Primeiro leilão de novas linhas de transmissão agendado para quarta-feira (29/06), (Leilão Nº2/2021). De acordo com o edital, o total de investimentos esperados pela ANEEL é de R$1,3 bilhões em cinco lotes de empreendimentos. Os projetos terão um total de 515 km de linhas de transmissão e devem atravessar pelo menos seis estados brasileiros. O prazo médio de conclusão dos projetos é de 36 até 60 meses. A Receita Anual Permitida dos cinco empreendimentos alcança R$184 milhões.
Em quem vamos ficar de olho? Leilão de transmissão são marcados pela alta competição na aquisição dos empreendimentos disponíveis – o número de competidores chegam à casa das dezenas e todos com perfis muito distintos: private equities, construtoras, empresas de energia (integradas ou não). Os lotes oferecidos nesse leilão são poucos e razoavelmente pequenos, o que deve atrair uma considerável competição (o tamanho do bloco oferecido tenta afastar investidores menores, com baixa capacidade financeira ou técnica de tocar o projeto). Tentar adivinhar quem vai emergir desses processos com alta competição é um processo desmoralizante. Entretanto, chama a nossa atenção dois lotes nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. Dito isso, acreditamos termos a presença de todas as empresas de transmissão sob nossa cobertura no leilão. Fiquem de olho: publicaremos outra nota com a nossa análise do leilão. Vamos analisar a competição, as ofertas feitas pelos lotes e estimar o valor gerado às empresas.
Olhando os números: taxas internas de retorno esperadas ainda atrativas. Observamos as taxas médias de retorno esperadas ficando na casa dos 9.5%, abaixo do que observamos nos últimos leilões (que ficavam acima dos 10%). Como principal variável para tal queda nos retornos esperados dos projetos, observamos os custos da dívida, carregados por uma Selic estruturalmente maior em relação à estimativas passadas. Vale lembrar que as nossas estimativas para cada projeto considera apenas números divulgados pela ANEEL e que os empreendedores vencedores de cada um dos lotes tendem a melhorar os retornos esperados via diversos métodos, como a antecipação operacional dos lotes em meses ou anos, maior eficiência nos investimentos esperados pelos projetos, sinergias operacionais com linhas que já existem, custo de capital mais baixo, dentre outros. Ainda de acordo com nossas estimativas, a redução dos investimentos regulatórios em até 10% consegue aumentar os retornos dos lotes em 150-250bps.
Imagem: onde estão localizados as linhas?
Gostou do relatório? Confira a iniciação de cobertura sobre o setor de transmissão: