O Assaí consolidou um bom resultado neste trimestre, com números em linha às nossas estimativas. Negociando a 11,5x P/E 2024 (Est. Genial), reiteramos ASAI3 como top pick do setor, com preço-alvo 2023E de R$ 17,00, o que confere um upside de 32% em relação ao último valor de tela.
Separamos quatro grandes destaques desse resultado:
(I) Desaceleração de receita, desinflação alimentar e vendas B2B: a queda nos preços de alimentos e commodities impactou negativamente a curva de crescimento de faturamento bruto do atacarejo nesse trimestre, uma vez que a desinflação da categoria alimentar ainda não vem acompanhada de uma recomposição de volume. Contudo, o impacto negativo em Assaí foi muito menor do que no Atacadão (e falamos sobre essa dinâmica em nossa prévia de resultados), dada a diferenças entre os devidos públicos B2B (Atacadão é mais exposto a revendedor, enquanto Assaí em transformadores e utilizadores).
(II) Diluição de despesas acima de nossa expectativa: em 8 meses, as conversões do grupo tem mostrado um faturamento mensal acima do esperado, alcançando um uplift de vendas 2,5x superior ao formato de hipermercado Extra (ante expectativa de 2,2x). Diante de maior alavancagem operacional, a margem EBITDA aj. foi consolidada +10bps acima de nossa estimativa, em 7,0% (-40bps a/a). Acreditamos que a companhia está bem encaminhada para cumprir seu guidance de 7,2% de rentabilidade operacional no ano.
(III) Gerando mais caixa: a melhora significativa de seis dias em estoques (45 dias em 2T23) e de um dia em fornecedores (65 dias em 2T23) deu um burst significativo para geração de caixa operacional no trimestre, atingindo R$ 5,4 bilhões, uma melhora de R$ 2,6 bilhões em relação ao 2T22. O ciclo virtuoso é bastante positivo para a tese!
(IV) Passando longe dos covenants: a melhora na geração de caixa foi o suficiente para fazer com que o ratio DL/EBITDA (pré-IFRS 16) do Assaí diminuísse 0,2x na visão sequencial, para 2,6x – se distanciando do limite imposto pelos covenants (3,0x). A meta da companhia é chegar a 2,2x até o final de 2023, o que deve ser possível, tendo em vista a maior maturação de lojas até lá.