Conclusão
Seguimos com a recomendação de COMPRAR para as ações da PRIO3. O evento é claramente negativo, mas com efeitos limitados ao case da Prio. De acordo com as nossas estimativas, a parada técnica deve trazer uma frustração de EBITDA em relação as nossas estimativas de no máximo 2-4% das nossas estimativas de EBITDA 25E considerando a parada técnica de 3-6 semanas. Por último, é importante mencionar que a Prio ainda não é a operadora do ativo e que a frustração de receita/geração de caixa ainda pode ser negociada para ser descontado do pagamento final a ser desembolsado pelo ativo – possibilidade a ser acompanhada pelos próximos meses.
Os fatos | via fato relevante, a empresa anunciou a interdição da Agência Nacional do Petróleo na Plataforma de Peregrino. De acordo com a ANP, a operação do Campo de Peregrino não atendeu alguns requisitos, como I) documentação e análise de risco e II) Adequação no sistema de dilúvio (sistema de combate a incêndio por água, instalado em plataformas, refinarias e plantas industriais). Em resumo: a paralisação foi motivada por deficiências no aspecto da segurança operacional da plataforma, abrangendo desde estudos desatualizados de de análise de risco, até falhas em sistemas de combate a incêndio, drenagem, comunicação, detecção de fogo e proteção contra explosões. Sendo assim, a produção na plataforma foi suspensa até segunda ordem.
Em relação a esse evento, citamos:
I) Atualmente, a Plataforma segue sendo operada pela Equinor e não pela PRIO. É importante mencionar que a aquisição do ativo ocorreu em duas estapas: primeiramente, uma fatia de 40% em setembro/24 com respectiva aprovação regulatória em Junho/25. A aquisição da fatia dos 60% restante foi anunciada em Maio/25 e com aprovação regulatória esperada para o 1º Semestre de 2026. Ou seja: ainda Prio ainda não é a operadora de fato do ativo.
II) Reparos: 3-6 semanas. Com tempo de reparo limitado a no máximo 1 mês e meio, os efeitos negativos do eventos devem ser limitados.
Qual o impacto desse evento? De acordo com as nossas estimativas, considerando a fatia de produção atual pertencente a PRIO3 (fatia de 40% e uma produção estimada de 40k bpde), estimamos um impacto negativo no EBITDA da empresa de R$220-R$455 milhões nos ranges entre 3-6 semanas considerando o stake de apenas 40% da empresa no campo de Peregrino. Tal valor representa 2,1-4,2% do nosso EBITDA estimado para PRIO3 em 2025, respectivamente.
O que ainda não está no preço? Como amplamente divulgado no dia do anúncio de aquisição da fatia remanescente de 60% de Peregrino, todo o fluxo de caixa gerado pela operação pertenceria a Prio e seria reduzido do preço estabelecido (para maiores detalhes, clique aqui e leia PRIO (PRIO3) | Compra de 60% do Campo de Peregrino – o que achamos disso?). Com essa parada não esperada, imaginamos que a empresa pode tentar alguma compensação em relação ao tempo que o ativo sofreu essa parada.