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    Publicado em 02 de Maio às 19:08:23

    Banrisul (BRSR6) | Prévia 1T24: Piora, impactado por provisões

    Após um forte resultado no 4T23, impulsionado por uma melhora significativa nas provisões para devedores duvidosos (PDD), estimamos uma piora substancial para o 1T24, com o lucro líquido caindo para R$ 198 milhões, uma queda de -35,0% em relação ao trimestre anterior e -7,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. A rentabilidade também deverá ser fraca, atingindo um ROE de apenas 8,1% (-4,6pp t/t e -1,1pp a/a). 

    No geral, não esperamos grandes mudanças em relação ao 4T23, com carteira, receita e despesas em níveis semelhantes. No entanto, nossa expectativa é que as provisões sejam o ponto de atenção, sendo impactadas negativamente pela crescente inadimplência no crédito consignado estadual. Este segmento tem enfrentado desafios decorrentes da redução da renda consignável, em meio a reformas previdenciárias e mudanças nos planos de saúde. 

    Apesar do trimestre fraco, para o ano de 2024, estimamos um desempenho significativamente superior à de 2023. Projetamos um lucro de R$ 1,22 bilhão, representando um aumento expressivo de 39,7% em relação ao ano anterior. Com isso, esperamos uma melhora de rentabilidade (ROE), com um aumento de 2,9pp em comparação com o ano anterior, embora ainda permaneça em um nível modesto de apenas 12,1%. Acreditamos que 2024 será beneficiado principalmente por uma melhora robusta na receita líquida de juros (NII), impulsionada principalmente por uma redução significativa nas despesas financeiras, decorrente da queda da taxa Selic e melhorias nos processos internos que ajudariam as receitas do banco. 

    Mantemos nossa recomendação de COMPRA para o Banrisul, considerando sua perspectiva positiva para 2024 e valuation atrativo, apesar do trimestre fraco.  No entanto, ajustamos nosso preço-alvo de R$ 17,60 para R$ 16,20, devido à abertura da curva de juros americana. O Banrisul continua a ser negociado com valuation atrativo de 4,4x P/L 2024e, 3,7x P/L 2025e e 0,49x P/VP 24e. Nosso preço-alvo é derivado do modelo de Gordon Growth, levando em conta ROE de 13%, crescimento (g) de 7,8%, custo de capital (Ke) de 16,35%, e uma probabilidade de 5% de privatização. Estimamos um dividend yield de 9% para 2024. 

    Banrisul (BRSR6) | 1T24e: Impactado negativamente pelas provisões 

    Carteira: Convergindo para o guidance 

    Para o trimestre, esperamos que a carteira de crédito atinja R$ 53,9 bilhões, permanecendo estável em relação ao trimestre anterior (+0,4%), e aumentando +7,6% a/a. Esse crescimento está um pouco acima do guidance, mas começa a se alinhar com as estimativas da empresa. 

    Para 2024, esperamos que a carteira de crédito fique próxima do ponto médio do guidance, com uma expansão de +4,5% a/a, totalizando R$ 56 bilhões. Acreditamos que o crescimento será mais moderado em comparação a 2023, pois o banco não pretende expandir sua carteira agro, que chegou a representar 21% do portfólio total no 4T23. 

    Receita Líquida de Juros (NII): Melhora nas despesas financeiras 

    Para o 1T24, estimamos que a receita líquida de juros (NII) alcance R$ 1,5 bilhão, com um leve crescimento de 1,6% t/t e robusta expansão de 20,0% a/a. Esse resultado foi parcialmente beneficiado por melhorias nas despesas financeiras, devido à redução do custo de funding e outras melhorias nos processos internos. No entanto, o crescimento anual ainda fica abaixo do guidance de 25% a 30% a/a. 

    Para 2024, projetamos que o NII fique na faixa baixa do guidance, totalizando R$ 6,86 bilhões, com um crescimento de 25% a/a. Isso será favorecido pela queda da Selic (que melhora o funding) e por ajustes internos, com melhoria no hedge do funding em dólar e a redução na remuneração do deposito a vista “raspa conta.” 

    Tarifas: Pressionada 

    Para o trimestre, estimamos que a receita de tarifas chegue a R$ 574 milhões, uma queda de 5,0% t/t, devido ao efeito de sazonalidade que beneficia o 4T. Por outro lado, observamos uma expansão de 10,0% a/a, em parte devido à base comparativa mais fraca do 1T23, devido ao efeito de reclassificação da linha ocorrido ao longo de 2023. 

    Para 2024, prevemos que a receita de tarifas permaneça sob pressão, crescendo um pouco acima da inflação (+5,0% a/a), totalizando R$ 2,3 bilhões. 

    Despesas administrativas: Outras despesas seguem fortes 

    Para o trimestre, esperamos que as despesas administrativas totais alcancem R$ 1,61 bilhão, com uma leve redução de 1,1% t/t e uma boa expansão de 11,8% a/a. Esse crescimento é impulsionado principalmente pelas outras despesas operacionais, que incluem provisões trabalhistas. 

    Para 2024, projetamos que as despesas administrativas totais alcancem R$ 6,7 bilhões, um aumento de 9,5% a/a, impulsionado principalmente pelas outras despesas operacionais e tributárias. O guidance de 2024 de despesas é de um crescimento entre 6% a 10%. 

    Despesas de provisão (PDD): Forte piora 

    Para o 1T24, prevemos um aumento significativo em relação ao 4T23, com as despesas de provisão de crédito chegando a R$ 414 milhões, um aumento de 91,0% t/t e 45,3% a/a. Estimamos que a grande piora se deve pela deterioração da inadimplência do crédito consignado estadual. 

    Para 2024, estimamos que as despesas de provisão de crédito em relação à carteira de crédito fiquem próximas do ponto médio do guidance, em 3%, levando a PDD a alcançar R$ 1,65 bilhão, um aumento de 24% a/a. 

    Imposto: Voltando à normalidade 

    Esperamos que o imposto volte um pouco mais a normalidade e reduza o lucro, ou seja, não seja um crédito tributário. Assim, projetamos uma alíquota de 10% para o 1T24 e 24% para o ano de 2024. 

    Banrisul (BRSR6) | 2024: NII impulsiona lucro para o ano 

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