A Americanas apresentou o melhor resultado operacional do setor, com crescimento em receitas e em margens. A retomada do varejo físico, o lucro operacional da Ame Digital e o ganho de eficiência com a combinação de negócios foram os pilares desse forte resultado da varejista.
Mas nem tudo são flores. A última linha amargou um prejuízo de R$ 98m, reflexo de uma elevação na taxa básica de juros, que fez com que as despesas financeiras dobrassem a/a. Mais uma vítima da elevação da Selic. A nossa recomendação para as ações de AMER3 é de COMPRA, com preço-alvo YE22 de R$ 31.
Receita líquida
A Americanas apresentou um GMV Total de R$ 13,9b (+10,4% a/a). O forte desempenho de suas lojas físicas, que registrou um GMV de R$ 3,5b (+27% a/a), foi o grande motor de aceleração do “top line” da varejista. Outro ponto positivo foi o GMV de 1P, que dada a menor exposição a linha branca (~40% do GMV 1P), apresentou a menor queda do setor, 7% a/a. Para fins comparáveis, Magalu e Via viram essa linha cair 6,8% e 24%, respectivamente.
Como resultado dessa dinâmica, a Americanas foi a única empresa do setor a reportar crescimento na receita líquida do trimestre, faturando R$ 6,7b (+7% a/a), número em linha com as nossas estimativas. Em relação aos seus pares, entendemos que o cenário é mais favorável para Americanas, dada a sua posição mais generalista e a relevância de seu mix de produtos no cenário atual.
Custos, despesas e lucro líquido
O forte desempenho de suas lojas físicas trouxe um impacto positivo na margem bruta da Americanas, que atingiu 31,2% nesse trimestre, uma recomposição de +40 bps a/a. O lucro bruto reportado foi de R$ 2,1b (+8% a/a).
A companhia seguiu com a captura de eficiência operacional pós-combinação de negócios, apresentando uma diluição de 1,8 pp a/a em seu SG&A, que encerrou o trimestre representando 18,6% da receita líquida.
O ganho de margem bruta e a diluição de despesas criou um efeito “bola de neve” positivo para a margem EBITDA, que expandiu 2,2 pp, alcançando 12,6% no trimestre. O EBITDA reportado foi de R$ 843m (+29% a/a).
Apesar de a varejista apresentar a melhor margem EBITDA do setor até aqui, a elevação da taxa básica de juros, que passou de 3,5% para 13,25% em um ano, fez com que as despesas financeiras mais do que dobrassem, “comendo” os ganhos da varejista neste trimestre.
No fim, a Americanas reportou a sua última linha do resultado xx% melhor do que esperado. A companhia registrou um prejuízo líquido de R$ 98m (-15,6% a/a), uma margem líquida de -1,5% (-10 bps a/a).