Muito trabalho pela frente.
Seguimos com recomendação de MANTER. A companhia reportou números abaixo do consenso do mercado, mas em linha com nossas estimativas. Julgamos o resultado da AES Brasil no 2T23 como positivo, a empresa conseguiu aumentar sua receita operacional e os preços médios de venda de energia, enquanto manteve os custos relativamente sob controle, além de estar em um período de intenso investimento para colocar de pé os projetos que estão em seu pipeline.
Entretanto, considerando esse cronograma de investimentos, como amplamente divulgado, a empresa deve utilizar seu fluxo de caixa para colocar seus projetos em desenvolvimento de pé e manter o endividamento em situação confortável, sem grandes espaços para pagamento de dividendos, o que nos faz preferir outros nomes do setor e, por isso, reiteramos nossa recomendação de MANTER para as ações da AES Brasil.
Detalhamento dos Resultados
A empresa obteve uma receita líquida operacional de R$763 milhões no 2T23, aumento de 22% em comparação ao 2T22 em função do aumento no preço médio de venda de energia hídrica (5% maior do que no 2T22) e, principalmente, da consolidação dos Complexos Eólicos Araripe, Caetés e Cassino em dezembro de 2022. A margem operacional líquida foi de R$515,4 milhões, impactado principalmente pela consolidação do ativo eólico mencionado acima.
Os custos e despesas operacionais somaram R$168 milhões no 2T23, 26,2% superior ao 2T22, em decorrência da inflação no período, das aquisições realizadas e do aumento do quadro de funcionários. Em decorrência, o EBITDA da companhia totalizou R$ 347 milhões, valor 45% superior ao 2T22.
O resultado financeiro da empresa fechou em negativos R$144 milhões, contra R$106 milhões no 2T22. Parte desse aumento está relacionado a maiores encargos de dívida, devido ao aumento da dívida da cia (R$8 bilhões no 2T22 vs R$11,8 bilhões no 2T23), totalizando R$382 milhões no trimestre. Em contrapartida, houve aumento das receitas financeiras, devido ao maior rendimento do CDI no período, no total de R$107 milhões.
O endividamento da companhia fechou o ano em 3,28x Dívida líquida/EBITDA, com dívida bruta de R$11,8 bilhões, em função de diversas captações realizadas para aquisição de projetos no período. Houve redução do endividamento da companhia, mas ainda sim ela se encontra com o maior nível de alavacagem do setor.
Somando-se todos os fatores citados, a empresa reportou um lucro líquido de R$35 milhões no 2T23, aumento de x% com relação ao mesmo período do ano passado.