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    Publicado em 13 de Maio às 03:20:44

    BMG (BMGB4) | 1T22: Alta da Selic continua derrubar rentabilidade

    Pressionado pela alta da Selic, o banco BMG (BMGB4) reportou mais um resultado fraco com baixa rentabilidade. O banco continua sofrer com a relevante alta da taxa de juros que aumenta seu o custo de capitação (funding), mas com a receita de crédito limitada pela pouca capacidade de colocar preço em produtos consignados que possuem taxa de juros reguladas e por provisões ainda altas para fazer frente ao crescimento da carteira, ciclo de crédito e mudança de mix.

    O lucro do 1T21 de R$ 48m ainda não mudou de patamar replicando o mesmo nível do 4T21 e apresentando uma queda acentuada de 46% a/a, em linha com nossas expectativas de um ROE pressionado de apenas 5%.  Para 2022, o guidance implica um crescimento modesto de 10% de lucro. 

    O BMG (BMGB4) reiterou seu guidance para 2023 de um ROE maior 15%, bem acima dos 5% que roda hoje. Mas com o ciclo de subida da Selic cada vez mais profundo, o objetivo fica cada vez mais distante. Por muitas vezes o banco teve que revisar suas projeções para baixo após o IPO desapontando sua base de investidores. Apesar do valuation atraente de 0.4x P/VP e 5,3x P/L 2022, reiteramos nossa recomendação de MANTER e reduzimos nosso preço alvo para R$ 3,06 praticamente dado aumento do custo de capital.  

    Crédito: Volumetria pode acelerar mais a partir do 2T22 

    Agraciado por algumas mudanças regulatórias, o BMG (BMGB4) teve a habilidade de surfar o crescimento de alguns produtos. No final de 2021, o banco habilidosamente lançou o crédito FGTS que quase bate R$ 1b no 1T22, colocando um crescimento de 150% t/t. Para o 2T22, esperamos uma aceleração do produto consignado com o aumento da margem de consignação de 30% para 35% e o lançamento do LOAS, produto consignado para pessoas que não possuem meios para sobrevier. Se por um lado o volume melhorou, a margem (NIM) deve sofrer um pouco por conta de uma piora no mix desses produtos novos ser menor que o crédito pessoal.  

    A carteira de crédito do BMG atingiu R$ 17.1b no 1T22, acelerando seu crescimento. A carteira aumentou 7% t/t e 20% a/a. Destaques foram: (1) o FGTS acima mencionado; (2) empréstimo consignado (+7,6% t/t, +28% a/a); e o crédito na conta (+6.4% t/t, +21% a/a). 

    Margem financeira: ainda sofrendo com a Selic 

    A margem financeira do BMG continuou sob pressão, crescendo apenas 5% t/t e 0.2% a/a, apesar da expansão da carteira de crédito na faixa dos 20%. As despesas com captação  aumentam 205% a/a por conta da Selic. 

    Margem Liquida de Juros (NIM): Caindo  

    A NIM subiu 0.6 pp t/t para 13,5%, mas continuou sofrendo na comparação anual com uma queda de 2.7 pp a/a. 

    Custos: ainda mais rápido que a receita 

    Despesas operacionais continuam crescendo mais rápido que receitas, subindo 4% t/t e 10%.  

    Imposto: ajudando mais que esperado 

    O lucro antes do imposto de apenas R$ 30m caiu -25% t/t e -75% a/a. Com alíquota de imposto positiva, o lucro líquido do BMG chega a R$ 48m, igual ao tri passado.  

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