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    Publicado em 03 de Maio às 13:18:28

    VLID3, CIEL3 e B3SA3 Prévia 1T22 | O que esperar dos resultados de serviços financeiros? 

    Dentre as empresas de serviços finaceiros estamos mais otimistas com Valid, dada dinâmicas favoráveis de receitas, melhora da estrutura de capital e valuation atrativo. Para o 1T esperamos uma queda pontual dos volumes t/t, em função da menor quantidade de dias úteis. A queda dos volumes pode ter impactos marginais na margem, dada a menor diluição de custos fixos. O lucro também pode ser impactado negativamente pela variação cambial, em função do ajuste no valor de um mútuo conversível com a filial da Espanha. Apesar do impacto no lucro, a reavaliação do mútuo é não recorrente e não possui efeito caixa. 

    A Cielo deve ter resultados mistos mas ainda apresentando uma evolução anual. O lucro deve cair t/t, impactado pela sazonalidade. No comparativo anual, esperamos um avanço do lucro puxado pela recuperação dos volumes em docorrencia do arrefecimento da pandemia. Entretanto, a elevação das despesas financeiras com a alta da Selic deve frear o crescimento de lucro. Apesar da reprecificação dos produtos diminuir os impactos da alta da Selic nos próximos trimestres, alterarmos a recomendação de COMPRAR para MANTER após uma forte alta das ações levando CIEL3 bater nosso Preço Alvo. Além do valuation mais justo, não vemos muitos gatilhos de curto prazo após a venda da Merchant e-Solutions, os riscos de competição continuam e aparentemente a probabilidade de fechamento de capital pelos controladores é baixa. 

    A B3 deve ter resultados mais fracos no 1T, impactado pelos menores volumes no segmento listado. Os volumes mais fracos são fruto de um cenário macro adverso. Com a queda dos volumes, esperamos uma contração do lucro t/t e a/a. Além disso, a B3 vem aumentando os investimentos em pessoal, podendo haver uma maior pressão de despesas.   

    Valid: destaque positivo 

    A Valid deverá ser o destaque positivo com uma continuidade do bom crescimento de receitas e margens saudáveis. Esperamos um EBITDA crescendo 49% a/a e com retração de 9% t/t. A queda t/t é resultado de receitas mais fracas em função da menor quantiade de dias úteis no 1T. Apesar de seguirem em bons patamares as margens podem apresentar uma ligeira contração t/t pela menor diluição dos custos fixos. 

    Para o ano esperamos que a Valid mantenha um bom volume de documentos emitidos, dada a normalização dos volumes represados durante a pandemia e novos contratos de emissão de identidades em Minas, Piauí e Espirito Santo. Com a competição no segmento de cartões, as emissões de cartões bancários deve seguir com uma boa dinâmica. Apesar de esperarmos, as receitas de serviços digitais da Valid desacelerando no 1T, ainda esperamos um bom crescimento anual.  

    Os segmento de Telco (chips telefônicos) e americano não devem ter muitas surpresas. Os serviços nos Estado Unidos devem ter baixa contribuição para o EBITDA anual e Telco deve manter um resultado semelhante ao ano passado. 

    Estamos positivos com relação a Valid, em função: (i) da normalização da emissão de documentos, que deve impulsionar receitas; (ii) continuidade da demanda por cartões bancários; (iii) melhora na estrutura de capital, com queda da alavancagem financeira; (iv) concretização de novos contratos para emissões de identidades em novos estados, e; (v) implementação de nova carteira de identidade. Ao valuation de 3,5x EV/EBITDA 22 e cenário favorável reiteramos a recomendação de COMPRAR.  

    As secretarias de segurança pública de cada estado tem até mar/23 para se adequarem e passarem a emitir o documento no novo formato. Por ter uma validade definida de 10 anos, a nova carteira deve contribuir para elevar as emissões anuais. A identidade do material de ticket mais alto deve ter uma margem mais alta, dado que receita superior ajuda a diluir custo fixo. Cada pessoa poderá escolher se quer emitir a identidade em papel ou em policarbonato, mas todas precisarão ser de policarbonato em 2030. 

    Cielo: pressionada pela despesa financeira 

    Esperamos resultado mornos para a Cielo no 1T, com crescimento de lucro de 37,1% a/a e queda de 37,8% t/t. A queda t/t é resultado principalmente da sazonalidade. No 4T, o período de festas impulsiona o consumo e volumes. A redução do consumo no 1T gera o efeito oposto, reduzindo os volumes t/t. O crescimento a/a pode ser explicado pela a recuperação do volume em função da retomada econômica decorrente do arrefecimento da pandemia.  

    Os resultados financeiros devem vir mais pressionados dada a continuidade do forte crescimento das despesas financeiras com a alta da Selic. Para suprir os impactos da elevação dos custos de capitação na despesa financeira, a Cielo já reprecificou parte do seu produto de antecipação. No entanto, a maioria dos impactos da reprecificação devem ser sentidos somente no 2T. Apesar do trimestre menos brilhante, esperamos uma gradativa recuperação ao longo do ano, impulsionada pelo avanço dos volumes e reprecificação. 

    Grande parte dos gatilhos para destravar valor para a Cielo já foram disparados. A companhia já fez a venda de grande parte de seus ativos, com destaque para a Merchant-e. A subsidiária foi vendida em 11/abr por uma parcela fixa de US$ 137m e uma parcela variável que poderá chegar a US$ 150m. Ao valuation de 7,5x P/L 22 estamos alterando a recomendação de COMPRAR para MANTER com o preço alvo de R$ 3,3. A mudança leva em conta o disparo dos gatilhos, baixa probabilidade de fechamento de capital, competição no segmento de adquirência com contínua perda de market share e pressão de preços.  

    B3: voltando a renda-fixa 

    Estamos menos otimistas para o resultado da B3 no 1T. Esperamos um lucro crescendo 4,9% t/t e caindo 8,8% a/a. A B3 deve sentir os efeitos do cenário macroeconômico mais desafiador no 4T para seus produtos. A elevação da Selic e incertezas do ano eleitoral vem desacelerando crescimento dos volumes. O volume financeiro de ações em março estava recuando 12,6% a/a, tendência que observamos nos demais meses dos trimestres. Com a alta da Selic, a atratividade de ativos de renda fixa da B3 aumentou, mas não foi suficiente para contrapor a redução do fluxo de investidores e volumes em ações. Além disso, a B3 vem acelerando as contratações de pessoal para fazer frente ao grande número de projetos e tecnologia, podendo pressionar as despesas no trimestre e no ano.  

    Eventualmente, acreditamos que a atividade econômica volte a patamares mais normalizados do ciclo e que os juros voltem a cair, beneficiando a maior parte dos produtos da B3 e dando continuidade a nossa tese construtiva para a empresa. Desta forma, continuamos positivos com nossa tese de médio-longo prazo. A B3 vem diversificando suas linhas de receita e investindo em tecnologia (exemplo aquisição da Neoway). Negociando a múltiplos atrativos de 13,3x P/L 2022, reiteramos nossa recomendação de COMPRAR para B3SA3. 

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