A Ambev (ABEV3) reporta seu resultado do 2T22 na próxima quinta-feira (28/07), e preparamos este relatório com as nossas expectativas para o números da companhia, assim como uma comparação com as expectativas de consenso do mercado. Com o atual cenário econômico no Brasil e pressão nos custos, seguimos mais para o lado do pessimismo com a Ambev.
Ambev
Nossas projeções para a Ambev no trimestre consolidado representam números parecidos com o mesmo trimestre no ano passado, o 2T21. Em nossa visão, isso é um sinal negativo, pois apesar de apresentar um aumento de 10% a/a em termos de receita, chegando a R$ 17,2 bilhões, o EBITDA deve se manter estável, o que significa que a margem EBITDA sofrerá (de acordo com nossas estimativas) uma redução de -2,0 p.p., chegando a 23,9% no trimestre. Para o lucro líquido, esperamos ver uma leve redução de -2,9%, atingindo um patamar muito similar ao do 2T21, de R$ 1,7 bilhão. Na comparação sequencial (em relação com o 1T22), esperamos ver uma queda significativa em todas as linhas, conforme a tabela abaixo, porém isso é normal por conta da sazonalidade – o primeiro trimestre do ano sempre traz muito mais vendas e consumo para a empresa (época de verão, réveillon, carnaval etc).
Nosso pessimismo é justificado pela alta inflação e aumento do juros no Brasil, fatores que desestimulam consumo no país. Além disso, apesar da queda recente nos preços das principais commodities utilizadas na produção de cerveja (como trigo, cevada e alumínio) eles ainda estão em patamares elevados em relação aos níveis históricos, e durante o trimestre estavam em patamares ainda maiores do que estão hoje. Com isso, esperamos uma performance ainda desafiadora para a Ambev no Brasil, que conta por mais de 50% de sua receita total.
Suas unidades de negócio fora do país também devem demonstrar resultados satisfatórios, com baixo crescimento e até perda de margens em alguns locais. Para a LAS (América Latina do Sul) devemos ver um aumento de volumes na comparação a/a com as restrições sociais do COVID já mais liberadas. Para o Canadá e CAC (América Central e Caribe), os resultados devem cair por conta de dificuldades logísticas mundiais, o que afetaram produção e custos negativamente. Levando tudo em conta, pensamos que os desafios permanecerão no curto e no médio prazo, e portanto seguimos mais conservadores em relação ao crescimento e prosperidade da Ambev.