Alupar (ALUP11): Bom lucro, com surpresa na linha do resultado financeiro!
Mantemos a recomendação de COMPRA para as ações da empresa – apesar do upside mais restrito. Apesar da nossa preferência pela Eletrobrás (ELET3), ainda achamos a Alupar um case interessante e que ainda negocia em um nível de preços que suporta a sua manutenção dentro de uma carteira de investimentos – vemos a ALUP11 ainda negociando com potencial de valorização interessante e Taxa Interna de Retorno Implícita de 12% em termos reais (vs. rendimento real da renda fixa brasileira na casa dos 5,5%). Em linhas gerais, a grande novidade neste trimestre foi o acordo de viabilização do empreendimento relacionado a TNE (51% Alupar e 49% Eletronorte), uma linha que o seu desenvolvimento estava embargada a mais de uma década devido a questões relacionadas ao licenciamento ao início das obras por questões relacionadas ao povo indígena. A empresa já investiu R$310 milhões nesse empreendimento e a RAP atual está em R$366 milhões, com expectativa de entrada operacional em 2024. Vale mencionar que tal projeto ainda não consta em nossas estimativas atuais e devem ser adicionadas no nosso próximo update do case.
Detalhamento dos resultados 3T22
EBITDA razoavelmente em linha com o consenso e nossas estimativas – lucro líquido Regulatório fica como a grande surpresa do trimestre. A receita líquida regulatória da Alupar no 3T22 foi de R$ 701 milhões (+21% a/a), enquanto o EBITDA fechou o tri em R$ 757 milhões (+5,9% a/a). Essencialmente, apesar da evolução das receitas relacionadas ao segmento de transmissão (R$607 milhões, +21,9%) devido a entrada operacional de diversos projetos e reajuste inflacionários dos mesmos, as receitas do segmento de geração foi de R$163 milhões (-22,7% a/a) devido a menores preços de energia na comercialização (R$547/MWh no 3T21 vs R$127,4 no 3T22), que aproveitou o momento crítico da hidrologia no ano passado para vender energia à preços mais atrativos. O EBITDA regulatório foi de R$629 milhões (+10,3% a/a) onde, apesar da evolução dos custos operacionais e despesas operacionais do trimestre devido à consolidação de novos ativos e reajustes salariais em um período de alta inflação acumulada, os custos com compra de energia cairam de maneira expressiva, mais do que compensando a evolução das demais linhas. A grande surpresa positiva do trimestre veio do resultado financeiro (-R$112 milhões vs -R$196 milhões no 3T21), com aumento expressivo das receitas financeiras devido à evolução do CDI e expressiva redução na despesa financeira com queda de despesas ajustadas a índices inflacionários e aumento no percentual da participação de minoritários. Sendo assim, o lucro regulatório referente aos acionistas da Alupar foi de R$146 milhões (+88,6% a/a), acima do consenso devido aos motivos acima.