Avaliação do Resultado
A Azul reportou um fraco resultado do 2T21, o que já era esperado pelo mercado devido à 2ª onda da pandemia, que prejudicou o setor de aviação como um todo. O Ebitda reportado veio em linha com a nossa projeção. O destaque positivo foi a divisão de carga, que continua crescendo em ritmo acelerado e que ajuda a empresa em momentos de restrição de circulação e baixa demanda de passageiros. Com caixa recorde, o risco de insolvência é passado e agora a empresa se prepara para aproveitar a retomada do turismo, com uma malha aérea ainda maior, com mais liquidez que seus concorrentes e com o avanço do ritmo da vacinação. Nossa visão negativa para o setor reflete a nossa preocupação na capacidade de repasse dos aumentos dos custos com uma demanda mais sensível a preço junto com uma elevada alavancagem das empresas.
Confira um vídeo rápido sobre o balanço.
Voando mais alto no trimestre
O Ebitda veio em linha com a nossa projeção reportada em nossa prévia de resultados do setor de transporte e abaixo do consenso do mercado. A receita líquida de passageiros veio abaixo da nossa projeção devido a um yield (preço unitário por assento/km voado) menor que nossa estimativa, mas a receita de carga surpreendeu para cima, apresentando um crescimento acelerado dessa divisão mesmo com um menor número de voos no período. A empresa agora atende 130 destinos, contra 116 antes da pandemia, e com projeção de terminar o ano com 137 destinos, reforçando a malha aérea da empresa e conseguindo atuar em mais destinos sem competição, o que é uma grande vantagem competitiva. As vendas diárias estão em patamares mais altos desde o início da pandemia e as tarifas do lazer e do corporativo também tem demostrado evolução, preparando a companhia para um semestre sazonalmente melhor. Pelo lado dos custos, o preço do combustível pago aumentou 137% a.a em razão do aumento do barril de petróleo, contribuindo para a empresa reportar um EBITDA ajustado negativo de R$ 50,9 milhões e margem de -3%.
A Azul também divulgou uma liquidez imediata recorde de R$ 5,5 bilhões após uma captação de US$ 600 milhões realizada em junho e um cronograma de amortização de dívida confortável para a empresa, sem pagamento significativo de dívida para os próximos dois anos, possibilitando acelerar sua retomada com o ritmo de vacinação avançando e mais capacidade de investir na promissora divisão de cargas.
Pontos Positivos
- Oferta de assentos acima do nível pré pandemia.
- Malha aérea com 130 destinos atendidos, diversificando as cidades atendidas e fortalecendo a posição de liderança nas rotas.
- Crescimento de 137% vs 2T20 na receita de cargas mesmo com decolagens 33% menor.
Pontos Negativos:
- Yield ainda em patamares baixos
- Aumento de alavancagem devido à nova captação
- Aumento de 102% a.a no preço médio do combustível pago, em razão do aumento do preço do petróleo.