Conclusão
Seguimos com recomendação de MANTER para ALUP11. Aos atuais níveis de preço e já considerando esse novo projeto em nossas estimativas, vemos ALUP11 negociando com uma TIR implícita real de 10% (vs NTN-B 6,2% em termos reais), já considerando os novos projetos adquiridos – valor interessante, mas preferimos alterar a nossa recomendação quando observarmos mais prêmio no papel. A empresa segue fazendo bem o seu dever de casa em termos de alocação de capital, capturando um novo projeto com receita dolarizada fora do país em condições que julgamos muito atraentes. Os projetos adquiridos somam mais de R$2 bilhões em novos investimentos, o que deve pressionar o endividamento da empresa (estimamos que a empresa fique com uma alavancagem ao redor de 3x dívida líquida/EBITDA nos próximos anos), levando a mesma a ser mais conservadora na distribuição de proventos. A medida que a empresa segue alocando capital em projetos que julgamos positivos, não achamos que isso vá necessariamente ser um problema, mas é importante colocar isso em perspectiva caso o investidor tenha foco em dividendos à medida que, de acordo com as nossas estimativas, a empresa deve seguir distribuindo “apenas” 50% dos seus resultados até pelo menos 2029.
Os Fatos
A empresa anunciou a vitória de um grupo de ativos em um leilão de transmissão no Peru – ou seja, a empresa amplia a sua presença fora do Brasil. O leilão envolveu cinco projetos de transmissão com investimentos esperados de US$400 milhões e uma receita de US$59,9 milhões, implicando em uma relação RAP/CAPEX de c. 15%. Para fins de comparação, os últimos leilões de transmissão no Brasil apresentaram uma relação RAP/CAPEX de apenas 10%, derivado da alta competição nos certames. Para maiores informações, clique aqui e leia o que achamos do último leilão de transmissão que analisamos no Brasil. De acordo com o cronograma apresentado, o projeto deve entrar em operação em Janeiro/29 e a concessão deve durar 30 anos a partir da entrada em operação. A RAP da empresa em projetos internacionais alcança US$98 milhões (vs R$3,6 bilhões no total no 2T24).
Geração de valor: +0,50/ação. Inserimos os projetos recém adquiridos em nossos modelos, com impacto naturalmente positivo. Como esperado, o expressivo aumento no fluxo de investimentos nos próximos anos deve trazer nova pressão ao endividamento da empresa, nos levando a acreditar que a empresa deve seguir conservadora no que diz respeito a distribuição de dividendos – o que não achamos ruim, tendo em vista a qualidade e retornos do projeto recém adquirido, mas que certeza não agrada investidores em busca de cases com foco no pagamento de dividendos.