O resultado de BB Seg no 2T materializa a tese de melhora operacional que tínhamos há certo tempo. A melhora do resultado financeiro de subsidiárias, com exceção da BrasilPrev, e melhora da sinistralidade na BrasilSeg foram os principais drivers para o resultado. Em função do forte desempenho, a companhia melhorou seu guidance para o ano para crescimento de prêmio e resultado operacional. Muito além de um resultado momentâneo, esperamos que os patamares de lucro se sustentem para o restante do ano, contribuindo para o robusto avanço do lucro a/a. O robusto crescimento de prêmios emitidos na BrasilSeg e a Selic ainda elevada devem levar um bom carrego para 2023. Com o lucro navegando de vento em popa, esperamos um destrave de valor para a ação, que hoje negocia a 11,2x PL22.
O lucro de R$ 1,4b (+86,5% a/a e +19,2% t/t) veio 12,9% acima das nossas expectativas e 11,4% acima das expectativas de mercado. Dentre os destaques, o resultado da Brasil Seg avançou 202% a/a e 106,8% t/t, com a melhora da sinistralidade, bom desempenho comercial e melhor desempenho comercial. Apesar do lucro da BrasilPrev avançando 346% a/a, principalmente pelo easy comps, a queda de 42,9% t/t foi novamente impactada pelo descasamento de ativos e passivos e marcação a mercado de títulos.
BrasilSeg (Seguros): impulsionado pela menor sinistralidade e financeiro
O lucro da Brasil Seg foi de R$ 734m (+107% t/t e +202% a/a). O resultado foi beneficiado pela queda na sinistralidade, que saiu de 36,2% no 2T21 e 50,9% no 1T22, e melhora do resultado financeiro. O financeiro da BrasilSeg cresceu 136,6% a/a e 3,7% t/t. Para frente, há mais crescimento contratado, principalmente dos prêmios ganhos, dado que os prêmios emitidos cresceram 22,9% a/a e 40,7% t/t.
BrasilPrev (Previdência): financeiro ainda joga contra
O lucro da BrasilPrev foi de R$ 229,7m. No comparativo a/a, o resultado foi beneficiado pelo crescimento das receitas de taxa de gestão e redução do resultado financeiro negativo (dado menor descasamento de ativos e passivos) e aumento do balanço de ativos sob gestão geradores de receita (AuM). No comparativo t/t, o aumento do descasamento de ativos e passivos, em função do descolamento de IGP-M e IPCA, e marcação a mercado de títulos com a abertura de juros impactou negativamente o financeiro.
As contribuições líquidas (de resgates) continuaram negativas em R$ 273m no trimestre, impactadas pelos resgastes para pagamentos de contas e pagamentos de benefícios por morte. Apesar da continuidade do desempenho fraco em termos de contribuições liquidas, já houve melhora t/t. No 1T, as contribuições líquidas foram negativas em R$ 475m.
BB Corretora e BrasilCap (Capitalização): o nome aqui é Selic média
O lucro da BB Corretora de R$ 631m (+20,7% a/a e +9,8% t/t) foi beneficiado pelo melhor desempenho comercial. Já a BrasilCap teve um lucro de R$ 64m no 2T22 (+201% a/a e +20,5% t/t). O desempenho de ambas as subsidiárias foi beneficiado pela elevação da Selic média, que contribuiu para o financeiro.
Guidance: revisado após bons números
O bom desempenho fez com que a BB Seg revisasse o guidance para cima. Do lado comercial, a companhia ajustou o guidance de prêmios, que saiu do range de 10-15% para 20-25%. No 1S foi observado um crescimento de prêmios de 21,2% a/a. Do lado do resultado operacional, o range foi revisado de 12-17% para 15-20% (vs. crescimento de 25,1% a/a observado no 1S). Nas reservas de PGBL e VGBL, apesar do crescimento de somente 3,9% a/a no 1S (abaixo do guidance), as projeções foram mantidas.