Seguimos com a recomendação de Manter para AES Brasil. O grande destaque negativo do trimestre veio da linha do EBITDA da empresa. Como sempre mencionamos, a empresa fez o dever de casa ao se proteger do déficit hídrico e dos efeitos do GSF, mas, aparentemente, depois de um trimestre muito duro no que diz respeito a hidrologia, fazendo com que mesmo a Tietê sofresse com custos extraordinários para aquisição de energia no mercado à vista. Entretanto vale mencionar que o próximo trimestre deve trazer um alívio para as geradoras hidroelétricas à medida que as chuvas foram mais favoráveis desde o início do 3T21. Além disso, vale mencionar o recente follow on da empresa, que deve fazer com que a mesma siga com seu plano de aquisições. Aos atuais níveis de preço, não achamos a AES Brasil um case caro, mas em termos relativos, seguimos com a nossa preferência por CESP (CESP6) seguida da Engie (EGIE3), por considerarmos cases mais descontados que a AES Brasil e com melhor qualidade relativa, em nossa leitura.
Detalhamento dos Resultados 3T21
EBITDA abaixo do consenso do mercado – déficit hídrico em seu pior momento. A empresa reportou uma receita líquida acima de R$661 milhões, ligeiramente acima das nossas estimativas. Entretanto, o atual trimestre alcançou um GSF de impressionantes (no sentido negativo da palavra) de 49% e um preço no mercado à vista de energia de R$581/MWh – a receita perfeita para um trimestre negativo em uma empresa exposta ao segmento de hidroeletricidade. A redução no EBITDA hídrico do trimestre foi de R$223 milhões, o que derrubou o EBITDA do trimestre para apenas R$92 milhões (vs. R$312 milhões no 3T20). Contraditoriamente, o lucro líquido da empresa foi de R$430 milhões, derivado do reconhecimento de créditos fiscais da reestruturação da AES Brasil. A Dívida líquida ficou em R$5,2 bilhões, representando uma dívida líquida/EBITDA de 2,6x – mais que suficiente para empresa seguir com sua generosidade no tocante ao pagamento de dividendos e/ou seguir com novas aquisições.