Para o 1T24, estimamos um lucro líquido de R$ 154m para o Inter, representando uma queda de -3,8% t/t, impactado pelos efeitos sazonais, mas com uma expansão anual significativa de +534%, chegando a uma rentabilidade (ROE) de 8,0%.
O lucro do trimestre deve ser beneficiado pela melhora da margem financeira (NIM) ao passo que a carteira de crédito segue crescendo significativamente. Além disso, acreditamos que as despesas devem ficar controladas. Do lado negativo, esperamos uma maior alíquota de imposto.
Para 2024, acreditamos que o banco continuará buscando a meta “60-30-30″ (60m de clientes, 30% de ROE e 30% de índice de eficiência em 2027). Dessa forma, esperamos uma melhora significativa no lucro, chegando a R$ 865m (+146% a/a), atingindo um índice de eficiência de 46,4% (melhora de 8,1pp a/a) e um ROE de 10,9% (+6,1pp a/a).
Dessa forma, reiteramos nossa recomendação de COMPRAR, com preço-alvo de R$ 32,0, representando um upside de 20%. Vemos as ações em níveis atrativos, negociando a 13,4x P/L 24e, 7,5x P/L 25e e 1,4x P/VP 24e.
Inter | 1T24E: Lucro deve apresentar forte expansão anual
Carteira: Ainda em ritmo forte
Para o 1T24, esperamos que a carteira de crédito atinja R$ 32b, crescimento +7,7% t/t e +34,6% a/a, apresentando uma aceleração em relação ao desempenho do 1T23 quando o banco reportou um crescimento de 31,1% a/a.
Para 2024, esperamos uma leve aceleração no crescimento da carteira em comparação a 2023 (31,2% a/a), fechando o ano em R$ 39,9m, crescimento de +33,9% a/a.
Margem Financeira (NII): Reprecificação auxilia crescimento
Para o trimestre, esperamos que o receita de juros (NII) atinja R$ 989,3m (+12,9% t/t e 39,1% a/a), beneficiado em parte pela reprecificação da carteira, levando a NIM para 7,9%, expansão de +0,3pp t/t e +0,5pp a/a.
Para 2024, prevemos que o processo de reprecificação seja favorável ao desempenho da receita, impulsionando o NII para R$ 4,4b, representando um crescimento expressivo de +38,1% em relação ao ano anterior, ligeiramente superior ao crescimento da carteira.
Provisão e Inadimplência: Com sinais de melhora para o ano
Para o 1T24, esperamos que a provisão para devedores duvidosos (PDD) alcance R$ 445m (+15,7% t/t e +26,8% a/a), apresentando um crescimento anual abaixo da expansão da carteira de crédito. Esperamos que a inadimplência mantenha certa estabilidade tanto em base trimestral quanto anual, ficando em torno de 4,5% (comparado a 4,6% no 4T23 e 4,4% no 1T23).
Para o ano de 2024, esperamos uma leve melhora de -0,1pp a/a no cost of risk, caindo para 5,4%. Dessa forma, estimamos que a PDD deva alcançar R$ 1,94b, aumento de +25,9% a/a, abaixo do crescimento da carteira de crédito. Quanto à inadimplência, esperamos uma leve melhora de 0,2pp a/a, atingindo 4,4%.
Receita de Serviços e Comissões: 1/3 das receitas totais
Para o trimestre, esperamos que a receita líquida de serviços e comissões atinja R$ 317m, registrando um crescimento de +28,5% a/a, mas uma queda de -6,7% t/t, impactada pela sazonalidade do trimestre. Na comparação anual, vemos as receitas de interchange ainda em patamares atrativos com crescimento de +26,7% a/a.
Para o ano de 2024, estimamos um crescimento robusto de +28,4% a/a para a linha de serviços, ficando próximo de 1/3 das receitas totais, mas em desaceleração em relação a 2023.
Despesas: Impactado pelas “outras despesas”
Para o 1T24, estimamos que as despesas operacionais fiquem em R$ 718m (-0,2% t/t e +8,0% a/a), impactado negativamente pelas outras despesas administrativas, mas compensado pela melhora na despesa de pessoal devido ao menor headcount.
Para 2024, esperamos que as despesas operacionais cresçam +16,9% a/a, ficando em R$ 3,2b, puxado pelas outras despesas administrativas e tributárias, enquanto a despesa de pessoal deve ficar levemente acima da inflação em +4,9% a/a.
Impostos: Alíquota maior
Para o 1T24 e para o ano cheio, estimamos uma alíquota efetiva de impostos de 30%, um aumento em relação aos 23,3% do 4T23 e aos 19,9% de 2023.