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    Publicado em 07 de Maio às 21:19:11

    Auren (AURE3) | Resultados 1T25: Reorganizando a Nova Casa!

    Esse foi o primeiro trimestre completo da Auren pós-fusão com a AES Brasil. A companhia divulgou um forte resultado, impulsionado pelo recorde de EBITDA de R$1,2 bilhão, +18% acima das nossas expectativas e +25% acima do consenso. O principal ponto de atenção, como citamos no trimestre passado, era a alavancagem pós aquisição da AES – que havia terminado o tri em 5,7x Dívida Líquida/EBITDA Ajustado. A redução ansiada pelos investidores já acontece no primeiro trimestre do ano. A companhia conseguiu reduzir expressivamente para 5,0x Dívida Líquida/EBITDA Ajustado (-0,7x, em relação ao 4T24). Essa redução ocorre em um momento de incertezas sobre os juros e coincide com o aumento divulgado hoje (07/05) de 50bps na taxa Selic para 14,75% a.a. Esse fator reforça a importância da redução da alavancagem da companhia, focados em 3 pilares que exploramos mais a frente, que antecipamos aqui: i) redução da sua dívida bruta, (ii) diminuição do custo médio e (iii) alongamento do perfil de amortização. Esse trimestre é uma boa marca do entendimento e, principalmente, materialização dos esforços da companhia em busca do retorno a sua estrutura de capital ótima.

    Em março/25, atualizamos nossas estimativas para a companhia (Auren (AURE3) | Atualização de Estimativas – Uma pausa para reenergizar (MANTER)). Nossa tese está resumida (i) na estrutura de capital pressionada no curto e médio prazo (alavancada); (ii) manutenção da curva longa de juros em patamares altos; (iii) menor visibilidade de dividendos e (iv) pressão sobre a captura de sinergias. Entendemos que a companhia está entregando uma performance operacional (tanto em sinergias, quanto no desempenho dos seus ativos) que compensa o cenário macroeconômico mais deteriorado. Parte dessa habilidade da companhia foi alcançada e enxergada pelo mercado – o papel subiu 16% desde um mês atrás. Vemos a AURE3 negociar uma TIR Real de 12%, 7,8x e 7,1x EV/EBITDA 25E-26E, respectivamente. Ainda que sejam bons patamares, entendemos que o setor oferece possibilidades mais atraentes – especialmente ELET3.

    Desempenho Operacional e Financeiro 1T25

    A companhia reportou uma receita líquida de R$2,9 bilhões, um aumento de 34% a/a. A geração apresentou uma alta de +22% a/a em receita líquida, fechando o trimestre em R$1,6 bilhão. Esse crescimento veio em função do (i) incremento da disponibilidade nos complexos eólicos Tucano e Cajuína e (ii) início da operação da usina solar Jaíba. Dessa forma, a geração dos ativos próprios foi de 3,8 GW médios, um aumento de +31% a/a. No lado da comercialização, foi reportado uma receita líquida de R$1,8 bilhão, uma alta de +48% a/a. A companhia negociou um volume médio de 4,9 GW. A margem líquida (Receita Líquida – Custo com Energia) foi 172% maior, chegando ao patamar de R$189 milhões. Essa diferença está relacionada pelo aumento de margem de comercialização – chegando em R$15,8/MWh, saindo do patamar de R$6,0/MWh no 1T24.

    Do lado operacional, olhando o balanço energético vemos que a companhia apresentou um nível de contratação de 96% para 2025 e 2026 e 87% em 2027. Olhando para a produção de energia, foram observados avanços nas hidrelétricas, que atingiram 2,6 GW (+23% a/a). No lado da geração eólica também avançou, reportando geração de 995 MW (+41% a/a), mesmo em um cenário de (i) disponibilidade inferior a meta de 95% e (ii) curtailment de ~8%. Já a produção de energia nos ativos solares atingiu 205,3MW médios no 1T25 (+121% a/a) devido à entrada da operação comercial dos projetos Sol de Jaíba e Água Vermelha VII. No segmento solar, o curtailment foi de 11,4% (vs. 6,1% do portfólio combinado dos ativos eólicos e solares). Dessa forma, o impacto financeiro do curtailment nesse trimestre foi de R$49 milhões.

    Olhando para os custos e despesas gerenciáveis, o PMSO apresentou leve redução de -2,4% a/a, fechando o trimestre em -R$302 milhões. Além disso, a companhia conseguiu realizar uma economia de -R$55,9 milhões de sinergias recorrentes. Dessa forma, mesmo considerando (i) o crescimento orgânico, (ii) a entrada de novos ativos e (iii) itens não recorrentes, a companhia conseguiu manter o PMSO praticamente estável. Os EBITDA Ajustados dos segmentos de geração e comercialização foram de R$1,1 bilhão e R$164,6 milhões, aumentos de 50% e 218% a/a, respectivamente. Os dois segmentos se destacaram na receita, como citado anteriormente, o que mitigou a estabilidade do PMSO na geração e crescimento do PMSO na comercializadora. No consolidado, a companhia conseguiu alcançar R$1,2 bilhão em EBITDA, o recorde da companhia, crescimento de 66% a/a.

    O lucro líquido foi de R$54 milhões. A queda de -64% a/a no lucro está relacionada à um resultado financeiro mais negativo, dada a posição mais alavancada da companhia – estrutura de capital temporária pós operação de compra alavancada na aquisição da AES Brasil. Ainda assim, a eficiência do resultado operacional foi suficiente para compensar com a entrega de lucro, e não prejuízo líquido (como ocorreu no 4T24). Esse fator colaborou para um crescimento do fluxo de caixa operacional em +28% a/a, alcançando R$910 milhões. O fluxo de caixa livre foi de -R$1,09 bilhão, principalmente impulsionado pela amortização realizada no trimestre. Entendemos que a eficiência deverá continuar sendo o ponto de atenção, uma vez que (i) o resultado financeiro mais pesado e (ii) amortizações deveram continuar a pesar a DRE e o fluxo de caixa da companhia.

    O endividamento da Auren terminou em 5,0x Dívida Líquida/EBITDA Ajustado (uma queda de -0,7x t/t). Como citamos no resultado do 4T24 (Auren (AURE3) | Resultados 4T24: Todos os holofotes para o endividamento!), a gestão da alavancagem e nova estrutura de capital da companhia seria um dos principais fatores a serem monitorados. Nesse trimestre, a Auren (i) reduziu sua dívida bruta, (ii) diminuiu o custo médio e (iii) alongou a amortização. A dívida bruta do trimestre foi de R$26,2 bilhões, -3% t/t, uma redução de R$879 milhões. Com o crescimento do EBITDA ajustado nos últimos 12 meses, a companhia conseguiu reduzir seu grau de alavancagem. Quanto ao ponto do custo médio da dívida, houve uma redução para CDI-1,7% ao ano (com concentração de 67% da dívida em IPCA, índice que corrige os contratos de venda de energia da companhia). Além disso, o prazo médio da dívida também foi estendido para 6,5 anos (vs. 5,9 anos no 4T24). A liquidez registrada pela companhia foi de R$7,2 bilhões no 1T25. Em Abril/25 (para o 2T25): a companhia realizou (i) uma emissão de R$2,0 bilhões e (ii) completou o pré-pagamento de R$3,2 bilhões de um total de R$5,4 bilhões do acquistion finance – o que garante ainda uma liquidez de R$6,0 bilhões.

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