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    Publicado em 14 de Novembro às 20:45:59

    Azul (AZUL4) e Gol (GOLL4) | Prévias de Tráfego – Outubro de 2022

    A Azul e a Gol divulgaram suas prévias de tráfego relativas ao mês de outubro. Do ponto de vista de demanda, os dados foram positivos, refletindo a melhora continua do setor. Quando falamos de tarifa, nossa expectativa é de que o mês de outubro também tenha sido um bom mês, assim como mostra a componente do IPCA de passagens aéreas. Estamos monitorando com atenção o par taxa de ocupação vs. o yield das companhias aéreas. Embora outubro seja o mês mais fraco de um trimestre sazonalmente forte, quedas mais acentuadas nas taxas de ocupação poderiam provocar quedas de tarifas médias por km voado.

    As demandas (RPK) divulgadas pela Azul e pela Gol foram superiores tanto na comparação anual, quanto na mensal. A oferta de assentos (ASK) reportada para o primeiro mês do 4º trimestre, também cresceu em relação ao mês anterior e ao mesmo mês do ano passado para ambas as empresas. Do ponto de vista de ocupação, destacamos uma taxa menor para Azul (77,3%) do que para Gol (81,4%), o que consideramos um sinal de alerta à Companhia para o trimestre corrente.

    Uma contínua diminuição na taxa de ocupação poderia resultar em redução no Yield e consequentemente, em uma redução de receita. Historicamente, a gestão de preços de passagem das companhias segue esse fluxo: as empresas repassam preço até sentirem algum movimento brusco na taxa de ocupação.

    De acordo com o IPCA de outubro, as passagens aéreas tiveram um aumento de 27,38% em relação ao mês de setembro.

    A elevada busca por passagens aéreas, aliada há um período sazonalmente mais forte, nos leva a crer que teremos Yields ainda elevados no último trimestre do ano. Ainda enxergamos um cenário incerto para as companhias aéreas, principalmente no que tange ao desdobramento das eleições e o cenário fiscal brasileiro, podendo impactar os preços do câmbio e consequentemente prejudicar as companhias do setor de aviação. Seguimos com recomendação de COMPRA para Azul (AZUL4) versus MANTER para Gol (GOLL4).

    Azul (AZUL4)

    Em outubro, a demanda (RPK) da Azul foi de 2,6 bilhões, +11% a/a e +3,9% m/m. A oferta total de assento (ASK) foi de 3,4 bilhões, +18,1% a/a e +6,4 m/m%. Tivemos uma taxa de ocupação substancialmente menor, finalizando o mês em 77,2% contra 82,1% no mesmo mês do ano passado. Mesmo superando os patamares de 2019, a constante queda nessa taxa nos faz julgar os dados como neutros.

    Gol (GOLL4)

    A Gol reportou bons dados relativos ao mês de outubro. A demanda atingiu (RPK) 2,9 bilhões, +40,9% a/a e +11,2% m/m. A oferta total de assento (ASK) foi de 3,5 bilhões (+46% a/a e +11,6% m/m). Tivemos uma taxa de ocupação relativamente menor, finalizando o mês em 81,4% contra 84,3% no mesmo mês do ano passado. O volume de carga passou de 8,2 mil toneladas em setembro para 7,3 mil em outubro. Os dados da Gol ainda permanecem abaixo do pré-pandemia.

    Perspectivas Futuras

    Ressaltamos alguns pontos relacionados à combustível, que, provavelmente, irão afetar de forma mista as empresas do setor aéreo. Conforme mencionamos em nosso relatório de resultado das empresas, tivemos fortes ajustes nos preços do querosene de aviação (QAV) durante o 3T22. Porém, a defasagem de aproximadamente 45 dias entre o reajuste e a efetiva diminuição nos custos das empresas deverá ser efetivamente apresentada somente nos resultados no 4T22. Contudo, tivemos um reajuste silencioso de +7,27% no início de novembro, o que deverá diminuir o alívio previamente estimado nos custos das companhias aéreas no último trimestre do ano corrente.

    A eleição recente ainda nos deixa incertezas quanto à equipe econômica e os possíveis riscos fiscais para 2023. A possível indicação de nomes políticos para cargos nos ministérios, além de propostas que possam elevar a Dívida Pública, e, consequentemente, o risco país (CDS), podem estressar o câmbio. Com isso, além dos custos relacionados ao combustível, podemos ter também maior pressão de despesas voltadas para leasings, o que continuaria pressionando as margens e consequentemente comprimindo o bottom line das empresas.

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