao longo do 2T23, a Aeris mencionou um possível aumento de exportações para os EUA, além da instalação de uma fábrica para atender a demanda do país. Segundo a empresa, Brasil e Estados Unidos estão em momentos diferentes no que diz respeito à instauração de projetos eólicos. Foram mencionados estudos sobre benefícios fiscais relacionados ao apoio à transição energética, além de conversas com potenciais estados que receberiam a fábrica e clientes que consumiriam as pás.

    Esperamos que ao longo do ano a companhia apresente quedas significativas em sua alavancagem, dado que teremos uma base de EBITDA mais forte vinda de 2023 vs 2022. Com isso, a companhia teria uma estrutura de capital mais sólida, além de um fôlego maior para custear sua expansão no continente norte-americano, dado que sua geração de caixa também melhore ao longo de 2023.

    Dia do perdão

    A ANEEL decidiu criar o “dia do perdão” para usinas de energia renovável. Isso permitirá que as usinas rescindam contratos de uso do sistema elétrico nacional e das outorgas de geração sem multas. A medida visa resolver problemas causados pelo fim dos descontos nas tarifas de uso dos sistemas de distribuição e transmissão para usinas de energia renovável.

    Empreendimentos em nove estados poderão cancelar contratos não iniciados. Usinas contratadas pelas distribuidoras podem aderir a um procedimento de descontratação. Também será permitida a regularização de empreendimentos com cronogramas atrasados. O objetivo é liberar capacidade no sistema de energia elétrica.

    Esperamos que haja maior clareza do backlog dos projetos de energia eólica que devem ser instalados no Brasil após o dia do perdão. Dessa forma, o setor conseguirá refinar as projeções de quantos GW de energia eólica ainda serão instalados no país, o que traz maior previsibilidade de dimensionamento do mercado endereçável no curto/médio prazo. Para os fabricantes de pás, podemos reajustar o nível de investimento projetado, bem como a entrada de novos pedidos.

    Nossas expectativas

    Esperamos uma queda de 1,9% no número de Sets produzidos em relação ao trimestre anterior, assim como o volume de MWs entregues. Olhando para o Mercado Externo, esperamos volumes nulos assim como no 1T23. Além disso, o segmento de Serviços deve apresentar um desempenho positivo, resultado de uma maior demanda por manutenção nos parques americanos que sazonalmente ocorre no segundo e terceiro trimestre.

    Na figura consolidada, projetamos para o 2T23 uma receita líquida de R$ 846 milhões (+29,7% a/a e +1,7% t/t) e um EBITDA de R$ 91 milhões (+32,2% a/a e -3,4% t/t), além de um prejuízo de R$ 12 milhões.

    Mantemos nossa recomendação de COMPRA para Aeris, com preço alvo de R$ 2,80.

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