Conclusão
O leilão de transmissão realizado nessa sexta-feira, 15 de dezembro, foi marcado por menores deságios sobre a receita anual permitida em relação ao leilões anteriores, apresentando um deságio médio de 40,9% versus 50,1% no leilão de junho. Os descontos menos agressivos são decorrentes das especificidades dos lotes de dezembro, marcado por grandes necessidades de investimento e por ser uma tecnologia diferente, como destacamos no nosso relatório recente (Para saber mais, clique aqui).
Os vencedores dos lotes desse leilão foram (i) State Grid ganhando o bloco 1, com deságio de 39,9% e investimentos previstos na casa de R$18 bilhões de reais, (ii) a Alupar arrematando o lote 2, através do consórcio Olympus XVI com deságio de 47% e (iii) Celeo Redes conquistando o Lote 3, com deságio de 42%.
Os destaques ficam para a State Grid, mesmo sem surpresas, arrematou o maior lote já leiloado pela ANEEL, com valor de investimento que supera sozinho os investimentos previstos para 54 dos 55 leilões já realizados até hoje pela agência. Como negativo, o destaque fica para a Eletrobras, que apesar de ter tentando arrematar alguns lotes, não conseguiu adquirir nenhuma concessão nova.
Alupar no leilão
A Alupar, através do consórcio Olympus, adquiriu a concessão do lote 2, estabelecendo uma RAP de R$ 239.5 milhões, deságio de 47%, o maior do leilão. Em nossas premissas iniciais, estamos considerando uma eficiência de investimentos de 20% com relação ao CAPEX estimado de R$2.6 bilhões divulgado pela ANEEL, não estamos considerando nenhum possível benefício fiscal, nem possível sinergias operacionais com linhas próximas, assim como não consideramos nenhum possível adiantamento de entrada operacional da linha. Partindo dessas premissas, encontramos uma TIR nominal de 6,1% número que consideramos razoável levando em consideração o histórico operacional da empresa e eventuais alavancas de valor a serem exploradas em tal projeto.
É importante lembrar que os valores estimados nessa análise levam em conta números regulatórios, podendo variar conforme a operadora da linha consiga performar acima (ou abaixo) das estimativas da ANEEL. Para ilustrar potenciais melhoras operacionais, fizemos uma analise de sensibilidade em função da eficiência de alocação de investimentos, levando em conta as variações da TIR e do VPL dos lotes.