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    Publicado em 08 de Maio às 23:09:07

    Alupar (ALUP11) | Resultado 1T25: Nada demais… mas com perspectivas interessantes!

    Seguimos com a recomendação de MANTER para Alupar. Apesar dos números ligeiramente abaixo da nossa estimativa, achamos o resultado como neutro para tese. Não enxergamos nenhum evento com impacto relevante ou transformacional na tese. Como pontuamos em nosso título, não acreditamos que esses resultados não surpreendentes contem toda a história de crescimento da empresa. Hoje enxergamos a Alupar atendendo todas as demandas necessárias à uma empresa de alta qualidade no setor de transmissão. Gostamos do case e enxergamos a companhia oferecendo uma atrativa TIR real implícita de 10,7%. Outro evento de destaque foi o anúncio de distribuição de dividendos de R$76 milhões ainda referente ao resultado de 2024 (R$0,24/unit), implicando em um rendimento de 0,8% em relação aos preços atuais – os dividendos totais alcançaram R$275 milhões em 2024, resultado em uma distribuição de R$0,87/unit. Tal distribuição representa uma distribuição de 50% dos lucros da empresa em 2026 e trás uma perspectiva interessante se considerarmos a entrada de todo pipeline de projetos a serem entregues nos próximos anos. Continuamos confiantes de que a empresa é capaz de realizar bons projetos que irão agregar valor ao acionista no longo prazo, ainda que isso signifique um volume menor de dividendos no curto prazo.

    Detalhamento dos Resultados

    receita líquida regulatória da Alupar no 1T25 foi de R$857,5 milhões, um incremento anual de +8,3% a/a. 

    Quando olhamos isoladamente para o segmento de transmissão, a receita líquida regulatória foi de R$634,8 milhões, +4,6% a/a. Esse incremento se deve principalmente por 2 fatores: (I) aumento de +R$10,9 milhões na transmissora ELTE em fundação de entrada comercial de operação, (II) R$11,2 milhões devido ao reajuste do ciclo 24/25. Em relação ao negócio de transmissão, é importante citar que assim como a TAESA, a Alupar também tem uma grande quantidade dos seus contratos exposta ao reajuste do IGPM – c. 38% dos seus contratos. Com o índice acumulado de 12M em 8,5% vs IPCA 5,48%, acreditamos que a empresa deve se beneficiar desse descompasso em seu reajuste anual, que acontece no meio do ano. Outro ponto a ser acompanhado em relação ao negócio de transmissão é o desenvolvimento dos projetos em construção. Como principais projetos em fase de conclusão, citamos TNE (R$145 milhões, 84% de conclusão), ELTE (R$87 milhões, 98% de conclusão) e TCE (R$159 milhões, com 99% de conclusão). Os demais projetos em desenvolvimento devem ser entregues a partir de 2026 até 2029. Sendo assim, a empresa ainda tem um novo e longo ciclo de investimentos adiante.

    A receita do segmento de geração foi de R$224 milhões (+20,4%) – performance muito interessante e derivada dos melhores preços tanto no ambiente de comercialização livre (R$317/MWh vs R$262/MWh no 1T24), principalmente. Entretanto, a linha de custos acabou por derrubar as margens do segmento de negócio devido a maiores custos com compra de energia (R$31 milhões vs R$11,6 mihões no 1T24.) Enquanto o segmento de transmissão tem adiante um grande pipeline de crescimento a ser entregue, não vemos grandes novidades no segmento de geração sob essa perspectiva daqui por diante – para maiores informações sobre o tema, recomendo a leitura do nosso documento “Alupar | Notas da Estrada com Alupar – Quando o preço não faz juz a qualidade!”.

    Os custos dos serviços prestados em transmissão foram reportados em -R$438 milhões no 1T25, +6,6% a/a. Dentre os principais motivos estão os gatos relativos à (i) manutenção preventiva, (ii) início da contabilização de projetos que entraram em operação no periodo e (iii) maior preço de aquisição de energia no segmento de geração. As despesas operacionais ficou em R$48 milhões, alta de +44% a/a. Aqui, o maior impacto foi em relação ao: (i) aumento dos custos com Pessoal e Administradores para -R$10,8 milhões, alta de +163% a/. Em relação ao Curtailment, os ativos de geração renovável da Alupar (localizados no Rio Grande do Norte e Ceará) tiveram restrições médias entre 10-20%.

    EBITDA regulatório resultante foi de R$685,0 milhões, alta de 2,5% a/a, mas com contração de margem de -460 p.p. a/a, chegando no patamar de 80,0%. O Resultado Financeiro finalizou em -R$274 milhões, +8% a.a. Esse resultado se deve principalmente às (i) dívidas indexadas ao IPCA e (ii) despesas financeiras com variações cambiais. O endividamento da Alupar ficou em 3,5x Dívida Líquida/EBITDA no 1T25 (vs. 3,5x no 4T24). O lucro líquido regulatório devido aos acionistas da Alupar foi de R$140 milhões (-9% a/a).

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