AZUL

    Ações > Transporte > AZUL > Relatório > Azul (AZUL4) | Resultados 3T23: O céu é Azul!

    Publicado em 14 de Novembro às 16:24:20

    Azul (AZUL4) | Resultados 3T23: O céu é Azul!

    Azul reportou dados preliminares positivos, superando nossas expectativas. Já esperávamos um trimestre favorável, mas ainda assim consideramos as margens surpreendentes, sendo apoiadas pela combinação perfeita entre novos aumentos nas tarifas por km voado (yield) e uma redução nos custos com combustíveis (Cask-Combustível).

    As principais componentes de custos trouxeram uma boas mensagens em termos de volumes relativos e preço. Em decorrência do seu processo de transformação de frota iniciado ainda antes da pandemia, a Azul segue se beneficiando por ter a frota mais nova entre os pares, o que gera maior economia de combustível por km voado. Adicionalmente, observamos uma queda no preço do Querosene de Aviação (QAV) maior do que a projetada por nós, que teve seu preço por litro reduzido de R$ 4,30 no 2T23 para R$ 4,06 no trimestre em questão.

    Com isso, a companhia apresentou um yield forte de 48,3 centavos, 2,2% acima do que estimávamos e representando um aumento de 3,2% vs o 2T23. Os bons níveis de tarifa, boa ocupação e demanda resiliente se refletiram em um PRASK (Receita de passageiros por assentos-quilômetros oferecidos) recorde, mesmo considerando a alta temporada no final do ano de 2022, o que indica que o 4T23 pode ser ainda melhor.

    A Azul também apresentou seu novo cronograma de amortização, que já contempla a renegociação das dívidas vincendas em 2024 – que passaram a ter vencimento em 2028, que foi anunciada em outubro.

    Apesar do resultado positivo e um fôlego substancialmente maior se comparado com o da Gol no que diz respeito a sua amortização de dívidas, ainda seguimos cautelosos com o setor devido à fragilidade dos balanços das companhias e uma expectativa de alta de preços de combustível para 2024.

    Dito isso, mantemos nossa recomendação de MANTER para Azul (AZUL4), com preço alvo de R$ 22,00.

    Fôlego! Por enquanto…

    Conforme mencionamos, julgamos o resultado positivo. Mesmo com as tarifas abaixo de seu topo histórico, ainda assim a companhia conseguiu entregar recordes de receita por assento oferecido, mantendo uma ocupação elevada. Algo que, diferente do que vimos em Gol, sugere que a companhia vem enfrentando menos dificuldades para repassar seus preços.

    Cabe destacar que o 3º trimestre ainda não é o mais forte em termos de sazonalidade, e que podemos ter surpresas positivas no que diz respeito à demanda nos resultados do 4T23 e até mesmo no 1T24. A procura por viagens ainda forte se mostrou estrutural, e não temporária devido a algo reprimido por conta da pandemia. Algo que na nossa visão é extremamente positivo.

    No entanto, nosso receio com o setor está voltado principalmente para até quando essa demanda consegue suportar as tarifas nos patamares atuais – algo que já estamos observando de forma branda nos resultados da Gol. Além disso, conforme mencionamos anteriormente, temos expectativas mais voláteis no que diz respeito ao câmbio e ao preço do barril de petróleo para o ano de 2024, algo que aliado ao fator da demanda mencionado ainda nos deixa receosos com o setor, mesmo considerando um fluxo de pagamentos de dívida substancialmente mais alongado.

    Atualização do Guidance

    Além dos resultados do trimestre, a Azul também atualizou seu guidance para os anos de 2023 e 2024. Em suma, a companhia reduziu sua projeção de EBITDA para o ano corrente e aumentou sua expectativa para 2024. A redução no ano corrente é justificada principalmente pela recente alta nos preços dos combustíveis, que deverá impactar o 4T23. Já para 2024, a companhia acredita que a manutenção da demanda em níveis fortes aliado ao recebimento de mais aeronaves contribuirá com o aumento do EBITDA.

    No entanto, apesar da queda no EBITDA, a Azul elevou suas estimativas no que diz respeito ao RASK para o 4º trimestre de 2023, passando de uma perspectiva estável para um aumento entre 3% e 5% em relação ao 4T22. Segundo a companhia, a melhora no ambiente de demanda corrobora com o aumento das projeções.

    Além disso, devido aos atrasos das entregas com os fabricantes de aeronaves e a alta nos preços do combustível, a companhia reduziu em 3pp sua projeção de crescimento de ASK em comparação com 2022.

    Por fim, destacamos que a Azul manteve sua projeção de alavancagem para 2024 em 3x Dívida Líquida/EBITDA, apesar de ter elevado sua expectativa de 2023 em 0,2x.

    Apesar de já esperarmos uma queda de rentabilidade no 4T23 por conta do QAV, julgamos a atualização do guidance positiva, tendo em vista principalmente a melhora de ~R$ 300 milhões no EBITDA projetado.

    Análise Quantitativa

    A receita do trimestre totalizou R$ 4,9 bilhões (+12,3% a/a e +15,1% t/t), ficando em linha com nossas expectativas e com as do mercado. Enquanto isso, o EBITDA reportado foi de R$ 1,6 bilhões (+67,7% a/a e +34,1% t/t), superando nossas estimativas em 12,1% ficando em linha com as do mercado. A margem EBITDA de 31,6, 2,8pp acima das nossas estimativas reflete a dinâmica favorável entre demanda, preços e custo. Por fim, o Yield do 2T23 foi de 48,3 centavos (+0,4% a/a e +3,2% t/t), acima das nossas estimativas de 47,3.

    A Companhia justificou que, em conjunto com os auditores independentes, não foi possível concluir o trabalho de contabilização dos contratos reajustados após o plano de reestruturação de passivos. Importante destacar que embora os dados do 3T23 não são definitivos, não acreditamos que ajustes ou alterações serão feitos.

    Acesse o disclaimer.

    Leitura Dinâmica

    Recomendações

      Vale a pena conferir