Conclusão | Seguindo a trilha de migalhas… ou o rastro da pólvora!
Acreditamos que o leilão reforça a tese da Margem Equatorial. Apesar do leilão de baixa relevância para a indústria como um todo (campos marginais com baixo volume de investimentos vs capacidade e porte das empresas), é sempre importante acompanhar o interesse dos players pelos os ativos oferecidos tendo em vista o cenário maior a ser acompanhado. Nesse caso, a Margem Equatorial – ativo de máxima importância para a tese da Petrobras. A grande questão aqui é: apesar dos pesares, os lotes oferecidos na perto da foz do Amazonas apresentaram prêmio de c. 800% em relação à outorga mínima pedida pela ANP. Além disso, a presença de grandes players globais participando do leilão é outro ponto que chama a atenção. Dos 334 lotes oferecidos, apenas 34 lotes foram adquiridos, mostrando seletividade por parte das empresas participantes.
O que é um leilão de oferta permanente?
Esse formato de leilão é um modelo de licitação de blocos exploratórios de áreas marginais que acontece sob demanda/interesse das empresas de Exploração & Produção. É importante citar que esse tipo de leilão envolve apenas áreas de menor interesse comercial: acumulações marginais, blocos devolvidos ou não arrematada de leilões anteriores. Leilões tradicionais acontecem de com data pré-definida e geralmente envolvem blocos com grandes descoberta/alto potencial. O objetivo desse tipo de leilão é fazer com que áreas fiquem paradas entre uma rodada e outra e atrair investimentos em áreas de menor atratividade.
Sendo assim, nossa análise se limita a analisar as pequenas conclusões que podem ser obtidas em um leilão desse tipo: pequeno (bônus de outorga de menos de R$1 bilhão é um valor risível versus investimentos no segmento de E&P) e apenas com ofertas de lotes marginais – mas que, ainda assim, fornece uma interessante “trilha de migalhas” aos investidores do setor de Petróleo & Gás sobre o que pode ser a maior descoberta do setor desde o Pré-Sal.
Como funcionam os leilões?
O vencedor do lote é determinado por dois critérios: I) Bônus de Assinatura com peso de 80% e II) Programa Exploratório Mínimo com peso de 20%. O programa exploratório mínimo diz respeito as perfurações e investimentos mínimos em sísmica em cada um dos lotes.
O Leilão
O leilão aconteceu no dia 17/06 o 5º Ciclo de Oferta Permanente de Concessão. Foram leiloados 34 blocos exploratórios localizados nas Bacias de Parecis, Foz do Amazonas, Santos e Pelotas. A área total leiloada é de 28,359 km². O bônus ofertado foi de R$989,3 milhões e a previsão de investimento mínimo na fase de exploração foi de R$1,5 bilhões.


Análise do Leilão
Antes de mais nada: a ANP não disponibiliza publicamente o volume prospectivo estimado para cada bloco na Oferta Permanente. Os documentos oficiais (edital, inventário de áreas, mapa de blocos) não incluem estimativas quantitativas de volume prospectivo por área. As empresas habilitadas tem acesso aos dados sísmicos e relatórios técnicos que podem conter estimativas de volumes prospectivos. Esse tipo de informação é públicos apenas aos players participantes. Sendo assim: as perspectivas de volumes são de responsabilidade das empresas.
Como já mencionamos: o bônus ofertado foi de R$989,3 milhões e a previsão de investimento mínimo na fase de exploração foi de R$1,5 bilhões. Nos chamou a atenção o prêmio pago pelos blocos exploratórios na Bacia da Foz do Amazonas. O total de lotes oferecidos foi de 332 lotes vs 34 lotes adquiridos, mostrando seletividade dos participantes no processo de oferta.