O aumento do preço do petróleo, seja de maneira direta ou indireta, acaba prejudicando diversos setores da bolsa. No mês fevereiro, à medida que as forças armadas russas começaram a cercar a Ucrânia, o tom de incerteza foi ganhando força. No final do mês, com a invasão russa, o ocidente começou a impor sanções ao país que é um dos principais produtores de petróleo e gás natural do mundo. Responsável por boa parte do abastecimento energético de diversos países europeus, a redução da oferta global refletiu imediatamente em aumentos nos preços dos combustíveis.
Em mais uma sanção ao presidente russo Vladmir Putin, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou a suspensão das importações de petróleo da Rússia. O embargo pode gerar novos aumentos nos preços do petróleo. Segundo a Capital Economics, essa medida, no cenário atual, poderia levar o preço do petróleo Brent à US$ 160/barril. Vale lembrar que o preço do barril de petróleo chegou a oscilar próximo à marca de US$ 140/barril, valor que não era visto desde 2014.
Momento Conturbado!
No Brasil e no mundo, embora as companhias não operem voos diretos para a região do conflito (Ucrânia e Rússia) a preocupação paira em torno dos impactos gerados no câmbio e do petróleo nos custos do setor aéreo.
A alta do combustível está afetando a retomada do setor, as prévias de tráfego reportadas por Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) já começam a refletir uma piora no cenário de curto e médio prazo. No pior dos cenários, os preços elevados de combustíveis podem inviabilizar rotas de custos mais altos que tem o repasse nas tarifas dificultado pela menor demanda.
Seguimos de olho nos reflexos dos conflitos entre Rússia e Ucrânia. A disparada dos preços de petróleo pressiona as companhias aéreas, o querosene de aviação corresponde a cerca de um terço dos custos do setor aéreo, boa parte indexado ao dólar. O encarecimento do combustível inviabiliza rotas de custos mais altos e pode prejudicar não apenas margens como também a oferta de assentos.
Tráfego Aéreo em fevereiro!
Azul (AZUL4)
Em fevereiro, o volume total de passageiros transportados o (RPKs) e a oferta total de assento (ASK) aumentaram cerca de 20% na comparação anual, finalizando o mês com uma taxa de ocupação de 78,0%. Na comparação com o período pré-pandemia, isto é, fevereiro de 2019, o RPK segue 13% abaixo, o ASK caiu 9% e a taxa de ocupação está 3,1pp menor.
Gol (GOLL4)
A oferta total (ASK) e a demanda total (RPK) aumentaram mais de 35% frente a fevereiro de 2021, finalizando o mês com uma taxa de ocupação de 80,3%. Na comparação com o período pré-pandemia, o RPK segue 15% abaixo, o ASK cai 13% e a taxa de ocupação está 2,1pp menor.