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    Publicado em 13 de Maio às 15:05:37

    Azul (AZUL4) | Resultado 1T24: Margem EBITDA e yield surpreendem, sinais positivos na demanda

    Azul reportou resultados positivos para o primeiro trimestre de 2024, superando tanto nossas estimativas quanto as do mercado. Destaque para o EBITDA quase 12% acima do esperado, impulsionado por custos, excluindo combustível, mais brandos, e um yield que superou nossas expectativas. Esses fatores contribuíram para que a margem EBITDA superasse nossas estimativas em 2,8 pp, levando a Azul a reiterar seu guidance de EBITDA de R$ 6,5 bilhões para o ano.

    O Cask ex-fuel menor que as nossas estimativas reflete a melhoria no consumo de combustível por ASK. À medida que a Azul prossegue na transição para aeronaves mais eficientes, essa linha tende a reduzir. Além disso, o aumento de 16,8% na utilização das aeronaves (horas/dia) ajudou na diluição de alguns custos fixos e proporcionou estabilidade na oferta de assentos, mesmo em um momento de perda de capacidade no mercado internacional.

    Apesar da boa performance operacional, o trimestre não se traduziu em geração de caixa livre. Observamos um aumento na dívida líquida e uma leve queda na liquidez total, de R$ 6,1 bilhões no 4T23 para R$ 6 bilhões no 1T24. Embora o EBITDA tenha aumentado, os níveis de endividamento permaneceram estáveis ao final do 1T24, equivalentes a 3,7x dívida líquida/EBITDA, e o resultado na última linha ainda segue pressionado pelo alto nível de alavancagem.

    Ainda que esteja pressionando a geração de caixa e o lucro na última linha, temos algumas mensagens positivas que podem ser extraídas do resultado financeiro. Mesmo com um aumento significativo da dívida líquida e do custo médio da dívida, a despesa financeira apresentou queda de 2,2% a/a. Isso pode passar despercebido, mas a diferença fica evidente ao compararmos com os números do 1T23. No 1T24, a taxa de juros média da dívida subiu para 11,1% (+2,9 pp a/a), com os empréstimos locais a CDI + 4% (-1 pp de spread a/a), enquanto os empréstimos em dólar subiram para uma taxa pré-fixada de 10,6% (+4,6 pp a/a). Portanto, a estabilidade no resultado financeiro reflete a melhora nas taxas dos contratos de leasing.

    Combustível e eficiência ajudando na redução de custos

    No trimestre, fomos surpreendidos positivamente pelas margens da companhia, que têm como uma das causas custos melhores do que o esperado, tanto com combustível, quanto com os demais custos de operação. A Azul reportou um CASK total de 35,0 centavos, 0,8% menor do que nossa expectativa de 35,3 centavos.

    Embora estivéssemos com projeções melhores para o preço médio por litro do QAV operado (-1,0% vs. realizado), a companhia reportou um CASK relacionado a combustível 0,3% menor do que o esperado. Atribuímos essa disparidade à maior eficiência da frota da companhia, com a maior representatividade dos aviões E2 mais eficientes, o que proporcionou um consumo por ASK 2,6% menor na comparação anual.

    Com relação aos custos não relacionados ao combustível, também vimos nossas expectativas sendo superadas positivamente (+1,0% vs. realizado). Destacamos para essa melhora a redução das linhas relacionadas a tarifas aeroportuárias (-10% a/a) e outros (-16% a/a). A primeira tem como motivo a maior representatividade dos voos nacionais no consolidado da companhia, visto a queda na capacidade internacional, que tem tarifas maiores. Já a segunda, conforme reportado pela companhia, tem como causa as reduções nas demandas judiciais do período e os custos de seguro.

    Yield acima do esperado

    Atribuímos o outro motivo da melhora de margens ao Yield, que surpreendeu nossas expectativas. Nossas projeções eram de um indicador na casa de 49,0 centavos e o reportado pela companhia foi de 49,8 centavos (+1,8%), indicando um repasse de preços melhor do que o esperado.

    Análise quantitativa

    Na figura consolidada do 1T24, a receita da companhia totalizou R$ 4,678 bilhões (+4,5% a/a e -7,0% t/t), ficando em linha com nossas expectativas e um pouco abaixo do mercado. Enquanto isso, o EBITDA reportado foi de R$ 1,415 bilhões (+37,4% a/a e -3,6% t/t) e margem de 30,2% (+7,2 pp a/a e +1,1 pp t/t), surpreendendo positivamente tanto nós quanto o mercado. Por fim, o Yield do 4T23 foi de 49,8 centavos (+2,8% a/a e -5,1% t/t), também superando nossas expectativas.

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