Mantemos a recomendação de MANTER para as ações da empresa. Neste trimestre, a companhia adquiriu diversos projetos que julgamos interessantes para a continuidade da empresa, como a aquisição do Lote 2 no Leilão ANEEL 02/2023, o Lote TEL na Colômbia e o Lote TES no Chile, bem como iniciou diversas obras de lotes anteriormente adquiridos e deu inicio à operação de diversos parques geradores.
Se por um lado, acreditávamos que a empresa poderia sofrer perda de receita devido ao efeito do IGPM no ciclo RAP 23/24, por outro, vemos que a companhia não poupou esforços para minimizar os danos. O segmento de transmissão apresentou uma singela redução de faturamento em relação ao 4T22 e o segmento de geração apresentou aumento de energia gerada e comercializada com preços bastante competitivos (R$239/MWh vs R$125/MWh contratos LT), e com isso a companhia, de forma consolidada, conseguiu crescer em todas as linhas de seu resultado, o que nos deixa esperançosos para os próximos trimestres, com uma nova revisão da RAP para o ciclo 24/25 e a entrada integral desses novos projetos no portfólio da empresa, podendo expandir ainda mais os resultados da Alupar.
Por mais um trimestre, vemos a Alupar apresentar um resultado sólido e com boa qualidade operacional. Dessa vez, a companhia anunciou um dividendo de R$0,78/unit, dividend yield de 2,6%, totalizando no ano uma distribuição de R$347 milhões, um yield de 4,1%. Por mais que gostamos da qualidade da empresa, nesse nível de preços, vemos a empresa negociando com uma TIR implícita de 10,9% em termos reais, considerarmos o nosso de Ke 8,7%, não sendo suficiente para adotarmos uma postura mais agressiva no papel, assim, estamos seguimos com nossa recomendação para MANTER.
Detalhamento dos resultados
A receita líquida regulatória da Alupar no 4T23 foi de R$787 milhões, aumento de 3,6% em relação ao 4T22, devido principalmente pela atualização do ciclo RAP 2023/2024 e maiores preços médios de venda de energia. Os custos e despesas operacionais apresentaram aumento anual de 15,3%, totalizando R$167 milhões, principalmente pelo aumento de custos de serviços prestados e na linha de pessoal pelo aumento de projetos.
O EBITDA regulatório fechou o trimestre em R$620milhões (+0,9% a/a), com uma margem operacional de 78,8%. O Resultado financeiro totalizou R$182 milhões negativos (redução de 15,7%% a/a), função principalmente da redução dos juros da dívida e aumento de aplicações financeiras. O endividamento da companhia fechou o trimestre com o indicador de 3,4x Dívida Líquida/EBITDA 12M, manutenção com relação ao trimestre passado. Por fim, o lucro líquido regulatório referente aos acionistas da Alupar foi de R$286 milhões (3,6% a/a).