A BB Seguridade apresentou um lucro líquido ex-corretora de R$ 395,6m em nov/23, queda de 3,9% m/m e uma desaceleração anual (+18,2% a/a vs. +30% em outubro), apesar de ainda ser de forte alta a/a. A SUSEP não reporta os dados da corretora, mas em nossas estimativas considerando a vertical, o lucro final seria de R$ 608,7m (+12,8% a/a e -3,9% m/m). Para o 4T23, projetamos um lucro parecido com o 3T23 de R$ 2,06b, implicando em uma melhora em dezembro (sazonalmente mais forte, vide gráfico abaixo de lucro total das participações)
O mês de novembro mostrou que o resultado financeiro segue, de certa forma, resiliente em todos os segmentos (seguros, previdência e capitalização). No entanto, para a seguradora, percebemos que os prêmios emitidos começam a desacelerar, devido a impactos no segmento agrícola, mas que devem começar a retomar para 2024. Ademais, percebemos um aumento no índice de sinistralidade no segmento.
Apesar do resultado mais morno para o mês de novembro, acreditamos que existem alguns impactos que devem melhorar para 2024, como o caso do seguro agrícola, além do crescimento de volume vindo do seguro prestamista e vida. Assim, acreditamos que a BB Seg deve continuar entregando crescimento de lucro entre 5%-10% para 2024 e reiteramos nossa recomendação de COMPRAR com preço-alvo de R$ 48,30. Vemos as ações em um patamar atrativo, negociando a 7,4x P/L 24E, além de um dividend yield atrativo de 11,8% 24E.
BB Seg (Seguros): Desacelerando a/a
A vertical de seguros apresentou uma desaceleração do lucro líquido na comparação mensal, chegando a R$ 336m em nov/23 (+14,1% a/a e -13,4% m/m). Puxado principalmente pelo índice de sinistralidade que aumentou em 4,4pp m/m e 3,8pp a/a, ficando em 28,5%.
Os prêmios emitidos totalizaram R$ 1,3b em nov/23, estável a/a e queda de 14,1% m/m, ficando bem abaixo do mercado ex-BB Seg que cresceu 13,7% a/a. O destaque negativo nos prêmios ficou para (i) rural que contraiu 0,2% a/a, puxado pelo forte recuo das emissões agrícolas (-15,2% a/a); (ii) vida que contraiu 7,2% a/a; e (iii) empresarial (-14,3% a/a). Por outro lado, o prestamista segue com bom desempenho apresentando uma expansão de 11,9% a/a.
O mês apresentou um bom reconhecimento de receita (prêmios ganhos), mas com desaceleração no crescimento anual (+9,6% a/a) e com queda de 3,8% m/m. Além disso, o resultado financeiro ficou relativamente estável a/a e m/m, mas contribuindo positivamente para a composição do lucro.
Brasil Prev (Previdência): Salvo pelo resultado financeiro
A previdência apresentou um bom aumento de lucro líquido, alcançando R$ 171,0m no mês (+24,6% a/a e +22,9% m/m). O destaque positivo da Prev ficou com o resultado financeiro que apresentou uma melhora considerável a/a e m/m, em nossa visão beneficiado pelo alinhamento entre IGPM e IPCA. Por outro lado, a receita com tarifas apresentou uma contração de 4,1% m/m e expansão de apenas 8,9% a/a.
No mês de novembro, as receitas com previdência (contribuições) da unidade de previdência ficaram abaixo da indústria, apresentando uma expansão de 20,9% a/a nas contribuições vs 29,3% a/a do mercado. As reservas da Brasil Prev cresceram +13,5% a/a contra +14,1% a/a do mercado. No acumulado dos 11M23, as contribuições da vertical ficaram acima da indústria em 2,3pp, apresentando uma expansão de 10,4% a/a. Porém, as reservas ficaram 0,6pp abaixo do mercado com um crescimento de 13,5% a/a.
BB Cap (Capitalização): Imposto foi o detrator
Apesar de menor, a unidade de capitalização reportou uma boa dinâmica, com um lucro líquido de R$ 23,5m (+41,0% a/a e -7,9% m/m). O resultado financeiro foi um grande contribuidor do lucro, com um montante de R$ 38,1m (+39,3% a/a e -0,1% m/m).
A arrecadação da Cap teve queda de 14,9% a/a, ficando bem abaixo do mercado (ex-BBSE) que apresentou expansão de 4,7% a/a. No acumulado dos 11M23, a arrecadação expandiu 9,3% a/a, bem acima do crescimento da indústria de apenas 4,6% a/a. A arrecadação é vetor importante para as comissões da corretora.