Auren (AURE3): Mostrando o potencial!
Seguimos com recomendação de MANTER para Auren (AURE3). Em nossa leitura, o grande destaque do trimestre foi o anuncio da distribuição de dividendos de R$1,5 bilhões (R$1,5/ação) por parte da empresa (rendimento acima dos 10%), além da possibilidade de novos pagamentos de acordo com o intuito anunciado pela empresa de securitizar o fluxo de pagamentos referentes à indenização da Usina de Três irmão (securitização é um processo em que é vendido o direito de recebimentos dos fluxos futuros para investidores interessados com um determinado desconto). Ou seja: a empresa pode ter ainda mais espaço para distribuir dividendos ao longo de 2023. Se considerarmos o valor da indenização a ser recebida ao longo dos próximos anos (c. R$2 bilhões), a distribuição de outros valor similar ao de hoje não deve ser descartada. Como comentamos em nossa iniciação de cobertura da Auren (para maiores informações, clique aqui – “Geração: São Pedro ajudou. E agora?”), a geração de caixa livre da empresa deve ficar em aproximadamente R$1,1 – R$1,4 bilhões nos próximos anos e, sem novos projetos, existiria muito espaço para o pagamento de proventos – exatamente o que está acontecendo agora e que, em nossa leitura, deve permanecer nos próximos anos devido ao alto grau de contratação no portfólio. Como mencionamos em nosso update, dentre as geradoras, seguimos achando a Eletrobrás o case mais interessante e mais assimétrico em termos de avaliação.
Desempenho Operacional 4T22
A receita líquido foi de R$1,4 bilhões, uma queda de 21% a/a. O principal detrator dessa linha foram as receitas de trading de energia devido ao menor volume transacionado no período e menores preços médios no mercado devido a hidrologia mais favorável (R$199/MWh vs R$255/MWh no 4T21). Da parte da receita relacionada aos contratos no Ambiente de Contratação Livre e Regulada no segmento hidroelétrico, enxergamos essencialmente o reajuste inflacionário no período. No eólico, o grande destaque foi a entrada operacional dos complexos eólicos Ventos do Piauí II e III. O EBITDA não-recorrente foi de R$760 milhões, que por sua vez foi impactado por alguns eventos não-recorrentes no trimestre, como I) reversão de impairment da UHE de Porto Primavera (R$231 milhões), II) reversão de provisão para litígios de R$137 milhões e outros. Excluindo os efeitos não, recorrentes, o EBITDA teria sido de R$520 milhões, acima do consenso. O lucro líquido foi de R$2,4 bilhões, impactado positivamente pelo resultado financeiro do trimestre (R$2,0 bilhões), que reconheceu a indenização da Usina de Três Irmãos (R$2,4 bilhões).