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    Publicado em 11 de Janeiro às 21:37:51

    Banco do Brasil (BBAS3) | Prévia 4T23: Sem novidades, ROE de 20% continua em 2024 

    Antecipamos outro trimestre positivo para o Banco do Brasil (BB) e projetamos um 2024 sem grandes surpresas, mantendo a consistência no bom desempenho que o banco tem apresentado. Para o 4T23, nossas estimativas consideram um lucro líquido recorrente de R$ 9,1b (+3,3% t/t e +0,4% a/a). O movimento lateralizado de lucro em comparação anual pode ser atribuído a três eventos na categoria de ‘outras receitas/despesas’ que ajudaram o 4T22: (i) bônus e incentivos de bandeiras operadas pelo BB; (ii) reversão de provisão de impairments; e (iii) desempenho de empresas controladas não financeiras. Apesar da lateralização anual, nosso lucro leva a uma rentabilidade (ROE) de 21%, refletindo o bom momento do BB nesse ciclo de crédito, suportada por uma carteira de crédito mais defensiva. Para o fechamento do ano de 2023, projetamos um lucro de R$ 35 bilhões (no ponto médio do guidance do banco), alcançando uma rentabilidade de 20,7% de ROE. Esse desempenho supera significativamente vários bancos privados e representa uma notável melhoria em relação aos 8,5% reportados em 2016. O BB divulgará seus resultados em 8 de fevereiro. 

    Para 2024, estimamos que o crescimento de lucro deve continuar no patamar de +10% a/a, beneficiado por provisões nominalmente estáveis com a inadimplência começando a dar sinais de estabilidade. Além disso, as receitas com juros (NII) devem continuar atrativas, mas com desaceleração a/a por um efeito de normalização. Assim, estimamos um lucro recorrente de R$ 38,6b com um ROE de 20,6%. 

    Com um sólido índice de capital principal de 12,5%, notavelmente superior ao requisito mínimo de 8,0%, e sustentando uma rentabilidade consistente, acreditamos que o banco possui espaço para um incremento estrutural no pagamento de dividendos, atualmente situado em aproximadamente 40% do lucro. O potencial aumento de payout se evidencia, especialmente após o anúncio de que o aumento do risco operacional na Basileia prevista para 2025 foi menor do que o previsto, com previsão de uma implementação gradual ao longo de quatro anos (2025-2028). 

    Com os fortes resultados reportados ao longo de 2023, a ação do Banco do Brasil (BBAS3) apresentou uma robusta valorização de mais de 70% (ajustado por proventos). Apesar desse avanço, a ação do BB continua a ser negociada com desconto de valuation frente aos bancos privados. Dada a performance consistente em rentabilidade, mantemos a convicção de que há espaço para a redução do desconto de valuation. Contudo, não vislumbramos o banco sendo negociado a um valuation muito acima de 1,0-1,2x P/VP, ao menos, nesse momento do ciclo político-econômico. 

    Banco do Brasil (BBAS3): Maior retorno do ano de 2023 

    Dessa forma, reiteramos nossa recomendação de COMPRAR com preço-alvo para o final de 2024 em R$ 64,9, apresentando um upside de 19%, e um dividend yield robusto de 9,9% para este ano. Vemos os múltiplos do banco ainda em patamares atrativos em relação à rentabilidade que vem entregando, negociando a apenas 4,0x P/L 2024E e 0,8x P/VP 2024E. 

    Banco do Brasil (BBAS3): 4T23 deve levar lucro de 2023 para o meio do guidance

    Guidance: 2023 vs. Realizado 9M23

    Carteira: 2024 deve crescer próximo de 10%, similar a 2023

    Para o 4T23, esperamos que a carteira de crédito apresente um crescimento de 11,2% a/a e 4,8% t/t, fechando o ano no meio do guidance. Já para 2024, estimamos que a carteira apresente uma expansão de 10% a/a, um pouco acima das estimativas da Febraban para o mercado que estão em aproximadamente 8%. Acreditamos que a carteira agro continuará com um bom desempenho, seguida pela carteira pessoa física. 

    Margem Financeira: Para 2024, cresce no ritmo da carteira de crédito 

    Para o trimestre, esperamos que a receita líquida de juros (NII) cresça 15,5% a/a e 4,6% t/t atingindo o topo do guidance, com NII clientes beneficiado pelos spreads atrativos e NII mercado com bons resultados devido aos juros ainda em patamares elevados.  
    Para 2024, estimamos que o NII sofra uma normalização, crescendo em linha com a carteira de crédito (+9,2% a/a). 

    Provisão e Inadimplência: Normalização 

    Esperamos que as provisões para devedores duvidosos (PDD) apresentem uma estabilidade a/a, mas com queda de 13,1% t/t (o 3T23 foi impactado por R$ 507m de provisões de Americanas), levando a PDD para o topo do guidance de 2023.  
    Para o ano de 2024, esperamos que as provisões fiquem relativamente estáveis a/a, melhorando a relação provisão/carteira total (-0,24pp a/a). 
    Em relação a inadimplência acima de 90 dias (NPL 90+), esperamos uma estabilidade t/t e um aumento de 0,3pp a/a no 4T23.  
    Já para 2024, estimamos que a inadimplência apresente uma leve melhora, chegando a 2,6% (-0,2pp a/a). Além disso, não vislumbramos nenhum possível impacto adicional como ocorreu em 2023 com o caso de Americanas.

    Serviços: Expectativa de retomada para 2024 

    Para a linha de receita com serviços, esperamos um crescimento de apenas 2,2% t/t e 5,0% a/a, encerrando o ano próximo do piso do guidance (crescimento de 4,0% a 8,0%).  
    Para 2024, estimamos um crescimento de 6,0% a/a (um pouco melhor que 2023), com a expectativa de uma melhora do mercado de capitais. 

    Despesas administrativas: Acima da inflação 

    Para o 4T23, estimamos que as despesas administrativas totais apresentem uma expansão de 3,6% t/t e 9,3% a/a, impactado pelos: (i) aumento estrutural de pessoal de tecnologia; (ii) dissídio ocorrido no final de set/23 que afeta o 4T todo. Assim, as despesas devem fechar o ano no meio do guidance.  
    Para 2024, esperamos que as despesas administrativas totais cresçam 9,1% a/a, ficando acima da inflação e das nossas estimativas para 2023, influenciadas pelo crescimento estrutural de despesas relacionadas a tecnologia.  

    Imposto: Beneficiado pelo JCP 

    Projetamos uma alíquota de imposto em 26,5% para o 4T23 e 27,3% para 2024, beneficiada em parte pelo pagamento de Juros sobre Capital Próprio (JCP). 

    Dividendos: Pode aumentar! 

    Atualmente o Banco do Brasil possui um payout de 40%. Acreditamos que à adoção do faseamento da resolução 229 de aumento de basileia do Banco Central e com o bom desempenho que o banco vem entregando, a instituição poderá ter capital suficiente para aumentar o payout. 

    Banco do Brasil (BBAS3): Rentabilidade continua atrativa para 2024

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