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    Publicado em 14 de Outubro às 15:39:16

    Petróleo & Gás | María Corina Machado vence o prêmio Nobel da Paz! Como isso afeta seus investimentos?

    Disclaimer: este é um relatório temático. Apesar de discorrermos sobre um assunto que pode impactar as empresas sob nossa cobertura em termos fundamentais, o cenário aqui discutido se trata de apenas uma possibilidade e com impacto apenas no médio e longo prazo. Sendo assim, não recomendamos tomar nenhuma decisão de comprar e venda baseada no fluxo de notícias imediato. É sempre importante ter em mente que uma carteira diversificada e com ativos qualidade é, e sempre vai ser, a grande solução para maioria das situações e cenários de investimentos.

    Conclusão

    A potencial reabertura econômica e política da Venezuela representa um divisor de águas tanto para a geopolítica regional quanto para a dinâmica global do petróleo. A conjunção de fatores recentes: o aumento da pressão internacional sobre o regime de Nicolás Maduro, a nomeação de María Corina Machado ao Prêmio Nobel da Paz e o reposicionamento estratégico dos Estados Unidos no Caribe sugere que o país pode estar à beira de uma mudança estrutural de regime. Caso essa transição se concretize, a Venezuela, detentora das maiores reservas provadas de petróleo do mundo, poderá retomar gradualmente sua capacidade produtiva e se reinserir no mercado global de energia. Acreditamos que recuperação econômica do país deverá atravessar. Dito isso, importante mencionar:
    I) Aumento Estrutural da Oferta de Petróleo | A recuperação econômica da Venezuela passará, necessariamente, pela sua recuperação produtiva no segmento de óleo & Gás. Com a maior reserva de petróleo do mundo, existe a possibilidade do país aumentar sua oferta de petróleo em nivel global – e com natural impacto no nível de preços da commodity.

    II) Grandes Oportunidade de Investimento no setor de óleo e gás | Se por um lado a maior oferta representa menores preços do petróleo, por outro lado, acreditamos que a reabertura do país ao investimento internacional representará grandes oportunidades de investimentos, especialmente para capitais dispostos a precificar adequadamente o elevado “country risk premium” e a apostar em um ciclo de reconstrução institucional e energética.

    Em síntese, a Venezuela pode emergir como um novo vetor de oferta estrutural no longo prazo — desde que o país reencontre a estabilidade política necessária para viabilizar investimentos externos e reativar sua indústria petrolífera sob bases de mercado.

    Os fatos

    Escalada de tensões. A relação conflituosa entre EUA e Venezuela não vem de agora e se arrasta desde as a época de Hugo Chavez (no poder entre 1999 e 2013). Entretanto, os dois mandatos do Presidente Donald Trump foram marcados pelo acirramento político em relação a questão da Venezuela. Pesam contra o presidente Nicolás Maduro a eleição fraudada de 2024, narcoterrorismo, abuso aos direitos humanos e, por último e não menos importante, e importante mencionar as ameaças de invasão a Guiana Francesa por parte da Venzuela. Dito isso, o governo dos Estados Unidos tem realizado uma série de manobras militares com foco antinarcóticos/antimáfias.

    Não seria a primeira vez: a operação “Just Cause”. O general Manuel Antonio Noriega, ditador do Panamá entre 1983-1989, foi capturado pelos Estados Unidos durante a Operação Just Cause, lançada em dezembro de 1989 sob o governo de George H. W. Bush (Mandato 1989-1993). Ex-aliado da CIA durante a Guerra Fria, Noriega tornou-se alvo de Washington após ser acusado de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e repressão violenta à oposição, além de anular eleições e permitir o uso do Panamá como rota para o narcotráfico. Sob a justificativa de proteger cidadãos americanos e garantir a segurança do Canal do Panamá, os EUA invadiram o país, depuseram o regime e prenderam Noriega, que foi extraditado e condenado por narcotráfico em Miami, encerrando uma das ditaduras mais simbólicas da influência militar norte-americana na América Latina.

    Aquela coincidência muito apropriada: Maria Corina Machado. A principal líder e face da oposição Venezuelana, Marina Corina Machado, foi agraciada com o prêmio Nobel da Paz. A vitória de María Corina Machado ao Prêmio Nobel da Paz reforça a legitimação internacional da oposição democrática venezuelana e amplia a pressão geopolítica sobre o regime de Nicolás Maduro, ao enquadrar a crise política do país sob uma ótica de direitos humanos e liberdade civil. O gesto fortalece a narrativa de que há um movimento pacífico e legítimo pela restauração institucional na Venezuela, mobilizando apoios diplomáticos na Europa e na América Latina. Do ponto de vista estratégico, a nomeação consolida Machado como símbolo global de resistência democrática, ampliando o isolamento de Caracas e criando terreno político mais favorável a uma transição negociada de poder.

    A Venezuela | Maior reserva de petróleo do mundo!

    É importante entender o contexto geopolítico da Venezuela, principalmente as suas reservas de petróleo – que é simplesmente a maior de todo mundo.

    Venezuela (maybe) is Back to the game: Maior oferta de petróleo no longo prazo! com uma mudança no regime político da Venezuela e maiores reservas de petróleo do mundo, acreditamos que a recuperação econômica da Venezuela deverá passar, necessariamente, pela indústria do petróleo. Dito isso, acreditamos que o país tem o poder de trazer uma disrupção global na oferta de petróleo mundial retome a produção de outrora – importante mencionar que essa oferta não seria recuperada instantaneamente e se iria se materializar apenas ao longo do tempo. O grafico abaixo resume o potencial da Venezuela caso ela passe a operar sob os termos corretos.

    I) Maior reserva de Petróleo do Mundo: Venezuela tem a maior reserva petrolífera provada no mundo.

    II) A produção dos países da OPEP ficou praticamente estável desde 2005: entre 34-35 milhões barris/dia.

    III) Os países não-OPEP incrementaram sua produção em impressionantes 23 milhões barris equivalente/dia, mesmo com uma reserva 2,4x menor vs países da OPEP. Grandes destaques foram os EUA e Canadá (com o advento do shale gas) e do Brasil, com o pré-sal. Ou seja: mesmo possuindo reservas expressivas, a OPEP simplesmente manteve a oferta estável.

    IV) A produção da Venezuela em 2005 era de 3,3 milhões de barris. Em 2020, o país produziu apenas 600k barris equivalente/dia mesmo permanecendo com as maiores reservas mundiais de petróleo. Tal declínio foi resultado da intensa convulsão social que o país atravessou ao longo dos últimos 20 anos.

    V) Muy-Amigos! Enquanto a Venezuela convulsionava nas últimas décadas e apresentou queda na sua produção, os demais membros participantes da OPEP cobriram a queda de produção da Venezuela com razoável facilidade.

    Oportunidades!

    Por se tratar de um pais em reconstrução cujo o seu desenvolvimento dependerá de investimentos na indústria do petróleo, imaginamos que o país como um todo deverá se abrir ao capital estrangeiro. Por se tratar de um pais com muito risco, instabilidade política, econômica e com amplo histórico de expropriações de empresas privadas, acreditamos que as oportunidades que vão aparecer no país (ativos exploratórios, maduros, downstream, etc) deverão ser ofertados a preços muito depreciados. Pegando o próprio Brasil como referência, o lendário Investidor André Jakurski – JGP chegou a comprar ações da Telebras por apenas 0,5x Preço/Lucro (não estamos falando de 0,5x Preço/Valor Patrimonial, veja bem) em uma época de Brasil pré-plano real… imagina o desafio de se precificar ativos em meio a um pandemônio econômico e social da hiperinflação, troca de moedas, etc.

    Como medir esse risco? Países com equity risk premium e country risk premium mais altos são vistos pelos investidores como mais arriscados, seja por fatores econômicos (inflação, dívida, instabilidade política) ou por falta de segurança jurídica. Para compensar esse risco maior, os investidores exigem retornos esperados mais elevados. Como o valor de um ativo (uma ação, por exemplo) é calculado pelo fluxo de caixa futuro descontado a uma taxa de retorno exigida, quanto maior o risco, maior o desconto aplicado e, portanto, menor o valor presente. Em outras palavras: um país mais arriscado faz com que as empresas lá sediadas tenham seus ativos avaliados por múltiplos mais baixos e, consequentemente, pareçam “mais baratas” em relação a países com menor risco.

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