Azul reportou dados positivos em nossa visão, surpreendendo nossas estimativas e as do mercado. O Yield, apesar da queda, ainda se mostrou em patamares elevados, o que aliado a uma redução substancial do dólar e preço do Querosene de Aviação (QAV), fez com que a companhia reportasse margens próximas e até mesmo acima dos patamares que costumávamos observar anteriormente à pandemia.
Principais Destaques
Para nós, os principais destaques dos resultados foram as margens, que, segundo mencionamos, se encontraram em níveis similares aos que eram reportados em 2019, período que antecedeu a pandemia. Apesar de algumas componentes como câmbio e QAV terem apresentado queda, ainda julgamos que elas se encontram em patamares relativamente elevados. No entanto, com a demanda ainda forte, a Azul segue conseguindo superar esses obstáculos.
O Yield no trimestre foi de 46,81 centavos, implicando uma queda de 3,5% com relação ao trimestre passado, o que na nossa visão já era de se esperar devido à pior sazonalidade do trimestre. No entanto, ressaltamos que apesar da queda, o nível de tarifa ainda se encontra elevado. Se considerarmos o mesmo preço médio de QAV reportado no ano de 2019, as margens EBIT e EBITDA da companhia teriam sido de 27% e 41%.
Esperamos que Azul continue reportando bons resultados ao longo de 2023. O segundo semestre por sua vez é marcado por uma sazonalidade mais favorável, o que naturalmente acarreta aumentos de tarifas. Além disso, as renegociações anunciadas juntamente com a queda do dólar e uma expectativa de queda no preço do QAV devem ajudar a manter as margens em patamares elevados.
Renegociações de Dívidas
Gostaríamos de destacar também o processo de renegociação de dívidas da Azul. Além das renegociações com os lessores, a companhia também anunciou sua negociação com os detentores de bonds. Com isso, a companhia aliviou seu fluxo de pagamentos no custo prazo de maneira expressiva, fazendo com que seu fluxo e pagamentos seja mínimo até o ano de 2028.
Com isso, dado os patamares de tarifa atuais e arrefecimento de custos, a companhia deve conseguir reestruturar sua posição de caixa e estrutura de capital no curto/médio prazo. Ressaltamos que a alavancagem reportada no 2T23 foi de 4,2x, uma queda de 1x com relação ao trimestre anterior.
Análise Quantitativa
A receita do trimestre totalizou R$ 4,27 bilhões (+8,8% a/a e -4,7% t/t), ficando em linha com nossas expectativas e com as do mercado. Enquanto isso, o EBITDA reportado foi de R$ 1,16 bilhões (+88,2% a/a e +12,3% t/t), superando nossas estimativas em 33,4% ficando em linha com as do mercado. Por fim, o Yield do 2T23 foi de 46,81 centavos (+0,9% a/a e -3,5% t/t), marginalmente acima das nossas estimativas de 46,35.